terça-feira, 30 de setembro de 2025

Egito negocia aquisição do GlobalEye da Saab para modernizar vigilância aérea e marítima

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O Egito está em negociações com a Saab, empresa sueca de defesa, para a aquisição da aeronave GlobalEye, sistema de alerta aéreo antecipado e controle (AEW&C), embora dificuldades financeiras do país ainda tenham impedido o fechamento do acordo.

As discussões ocorrem em meio a um contexto regional sensível. O recente ataque dos houthis a navios comerciais reduziu significativamente o tráfego no Canal de Suez, uma das principais fontes de receita do Egito, aumentando a pressão sobre o orçamento militar e as prioridades do governo.

O GlobalEye é uma plataforma multifuncional de vigilância e comando aéreo, equipada com o radar Erieye ER (Extended Range) da Saab, instalado no jato executivo Bombardier Global 6000/6500. Desde sua entrada em serviço em abril de 2020, o sistema tem se destacado pela capacidade de monitorar simultaneamente grandes áreas aéreas e marítimas, fornecendo alerta antecipado e suporte a operações de defesa.

As negociações entre o Egito e a Saab envolvem não apenas aspectos de aquisição da aeronave, mas também transferência de tecnologia, pacotes de treinamento e suporte operacional, todos sujeitos às regulamentações suecas de exportação de defesa. Além disso, autoridades egípcias avaliam os termos financeiros e garantias de operação que permitam a plena integração do sistema às capacidades de vigilância do país.

O esforço egípcio reflete a necessidade de modernizar suas capacidades de monitoramento aéreo e marítimo, ampliando a segurança nacional em uma região marcada por desafios estratégicos e comerciais, como os recentes incidentes no Canal de Suez.


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Marinha do Brasil promove 19ª Primavera dos Museus no Museu da Imigração da Ilha das Flores

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O Museu da Imigração da Ilha das Flores (MIIF), coordenado pelo Comando da Divisão Litorânea, sediou em 25 de setembro a 19ª edição da Primavera dos Museus, iniciativa nacional do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM). Com o tema “Museus e as mudanças climáticas”, o evento integrou cultura, educação e sustentabilidade, reunindo autoridades civis e militares, educadores, estudantes e a comunidade local.

A programação contou com oficinas conduzidas por professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), instituição parceira da Marinha no MIIF, além de apresentações musicais dos alunos do Programa Forças no Esporte (PROFESP) e atividades de plantio. Entre os destaques, estiveram a inauguração de uma horta vertical, a ser cuidada pelos jovens do PROFESP, e o plantio simbólico de um ipê, árvore que representa renovação e preservação ambiental.

O Cônsul-Geral do Japão no Rio de Janeiro, Takashi Manabe, destacou a importância histórica do local: “Esta é a minha primeira vez na Ilha das Flores e estou muito impressionado com a história da imigração aqui ocorrida, incluindo a japonesa. Este ano celebramos 130 anos da relação diplomática entre o Japão e o Brasil, e a história da Hospedaria da Ilha das Flores reforça esse laço.”

O Presidente da Câmara Municipal de São Gonçalo, vereador Piero de Matos Cabral, ressaltou o papel do Museu como patrimônio cultural: “O Museu da Imigração retrata não só a história da nossa cidade de São Gonçalo, mas do nosso Brasil, que precisa ser muito mais valorizada. Eu me sinto honrado em incentivar a todos a conhecer esse lindo espaço.”

A programação também incluiu exposição artística dos alunos do PROFESP, fruto de oficinas sobre imigração japonesa e refugiados de guerra, com a participação de representantes da Secretaria Municipal de Educação, diretoras escolares e moradores da região.

Com esta edição, o MIIF reafirma o compromisso da Marinha do Brasil em preservar a memória histórica, fortalecer os laços com a sociedade e estimular práticas educativas que unem cultura, cidadania e consciência ambiental diante dos desafios das mudanças climáticas. O Museu da Ilha das Flores segue como um espaço emblemático de preservação da história da imigração no Brasil, integrando educação, memória e responsabilidade ambiental sob a gestão da Marinha.


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com Marinha do Brasil


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COTER apresenta novo Sistema de Segurança de Voo na Aviação do Exército

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O Comando de Operações Terrestres (COTER) apresentou às organizações militares do Comando de Aviação do Exército (CAvEx) o novo Sistema de Gerenciamento de Segurança de Voo (SGSV), atualmente em fase de implantação. O sistema tem como objetivo fortalecer a preservação da vida das tripulações, proteger os equipamentos e garantir a manutenção da capacidade operativa da AvEx, assegurando a execução das missões com maior segurança.

Entre os dias 22 e 26 de setembro, a Divisão de Aviação de Segurança, a Chave de Missão Paz/Av e o Instituto de Gestão de Prevenção de Acidentes (IGPM) orientaram e capacitaram os militares das Seções de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (SIPAA) das organizações militares do CAvEx. O treinamento teve como foco o uso eficiente e eficaz do SGSV, garantindo que as equipes estejam preparadas para operar o sistema de forma plena.

O SGSV centraliza informações, relatórios e ferramentas de investigação, além de integrar dados de prevenção e outras documentações essenciais. Com o sistema, será possível gerar gráficos e análises que aumentam a consciência situacional e aprimoram a capacidade operacional das unidades aéreas da Aviação do Exército, contribuindo para a redução de riscos e a melhoria contínua da segurança de voo.


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com Exército Brasileiro

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Venezuela reforça defesa aérea em resposta a ameaças de ataques dos EUA

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A situação na América Latina atingiu um ponto de elevada volatilidade após o Comando de Defesa Aérea do Exército Venezuelano mover visivelmente sistemas de mísseis terra-ar Buk-M2E para o coração da região metropolitana de Caracas. A medida, confirmada por relatórios de Open-Source Intelligence (OSINT) divulgados em 30 de setembro pelo perfil OSINTWarfare, é interpretada como uma resposta direta às declarações de autoridades norte-americanas que consideram ataques aéreos pontuais contra infraestruturas usadas por cartéis de drogas na Venezuela.

