quinta-feira, 24 de julho de 2025

Tensão na Ásia: Tailândia e Camboja entram em confronto armado em área de fronteira disputada

Tropas da Tailândia e do Camboja entraram em confronto armado na manhã de quinta-feira (24) em uma região de fronteira disputada entre os dois países. O episódio reacende tensões históricas entre os vizinhos do Sudeste Asiático e resultou na evacuação de milhares de civis em território tailandês, além de trocas de acusações e bombardeios envolvendo aeronaves de combate.

Os combates começaram nas proximidades do templo Ta Moan Thom, localizado ao longo da fronteira leste da Tailândia com o Camboja, cerca de 360 quilômetros da capital tailandesa, Bangkok. Segundo autoridades locais, projéteis de artilharia disparados do lado cambojano atingiram áreas residenciais, forçando moradores a abandonar suas casas e buscar abrigo em bunkers improvisados.

De acordo com a agência Reuters, mais de 40 mil pessoas de 86 vilarejos da província de Surin, no lado tailandês, foram retiradas da região por medida de segurança. Imagens divulgadas por veículos locais mostram o momento em que civis correm em meio ao som de explosões e tiros.

Em meio ao caos, tanto Camboja quanto Tailândia trocaram acusações sobre quem iniciou o conflito. Um porta-voz do Ministério da Defesa cambojano afirmou que tropas tailandesas realizaram uma incursão não provocada em território cambojano, o que motivou a reação em legítima defesa. Por outro lado, autoridades tailandesas alegam que o bombardeio inicial partiu das forças do Camboja.

A situação escalou rapidamente quando a Força Aérea Real Tailandesa mobilizou seis caças F-16 para a região, sendo que uma das aeronaves realizou o lançamento de mísseis contra um alvo militar cambojano. O Ministério da Defesa cambojano confirmou que duas bombas atingiram uma estrada em território sob seu controle e condenou o que chamou de "agressão militar imprudente e brutal" por parte da Tailândia.

O episódio revive um histórico de disputas entre os dois países, que há mais de um século mantêm desacordos sobre a delimitação da fronteira terrestre de 817 km. A área próxima ao templo Ta Moan Thom é uma das mais sensíveis, palco de confrontos anteriores, incluindo um embate em 2011 que resultou em diversas mortes.

As tensões recentes haviam voltado a crescer em maio, após a morte de um soldado cambojano durante uma troca de tiros esporádica. Desde então, o clima diplomático deteriorou-se, culminando nos combates desta semana. Além disso, autoridades tailandesas acusaram o Camboja de instalar novas minas terrestres em áreas disputadas, ferindo três soldados. Phnom Penh negou a acusação, afirmando que os militares tailandeses se desviaram de rotas previamente acordadas e acionaram minas antigas remanescentes do período de guerra civil.

Organizações internacionais de desminagem alertam que o território cambojano ainda abriga milhares de minas não detonadas. No entanto, a Tailândia insiste que houve movimentações recentes para posicionar novos artefatos explosivos, o que, segundo Camboja, seria uma alegação sem fundamento.

A comunidade internacional acompanha com preocupação o recrudescimento da crise. Até o momento, não há confirmação oficial sobre vítimas fatais, mas o risco de novos combates permanece alto, enquanto ambos os governos reforçam posições militares ao longo da linha de fronteira.


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