
O governo do Iêmen enviou centenas de militares extras a duas Províncias montanhosas do leste do país consideradas bastiões da rede terrorista Al Qaeda. Essas são as localidades às quais o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, 23, teria ido antes de tentar explodir um avião comercial americano, na sexta-feira (25), episódio que alarmou as autoridades americanas em relação ao avanço dos terroristas iemenitas.
Outro reforço foi anunciado na área litorânea, na fronteira com a Somália, depois de rebeldes daquele país terem anunciado que apoiarão o braço iemenita da Al Qaeda na guerra contra o Ocidente. A agência oficial iemenita Saba anunciou que, a partir deste anúncio, as autoridades reforçaram seu esquema de segurança no litoral do Golfo de Áden em frente à Somália, para evitar possíveis infiltrações dos combatentes somalis.
Neste sábado, o presidente americano, Barack Obama, afirmou que a Al Qaeda do Iêmen estava por trás do atentado --frustrado graças à ação dos outros passageiros do voo, que seguia de Amsterdã (Holanda) para Detroit (EUA). O nigeriano já teria confessado ter sido treinado pelos insurgentes daquele país, no qual passou cerca de quatro meses, em 2009. Não há registro de seus passos em boa parte deste período.
O ministro de Informação iemenita, Hassan al Louzi, disse que a movimentação do nigeriano no país está "sob investigação". "Estamos tentando desvendar onde ele esteve e com quem se encontrou", afirmou. Há suspeitas de que o nigeriano tenha mantido contato --por e-mail-- com o clérigo radical Anwar al Awlaqi, durante sua permanência no Iêmen. Esse clérigo é um pregador popular entre membros da Al Qaeda por convocar uma guerra ao Ocidente.
O ministro iemenita disse ainda que, na conferência mundial a ser realizada dia 28 que vem, em Londres, para debater a situação no Afeganistão --e, agora, também no Iêmen--, o país terá uma "ativa participação". "Quem quiser construir estabilidade e os valores democráticos e modernos no Iêmen precisa ajudar não só na segurança mas também no desenvolvimento", disse o ministro à agência de notícias Associated Press.
O Iêmen é considerado o país mais pobre do mundo árabe.
O ministro de Assuntos Exteriores iemenita, Abu Bakr al Qirbi, em declarações divulgadas também neste sábado, pela Saba, criticou as ameaças feitas pelo grupo somali e também aos que tentam exportar o terrorismo a outras nações. "O Iêmen não aceitará terroristas ou combatentes islâmicos em seu território, e ficará a cargo deles."
Nas últimas semanas, o Iêmen realizou uma série de bombardeios aéreos e ataques contra esconderijos da Al Qaeda. Os ataques intensificados ocorrem após os EUA anunciarem que dobrarão sua ajuda ao país, para reforçar o combate ao terrorismo.
Fonte: Folha

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