A movimentação sinaliza, sem ambiguidades, que o regime de Nicolás Maduro pretende responder a qualquer agressão externa, consolidando a proteção de centros de comando e de infraestrutura crítica. Diferente das movimentações anteriores em direção à costa atlântica, motivadas por tensões com a Guiana sobre a região de Essequibo, desta vez a disposição dos sistemas visa diretamente a proteção das instalações nacionais estratégicas.

Buk-M2E venezuelano

Imagens de fontes abertas e relatórios de redes sociais apontam pelo menos três zonas estratégicas de implantação: o corredor de costa Caracas–La Guaira, o aeródromo La Carlota, no centro de Caracas, e a porção ocidental da capital. O Buk-M2E, variante de exportação do míssil russo Buk-M2, tem alcance de até 45 km e é capaz de interceptar aeronaves, helicópteros e mísseis de cruzeiro, compondo um sistema multiestratificado de defesa aérea, complementado pelos sistemas S-300VM, Pechora-2M e outras plataformas. Juntos, esses sistemas configuram uma capacidade de dissuasão significativa, mesmo que a operacionalidade de algumas unidades possa ser limitada.

A análise OSINT levanta dúvidas sobre a prontidão operacional completa: enquanto em La Carlota uma bateria Buk inclui TELAR (Transporter Erector Launcher and Radar), veículo de comando e radar de engajamento de alvos (TAR), as unidades espalhadas por estradas e áreas costeiras parecem formadas apenas por módulos TELAR/TEL, sem seu radar TAR orgânico. Apesar disso, a presença dos mísseis na região mais sensível do país envia um forte sinal político e militar, reforçando a narrativa interna de Maduro como guardião da soberania venezuelana frente a possíveis intervenções estrangeiras.

S-300 venezuelano

Do lado norte-americano, a resposta não se fez esperar. Washington intensificou a mobilização de aeronaves, incluindo F-35 stealth, drones Reaper, aviões de guerra eletrônica e aeronaves de reabastecimento KC-135 Stratotanker, distribuídos pelo Caribe em Puerto Rico, Curaçao e Aruba. A Marinha dos EUA também reforçou sua presença com destroyers equipados com mísseis guiados e um submarino da classe Virginia, criando um leque de opções que vai de vigilância a possíveis ataques aéreos de precisão.

Embora a defesa aérea venezuelana seja, em teoria, formidável, com 21 caças russos Su-30MKV “Flanker” e unidades mais antigas de F-16, especialistas apontam limitações práticas. Deficiências de manutenção, estoques reduzidos de peças de reposição e dependência da assistência técnica russa podem comprometer a capacidade de resistência a um ataque prolongado. Mesmo sistemas parcialmente degradados, como algumas unidades Buk, complicam o planejamento militar dos EUA, obrigando-os a manter distâncias maiores e aumentando o risco de missões.

Caso ocorra uma ação norte-americana, o emprego de aeronaves stealth, drones e guerra eletrônica seria essencial para neutralizar a defesa aérea, seguido de ataques de precisão com mísseis Hellfire ou bombas guiadas JDAM contra laboratórios e depósitos de drogas. Tal operação, no entanto, representaria um marco histórico, sendo a primeira intervenção aérea significativa dos EUA em território soberano latino-americano desde a invasão do Panamá, em 1989.

Com Caracas reforçando visivelmente seu escudo antiaéreo e Washington considerando opções de ação, a região entrou em uma fase de tensão máxima, onde o risco de escalada e de impactos diretos nas relações entre os EUA e a América Latina cresce de forma exponencial.


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Romênia acelera modernização do Exército com novos carros de combate Abrams e produção local

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O Ministério da Defesa Nacional da Romênia solicitou formalmente ao Parlamento a aprovação para iniciar a adjudicação de contratos das próximas etapas do programa de aquisição de Carros de Combate Principais (MBT's), com o objetivo de reforçar a capacidade operacional do Exército Romeno e atender aos compromissos de defesa nacional e internacional.

A primeira etapa dessa fase, avaliada em US$ 458,2 milhões (sem IVA), tem como foco completar a capacidade do batalhão construído em torno do Abrams M1A2 SEPv3, contemplando a aquisição de metralhadoras, munições, peças de reposição, equipamentos de simulação e teste, serviços de apoio e assistência técnica, transporte e treinamento das tropas. Com isso, o Exército Romeno garante que seus batalhões de carros de combate operem com plena capacidade, incluindo manutenção e instrução completa do pessoal.

A fase seguinte do programa, com custo estimado em €6,49 bilhões (sem IVA), prevê a aquisição de 216 carros de combate e 76 veículos auxiliares, destinados às unidades blindadas e de infantaria das Forças Terrestres, acompanhados de apoio logístico e equipamentos especializados de treinamento. Um dos destaques estratégicos é a cooperação tecnológica e industrial, garantindo que carros de combate e subsistemas sejam produzidos e mantidos no país. De acordo com informações da imprensa especializada, a Romênia pretende produzir internamente cascos blindados, sistemas de mira e componentes de armamento, fortalecendo a indústria nacional e aumentando a autonomia tecnológica das Forças Terrestres.

O programa está alinhado às metas de capacidade da OTAN e da União Europeia, integrando o Plano Nacional de Transformação Militar até 2040, que busca modernizar as forças terrestres romenas e reduzir dependências externas. A fase inicial, iniciada em 2023, envolveu a compra de 54 carros de combate Abrams M1A2 SEPv3 modernizados e 12 veículos de apoio do estoque excedente do Exército dos Estados Unidos, por meio de um acordo Governo a Governo, com valor total de US$ 1,07 bilhão e entrega prevista até 2028.

Embora os Abrams tenham sido selecionados para a aquisição inicial, a Romênia avaliou alternativas, incluindo os Leopard 2 e o K2 Panther coreano, este último destacado por sua proposta de alta transferência tecnológica e integração industrial, permitindo maior produção local e autonomia a longo prazo. O programa também prevê o treinamento de especialistas romenos e a transferência de tecnologias essenciais, reforçando a autossuficiência das Forças Terrestres.

Para o governo romeno, o programa de aquisição de carros de combate representa um investimento estratégico vital. Além de modernizar a frota blindada e fortalecer a base industrial nacional, garante à Romênia uma postura de defesa robusta e preparada para os próximos desafios, integrando tecnologia, treinamento e produção local em um modelo sustentável e alinhado ao cenário internacional.


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Saab e Força Aérea Sueca estreiam sistema antidrones Loke em missão real da OTAN

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A Força Aérea Sueca empregou pela primeira vez, em uma operação real da OTAN, o seu mais novo sistema antidrones, o "Loke". Desenvolvido em cooperação entre a Administração Sueca de Material de Defesa (FMV), a Força Aérea Sueca e a Saab, o sistema já se tornou peça central da capacidade de defesa de bases no país escandinavo.

Entre abril e setembro de 2025, o Loke foi utilizado na Base Aérea de Malbork, na Polônia, onde unidades suecas da 21ª e posteriormente da 17ª Ala atuaram na proteção de instalações aliadas. A missão incluiu a defesa de um importante centro logístico utilizado para o envio de ajuda militar à Ucrânia, em meio ao prolongamento do conflito com a Rússia.

“Operações aéreas eficazes exigem proteção terrestre robusta. Os sistemas que implantamos fortaleceram significativamente a segurança da base, tanto para nós quanto para nossos aliados”, destacou o Tenente-Coronel Christian Bertilsson, comandante do contingente sueco na Polônia.

Um sistema modular e orientado à ameaça

Apresentado oficialmente em fevereiro de 2025, o Loke combina diferentes tecnologias em uma arquitetura modular. O sistema integra o radar móvel Giraffe 1X, da Saab, com a Estação Remota de Armas Trackfire, equipada com metralhadoras pesadas e médias, além de incorporar componentes de guerra eletrônica.

Essa configuração permite o rastreamento de alvos tanto físicos quanto de sinais no espectro eletromagnético, garantindo detecção precoce e diversas opções de neutralização de drones hostis.

Segundo Angelica Persson, Analista de Desenvolvimento de Negócios Anti-UAS da Saab, o Loke representa um avanço obtido em tempo recorde: “Para combater ameaças emergentes, uma cadeia otimizada entre sensor e atirador é crucial. Conseguimos o que muitos consideravam impossível em pouco tempo, incluindo a educação e o treinamento necessários para apoiar a missão. O fato de nossos sistemas antidrones desenvolvidos em conjunto já estarem operacionais em campo prova a eficácia da colaboração entre as Forças Armadas e a indústria de defesa.”

O desenvolvimento do Loke segue em curso. A 21ª Ala da Força Aérea Sueca está agora treinando para operar o sistema em nível de pelotão, ampliando a doutrina de emprego. As lições aprendidas em exercícios recentes, como o Baltic Trust 2025, realizado na Letônia, estão direcionando os ajustes da próxima fase.

O cronograma prevê que, até o final de 2025, o Loke esteja plenamente operacional em todas as unidades em tempo de guerra, consolidando-se como a espinha dorsal da defesa antidrones sueca.

Inovação em tempo acelerado

A estreia do Loke em uma missão real não apenas reforça a capacidade de proteção de bases aliadas no leste europeu, mas também evidencia o potencial do desenvolvimento rápido e orientado por ameaças. Em menos de um ano, a Suécia conseguiu transformar um conceito em um sistema efetivamente operacional no campo de batalha.

Com isso, a Suécia, em parceria com a Saab e a FMV, demonstra que a integração ágil entre Forças Armadas e indústria de defesa pode oferecer resultados concretos diante de novos desafios estratégicos, em especial o uso crescente de drones no cenário de conflitos modernos.


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com SAAB


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Eslováquia Reduz Programa de Carros de Combate Leves a Dois Candidatos: Tulpar e CV90-120

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O Ministério da Defesa da Eslováquia anunciou a redução do seu programa de aquisição de carros de combate leves a dois finalistas: o turco Otokar Tulpar e o sueco CV90-120 da BAE Systems Hägglunds. A decisão excluiu plataformas de destaque, como o Leopard 2A8 alemão e o K2PL Black Panther, fruto de uma parceria entre Coreia do Sul e Polônia.

O Ministro da Defesa, Robert Kalinak, destacou que ambas as plataformas ainda estão em avaliação, oferecendo uma economia significativa de 40% a 50% em comparação aos principais carros de combate considerados anteriormente, de acordo com relatórios oficiais do país. A escolha reflete não apenas os menores custos de operação e manutenção dos carros de combate médios, mas também o maior potencial de participação da indústria local, um fator estratégico para o desenvolvimento da defesa nacional. Kalinak ressaltou que nenhuma decisão final foi tomada e que os veículos podem entrar em serviço na Eslováquia em três a quatro anos.

O Otokar Tulpar se destaca pela flexibilidade de configuração, podendo ser equipado com motores de 700 a 1.100 cavalos e com peso bruto variando entre 28 e 45 toneladas. Sua blindagem pode ser reforçada até o STANAG 4569 Nível 5, garantindo maior proteção ao veículo. O Tulpar ainda suporta diferentes torres, como a belga Cockerill 3105 de 105 mm ou a italiana HITFACT MK-II de 120 mm L45, além de ter sido apresentado em protótipo com o canhão de 120 mm da Leonardo. A empresa turca propôs inclusive a produção local de componentes de torre e plataforma na Eslováquia, reforçando o impacto econômico e tecnológico da aquisição.

Por sua vez, o CV90-120 sueco, baseado no chassi CV90 MkIV, utiliza um canhão de 120 mm com carregador automático desenvolvido em parceria entre a Koval Systems da Eslováquia, a BAE Systems e a Rheinmetall. A plataforma apresenta vantagens logísticas e operacionais para a Eslováquia, principalmente pela compatibilidade com os veículos de combate de infantaria CV90-35, já encomendados pelo país. A infraestrutura existente para a produção do CV90-35 localmente, com a Koval Systems liderando o carregador automático do CV90-120, é considerada um ponto positivo na decisão final, além dos benefícios no treinamento e manutenção da tropa.

A experiência internacional da Otokar na integração de diferentes torres, demonstrada em projetos como o TAIMAS 8×8 IFV do Cazaquistão e o RABDAN 8×8 IFV dos Emirados Árabes Unidos, reforça sua capacidade de adaptar o Tulpar a necessidades específicas e de parcerias industriais, aumentando sua atratividade para países que buscam flexibilidade tecnológica e desenvolvimento local.

Aplicabilidade para o Brasil: Estratégia e Autonomia Tecnológica

O cenário eslovaco serve como referência para o Brasil, que atualmente busca fortalecer suas capacidades de defesa blindada, tanto para o Exército Brasileiro quanto para o Corpo de Fuzileiros Navais. Os requisitos brasileiros incluem veículos leves e médios, com alta mobilidade, proteção escalonável e compatibilidade logística com plataformas existentes, considerando as condições geográficas e operacionais do Brasil, desde o Pantanal e a Amazônia até operações litorâneas e anfíbias.

O Otokar Tulpar, com sua flexibilidade de motores e capacidade de integração de diferentes torres, se apresenta como uma solução que permite adaptação a cenários variados, inclusive com blindagem modular e opção de armamento de 105 a 120 mm. Isso garante ao Exército e à Marinha uma capacidade de resposta rápida e proteção adequada em ambientes de difícil acesso, com manutenção relativamente simples e custo operacional reduzido. A proposta de produção local de elementos da plataforma também se alinha aos objetivos brasileiros de desenvolver a indústria nacional de defesa, gerando empregos e know-how tecnológico.

O CV90-120, por sua vez, oferece compatibilidade com sistemas já consolidados, como os veículos de combate de infantaria CV90-35, permitindo sinergia logística, treinamento unificado e manutenção eficiente. Seu canhão de 120 mm com carregador automático garante poder de fogo elevado e consistência operacional, adequado a cenários de média intensidade, enquanto a experiência de produção local do carregador automático mostra que é possível integrar tecnologia estrangeira à indústria nacional, fortalecendo a autonomia estratégica do país.

Tanto o Tulpar quanto o CV90-120 se inserem dentro do que vem sendo avaliado globalmente para carros de combate leves e médios: mobilidade elevada, modularidade de proteção e armamento, economia de operação e potencial de desenvolvimento industrial local. Assim, uma escolha técnica e estratégica similar à adotada pela Eslováquia poderia posicionar o Brasil de forma competitiva, aumentando suas capacidades de defesa e autonomia tecnológica sem comprometer custos operacionais ou logísticos.


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segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Saab apresenta Gripen E como opção inovadora e econômica para a defesa de Portugal

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O futuro da Força Aérea portuguesa poderá não passar pelos caças de 5ª geração norte-americanos. O ministro da Defesa sublinha que “o mundo mudou” e que é preciso considerar “as melhores opções”, incluindo alternativas de produção europeia. É neste contexto que a sueca Saab levou a Portugal o Gripen E, seu caça de última geração, para assinar dois memorandos de entendimento com empresas da BID portuguesa e apresentar uma aeronave que promete rivalizar com os melhores caças do mundo.

Para Daniel Boestad CEO da Saab, o conceito de gerações de caças é menos relevante do que a capacidade de evolução contínua dos sistemas. “A tecnologia furtiva está, na verdade, um pouco desatualizada. Por isso, o sistema de guerra eletrónica é muito mais adaptável”, afirma. Segundo Boestad, a flexibilidade e a capacidade de adaptação são mais importantes do que permanecer indetectável em combate.

O Gripen E aposta em sistemas avançados de guerra eletrónica que criam uma “bolha eletrônica de 360 graus”, permitindo que a aeronave opere mesmo em ambientes altamente contestados. Embora não tenha tecnologia furtiva completa, o caça sueco apresenta design compacto e reduzida assinatura de radar, aliado a radares AESA que proporcionam elevada consciência situacional ao piloto.

Outro diferencial do Gripen é sua arquitetura de software aberta, que separa hardware de voo e sistemas táticos. Isso permite a integração rápida de novas funcionalidades, como a instalação de inteligência artificial em apenas uma semana, algo sem paralelo entre outras aeronaves. “É um caça que vai durar décadas porque será constantemente atualizado”, reforça Boestad.

Além da capacidade de inovação, o Gripen E destaca-se pela facilidade de manutenção e pela versatilidade operacional, podendo utilizar estradas como pista de decolagem e pouso e operar em ambientes hostis. Com reabastecimento em voo e alcance estendido, o caça pode cobrir todo o território português, incluindo a Zona Económica Exclusiva (ZEE), complementado pelo KC-390 da Embraer em missões conjuntas.

O custo operacional é outro ponto forte apontado pela Saab. Embora não haja valor unitário divulgado, Boestad garante que operar o Gripen é cerca de um terço do custo dos seus principais concorrentes, como F-35 e Rafale. “O importante não é o preço de cada unidade, mas o custo total da frota ao longo da sua vida”, explica.

O interesse de Portugal pelo Gripen E vai além do preço. A política de modernização das Forças Armadas portuguesas prioriza o envolvimento da indústria nacional, garantindo autonomia estratégica. Nesse sentido, a Saab assinou memorandos de entendimento com a OGMA e a Critical Software, visando produção, manutenção e desenvolvimento de software para a aeronave. “São parceiros excelentes independentemente da decisão de compra do Gripen”, afirma Boestad.

O sucesso do programa Gripen no Brasil, com a aquisição inicial de 36 caças, transferência tecnológica e cerca de 13 mil empregos altamente qualificados, serve de modelo para Portugal. A Saab acredita que o país possui empresas capazes de integrar a cadeia global de fornecimento e manutenção da aeronave, fortalecendo a indústria portuguesa e a cooperação estratégica, mas ressalta que a decisão final cabe ao Governo português.


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Exército Brasileiro avalia aquisição de 12 exemplares do H145M

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O Exército Brasileiro (EB) estuda a aquisição de 12 helicópteros H145M, fabricados no Brasil pela Helibras, subsidiária da Airbus Helicopters, como parte do processo de modernização da Aviação do Exército Brasileiro. A iniciativa visa reforçar a capacidade da força em transporte, apoio tático, operações de combate e inserção de tropas, trazendo aeronaves de alta tecnologia para ampliar a eficiência das missões da força terrestre.

O interesse na compra foi revelado pelo General de Divisão Everton Pacheco da Silva, chefe do Escritório de Projetos Estratégicos do Exército, durante audiência pública no Senado Federal, quando discutia-se a PEC 55/2023, que propõe orçamento mínimo para o Ministério da Defesa. Segundo o general, os helicópteros seriam entregues em três lotes de quatro unidades, entre 2028 e 2030, complementando os UH-60M Black Hawk, que já tem a primeira unidade prevista para entrega ainda este ano.

O H145M é um helicóptero bimotor de alto desempenho, capaz de atingir velocidades superiores a 240 km/h, com autonomia de cerca de 3h30min e alcance próximo de 640 km. Pode transportar até dez militares equipados, cargas externas de 1,6 tonelada ou ser configurado para transporte aeromédico com duas macas e equipe médica completa. Seu cockpit digital, equipado com três displays multifuncionais, facilita a tomada de decisão em tempo real, reduzindo a carga de trabalho da tripulação em operações complexas.

Além do transporte e apoio tático, o H145M pode ser equipado com o pacote HForce, que transforma o helicóptero em uma plataforma de combate capaz de operar com metralhadoras calibre .50, canhões de 20 mm, foguetes guiados e mísseis antitanque, incluindo o Spike, já em uso pelo Exército Brasileiro. Sistemas eletro-ópticos e capacetes com display integrado aumentam a consciência situacional e a precisão durante os engajamentos.

Em 2023 durante a LAAD, nosso editor conheceu o H145M


A incorporação do H145M representaria um reforço estratégico entre os helicópteros Fennec e Pantera, ampliando a capacidade de inserção e extração de tropas, transporte de equipamentos e apoio em operações especiais. Produzido localmente, o helicóptero também contribuiria para o fortalecimento da Base Industrial de Defesa nacional, com transferência de tecnologia e geração de empregos qualificados.

Apesar da intenção de compra, nenhum contrato foi assinado até o momento. Caso concretizada, a aquisição dos H145M marcará um passo importante na modernização da Aviação do Exército Brasileiro e no aumento da capacidade operacional do Brasil em missões estratégicas de defesa e segurança.


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Estados Unidos Avaliam Ataques Aéreos na Venezuela para Combate ao Narcotráfico

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O governo dos Estados Unidos estuda ampliar sua atuação no combate ao narcotráfico na região do Caribe, incluindo a possibilidade de ataques aéreos de precisão contra cartéis que operam a partir da Venezuela. Fontes citadas pela NBC News indicam que o planejamento envolve missões cirúrgicas, realizadas com caças de última geração e drones de ataque, focadas em líderes de organizações criminosas e laboratórios de processamento de drogas. A decisão final depende da aprovação do presidente Donald Trump.

Nos últimos dias, o Pentágono deslocou dez caças F‑35 para Porto Rico, juntamente com seis drones MQ‑9 Reaper de reconhecimento e ataque, conhecidos por sua capacidade de vigilância de longo alcance e precisão em alvos estratégicos. O movimento logístico sugere que Washington está considerando todas as opções disponíveis, enquanto busca aumentar a pressão sobre o regime de Nicolás Maduro.

O planejamento ocorre após uma série de ataques a embarcações suspeitas de transportar drogas venezuelanas. Um incidente em setembro, envolvendo um navio atribuído à gangue Tren de Aragua, resultou na morte de 11 pessoas, intensificando a tensão bilateral. O governo norte-americano afirma que Maduro não tem feito esforços suficientes para conter o fluxo de drogas, justificando a presença militar expandida na região.

Do lado venezuelano, as autoridades reagiram com exercícios de defesa aérea e reforço de sistemas capazes de abater aeronaves inimigas, destacando a determinação de proteger o espaço aéreo e a soberania nacional. O ministro das Relações Exteriores, Yvan Gil Pinto, classificou a possibilidade de ataques como “uma ameaça militar ilegal e imoral”, acusando os EUA de objetivar recursos estratégicos como petróleo e gás.

Embora o combate às drogas seja a justificativa oficial, o contexto político sugere objetivos mais amplos. O Departamento de Justiça norte-americano indiciou Nicolás Maduro por tráfico de drogas em 2020 e recentemente aumentou a recompensa por sua captura para US$ 50 milhões. Analistas apontam que ações limitadas podem pressionar o regime sem necessidade de intervenção terrestre direta, criando condições para mudanças políticas internas em Caracas.

Paralelamente à movimentação militar, canais diplomáticos indiretos permanecem abertos. Fontes indicam negociações por intermediários no Oriente Médio, com Maduro demonstrando disposição a conceder algumas medidas para permanecer no poder. Mesmo assim, a Casa Branca mantém posição firme, reiterando que considera o regime ilegítimo e que está preparada para usar “todos os meios necessários” para deter o narcotráfico.

Até o momento, qualquer ataque depende de decisão presidencial, enquanto a região do Caribe mantém elevada presença militar e vigilância reforçada. A situação combina pressão diplomática, movimentação estratégica e preparação operacional, mantendo o tema sob intenso acompanhamento internacional.


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com NBC News


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Gripen na Ucrânia? Expectativa Reforçada, Mas Entrega Permanece Incerta

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Uma recente entrevista do General Havriliuk à edição ucraniana da BBC reacendeu discussões sobre a possível chegada de caças Gripen à Ucrânia, ao lado dos já conhecidos F-16 e Mirage. A menção ao caça sueco, até então apenas especulada, chamou atenção, mas é preciso interpretar a declaração com cautela.

Havriliuk afirmou que entregas adicionais de F-16, Mirage e, surpreendentemente, o Gripen, são esperadas. A escolha da palavra indica uma expectativa estratégica baseada em negociações, e não um compromisso formal com datas definidas. Questionado sobre detalhes, o general manteve a postura típica da comunicação militar: “Basicamente, você nomeou a nomenclatura corretamente, mas não entrarei em detalhes sobre quando, o quê e qual. Vocês saberão quando os virem nos céus da Ucrânia.”

O Gripen é um caça multifuncional de 4ª geração, conhecido por seus baixos custos operacionais e capacidade de operar em pistas curtas ou pouco preparadas, características de interesse para a Ucrânia. Apesar disso, relatos indicam que, em julho de 2024, Kiev teria inicialmente rejeitado a oferta, priorizando a padronização da frota com F-16. A Suécia, por sua vez, mantém uma posição cautelosa. Em setembro de 2025, o Ministro da Defesa sueco, Pal Jonson, reforçou que a venda de Gripen só poderia ocorrer após o fim da guerra, o que torna improvável uma entrega imediata.

A declaração de Havriliuk, portanto, deve ser vista como uma indicação de intenção estratégica. Pode refletir a expectativa de um acordo pós-guerra ou sinalizar uma “porta aberta” para futuras negociações, possivelmente envolvendo modelos mais antigos do Gripen, sem cronogramas definidos. A simples menção ao caça sueco, mesmo de forma indireta, confere peso diplomático ao tema, movendo-o da esfera da especulação para a das intenções concretas.

Enquanto F-16 e Mirage já têm cronogramas de entrega mais claros, a transferência do Gripen permanece em observação, aguardando condições políticas e estratégicas adequadas. Resta acompanhar se e quando a aeronave se tornará operacional nos céus ucranianos, seja como parte de um plano futuro, seja como resultado de oportunidades estratégicas durante ou após o conflito.


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com BBC


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Operação Atlas 2025 - FAB Intensifica Operações na Amazônia com P-95 Bandeirulha em Patrulha Integrada com o NAM Atlântico

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Nos próximos dias, a Força Aérea Brasileira (FAB) vai reforçar suas ações na Operação ATLAS, coordenada pelo Ministério da Defesa (MD) com foco na proteção da Amazônia. O destaque da nova fase da operação será o emprego do P-95 Bandeirulha, aeronave de patrulha marítima do Terceiro Esquadrão do Sétimo Grupo de Aviação (3º/7º GAV), o “Esquadrão Netuno”, sediado na Base Aérea de Belém (BABE).

O P-95 Bandeirulha atuará em conjunto com o Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) Atlântico (A140), da Marinha do Brasil (MB), na região da Foz do Amazonas, no Estado do Pará. A operação busca aumentar a vigilância sobre as águas jurisdicionais brasileiras, integrando esforços aéreos e navais para fortalecer a soberania nacional e garantir a segurança das rotas marítimas.

De acordo com a FAB, a patrulha marítima envolve atividades complexas e coordenadas, que exigem integração e sincronização entre os meios aéreos e navais. Entre as funções, estão o monitoramento das águas, o apoio ao policiamento marítimo e o fornecimento de informações estratégicas em tempo real para apoiar a tomada de decisão das forças em operação.

“O emprego das aeronaves P-95 Bandeirulha no Exercício Atlas reforça o conceito de interoperabilidade entre as Forças Armadas. A aeronave amplia o alcance do monitoramento, oferecendo informações essenciais que apoiam a tomada de decisões em tempo real. Esse emprego não apenas aumenta a eficiência e a segurança de toda a operação, como também evidencia a importância da integração dos meios aéreos nas operações conjuntas”, destacou o major aviador Bernardo Maia, chefe da Seção de Operações do 3º/7º GAV.

Com essa atuação conjunta, a FAB e a MB reforçam a presença do Estado na região amazônica, fortalecendo a proteção da soberania nacional e a segurança das operações em águas estratégicas.


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com FAB


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Avibras em reestruturação: o futuro da soberania nacional em jogo

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A Avibras divulgou um comunicado anunciando o avanço no processo de transição iniciado em agosto. Segundo a empresa, auditorias, diligências, manutenção das instalações industriais e preservação do acervo tecnológico já estão em andamento. Atividades essenciais foram retomadas, reuniões técnicas com clientes estratégicos foram realizadas e há planejamento para restaurar a plena capacidade operacional após três anos de paralisação.

O comunicado fala em uma “Nova Avibras”, alicerçada em governança renovada, estabilidade institucional e estrutura de capital voltada para o longo prazo. Mas é impossível analisar esse anúncio sem considerar o histórico da empresa e o contexto mais amplo da indústria nacional de defesa. A Avibras já enfrentou crises sucessivas, sendo a mais recente em 2022, quando entrou em recuperação judicial devido à queda de contratos internacionais agravada pela pandemia. Nos últimos anos, planos de reestruturação foram aprovados por credores, mas embargos judiciais e exigências fiscais, como certidões negativas de débitos, atrasaram ou paralisaram a execução, mantendo a empresa em um ciclo de incertezas.

O que se observa é que a fragilidade da Avibras não é apenas problema da empresa, mas reflexo de um cenário sistêmico de ausência de políticas de Estado consistentes para a Base Industrial de Defesa (BID). A falta de previsibilidade orçamentária, a ausência de mecanismos claros de incentivo a investimentos estratégicos e a inexistência de apoio real e estruturado do governo deixam empresas essenciais à soberania nacional vulneráveis a crises recorrentes. Sem uma política robusta e contínua, mesmo empresas com tecnologia crítica, como a Avibras, que domina propulsão, integração de sistemas, mísseis, veículos especiais e lançadores de satélites, ficam à mercê de obstáculos financeiros e jurídicos que poderiam ser mitigados com planejamento estratégico de Estado.

O atual momento exige mais do que retórica. A Avibras precisa demonstrar que aprendeu com seus erros passados, recuperando credibilidade junto a trabalhadores, fornecedores e clientes. Mas, ao mesmo tempo, é responsabilidade do Estado criar condições de estabilidade e previsibilidade, garantindo que crises financeiras e burocráticas não comprometam a soberania tecnológica do país. Cada atraso, cada disputa judicial, cada interrupção de pagamento a funcionários ou fornecedores representa não apenas perda de capital humano, mas erosão da autonomia estratégica brasileira.

Se a Avibras conseguir superar entraves históricos e avançar de forma consistente, poderá se tornar um pilar da defesa nacional e da inovação tecnológica, contribuindo para reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros. Mas sem uma política de Estado clara e contínua, a empresa continuará a repetir o ciclo de crises, transformando uma das mais importantes indústrias estratégicas nacionais em exemplo de como a falta de visão governamental, apoio financeiro e planejamento de longo prazo pode corroer décadas de investimento e conhecimento técnico.

Soberania não se improvisa, não se terceiriza e não se sustenta apenas com discursos. O futuro da Avibras é, acima de tudo, responsabilidade do Brasil, do governo, da sociedade e de todos que entendem que a capacidade de defender e projetar tecnologia própria não é luxo, mas necessidade estratégica.


por Angelo Nicolaci


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Fúria nos Céus: O Dia em que os Pilotos Brasileiros Destruíram os Tigers de Hitler

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O céu sobre as montanhas italianas estava cortado pelo rugido ensurdecedor de dois P-47 Thunderbolt da Força Aérea Brasileira em 27 de janeiro de 1945. Entre nuvens e picos gelados, avançavam com precisão e coragem. No comando, o Tenente Luiz Lopes Dornelles, líder da esquadrilha. Em sua Ala, voando em formação, o jovem Aspirante Aviador da Reserva Convocado / BO-71 Raimundo da Costa Canário, com apenas 18 anos, demonstrava já coragem e habilidade de veterano.

Eles estavam em uma missão de caça livre, quando contornando um penhasco, Dornelles avistou a ameaça: uma coluna inimiga avançava pela estrada abaixo. Entre caminhões e veículos, duas silhuetas imponentes eram inconfundíveis: os temidos carros de combate Tiger alemães. Dornelles comunicou pelo rádio: “Canário, você avistou os Tigers alemães?”

Sem hesitar, Canário manobrou o P-47, alinhando a coluna inimiga na mira. Dornelles alertou: “Canário, cuidado com o fogo antiaéreo!”

Mas a adrenalina do combate tomou conta do jovem piloto. Ele acelerou o Thunderbolt, mergulhando sobre a coluna inimiga. O rugido ensurdecedor dos motores dominava o vale, enquanto centenas de projéteis ricocheteavam na fuselagem, batendo como cascalho metálico.

Com calma e precisão, Canário acionou os foguetes do P-47, seguido pelas oito metralhadoras .50, varrendo a coluna inimiga. Caminhões e veículos explodiam em chamas, enquanto o terror se espalhava pelo vale. Voando baixo, ele liberou duas bombas de 500 libras, atingindo diretamente os Tigers. Subindo rapidamente, desviou dos disparos que zuniam perigosamente próximos à fuselagem, mantendo controle absoluto.

Rastros verdes cortaram o céu, um canhão antiaéreo de 20 mm alemão abriu fogo furioso, disparando rajadas letais. Canário manobrou junto a um penhasco, desviando à milímetros da morte, enquanto Dornelles, firme, gritou pelo rádio:“Eu te cubro, garoto!”

O líder mergulhou e destruiu a posição inimiga com rajadas de metralhadora e liberando duas bombas de 500 libras, silenciando o canhão e permitindo que Canário retomasse sua posição.

Sobrevoando os destroços fumegantes, Canário e Dornelles avistaram outro Tiger em fuga. Dornelles se posicionou e disparou seus foguetes, que imobilizaram o gigante, e Canário completou o ataque final com sua última rajada de foguetes, destruindo o Tiger e espalhando fumaça e fogo sobre o vale.

Após a destruição da coluna e dos três Tigers, os brasileiros avistaram um veículo semi-lagarta blindado, tentando escapar. Dornelles se lançou ao ataque primeiro, cortando árvores e abrindo caminho com disparo de suas metralhadoras .50, porém, o semi-lagarta conseguiu escapar com sorte. Mas Canário estava com o veículo alemão em sua mira e seguiu firme voando baixo e alinhado com seu alvo, pressionando o gatilho fez com que as quatro metralhadoras .50 em cada asa disparassem ferozmente, rasgando a blindagem do inimigo. Um disparo atingiu a munição interna, provocando uma explosão colossal, encerrando a perseguição.

Mas o preço da vitória surgiu imediatamente. Ao mergulhar baixo, Canário colidiu com a chaminé de uma fábrica, arrancando um terço da asa direita. O P-47 girou, a fuselagem rangendo, instrumentos oscilando. Instintivamente, Canário puxou o manche e ajustou o leme, recuperando o controle da aeronave enquanto o motor ainda rugia saudável. O rádio estava danificado: ele podia ouvir Dornelles, mas não podia ser ouvido.

Mas ainda havia outro desafio, no retorno à base, duas aeronaves surgiram rapidamente à frente, mergulhando sobre os Thunderbolts brasileiros. Dornelles, acreditando que eram inimigos, orientou Canário a manter o curso e manobrou para atacar. Canário, sem poder avisar, apenas se manteve no curso. Antes que pudesse disparar contra as aeronaves, Dornelles percebeu que eram aliados, tratavam-se de dois Spitfires britânicos e interrompeu imediatamente a investida, realizando uma manobra evasiva para sinalizar sua identidade. Mas os britânicos não perceberam e ainda dispararam, atingindo principalmente a cauda do P-47 de Canário, que girou com os impactos. Com precisão e sangue frio, ele ajustou manche e leme, mantendo o Thunderbolt estável. Só depois os Spitfires perceberam o erro, passaram próximos balançando as asas em pedido de desculpas e se afastaram.

Finalmente, Canário avistou a base e iniciou o pouso. Mas antes de tocar o solo, a torre o colocou em padrão de espera, informando que estavam recebendo outro pouso de emergência. Mesmo com uma asa parcialmente destruída e rádio inoperante, calculou cada ajuste com precisão, mantendo sangue frio, permaneceu em espera até que liberaram o pouso. Canário com maestria conseguiu tocar a pista com segurança, encerrando a missão heroica.

A trajetória de Canário não foi isenta de perigos. Durante sua 14ª missão, em 15 de fevereiro de 1945, foi abatido por fogo antiaéreo, caindo de pára-quedas na “terra de ninguém”, no front da FEB. Resgatado por uma patrulha de pracinhas do 11º RI, foi resgatado no mesmo dia para a Base de Pisa. Já na manhã seguinte, cedo, estava de volta ao cockpit, pronto para cumprir nova missão.

Raimundo da Costa Canário, piloto de combate da Esquadrilha Amarela, completou 50 missões de guerra. Sua primeira missão foi em 20 de janeiro de 1945, e sua última em 1º de maio de 1945.

É emocionante poder contar a história de nossos verdadeiros heróis, sentir a coragem e o heroísmo que cruzaram os céus da Itália em nome do Brasil. Mas é doloroso perceber como essas histórias são relegadas ao esquecimento em nosso próprio país. Enquanto outras nações transformam feitos de bravura em filmes épicos, celebrando o orgulho e a memória de seus heróis, aqui, nossa própria história é ignorada: nossos pracinhas, nossos pilotos, nossos combatentes, símbolos de coragem, honra e sacrifício, permanecem à margem da cultura, da mídia e até da própria história ensinada em nossas escolas.

É um desrespeito histórico que silencia gerações que poderiam se inspirar, e é um chamado urgente para que o Brasil aprenda a valorizar seus verdadeiros heróis e seus valores, para que a memória daqueles que deram tudo pelo país seja preservada, contada e celebrada como merece. Que histórias como a de Raimundo da Costa Canário, Luiz Lopes Dornelles e todos que integraram a FEB e a nossa Força Aérea durante a luta contra o nazifacismo, não sejam apenas páginas de arquivo, mas exemplos vivos de coragem, resiliência e amor à pátria.

"A Cobra Fumou e continua fumando" essa é a força e o espírito indomável de nossos heróis da FEB, que enfrentaram o perigo com bravura e nunca recuaram. E assim, em homenagem a todos esses bravos pilotos e pracinhas, deixamos registrado o lema que os guiava nos céus e nas missões de combate:

"A Cobra vai Fumar"

“Senta Púa!”


por Angelo Nicolaci


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domingo, 28 de setembro de 2025

Defesa fortalece vigilância na Amazônia com tecnologia nacional e integração em tempo real

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A proteção da Amazônia e das fronteiras brasileiras entra em uma nova era marcada pelo uso intensivo de tecnologia, dados em tempo real e integração entre diferentes forças e órgãos de Estado. Em um cenário de desafios crescentes, que envolvem desde crimes ambientais até o tráfico transnacional, o Brasil aposta em soluções desenvolvidas no próprio país para garantir soberania e presença efetiva em um território de dimensões continentais.

A Amazônia Legal, que ocupa mais de 5 milhões de km², exige uma vigilância constante e de longo alcance. A resposta brasileira passa pela utilização de Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP), como o Hermes 900 (H900), fornecido pela AEL Sistemas e já em operação na Força Aérea Brasileira (FAB).

O Hermes 900 é um dos principais ativos nessa estratégia. Com autonomia para voar até 36 horas ininterruptas e operar em grandes altitudes, o sistema é ideal para missões de vigilância em áreas de difícil acesso. Equipado com sensores eletro-ópticos, visão termal e noturna de última geração, o drone é capaz de identificar atividades ilícitas mesmo sob baixa visibilidade, detectando garimpos ilegais, desmatamento, pistas clandestinas e movimentações suspeitas.

Além de monitorar, o H900 pode operar com cargas úteis modulares, como radares de abertura sintética e sensores eletromagnéticos, expandindo sua versatilidade para diferentes missões. Os dados coletados são transmitidos de forma segura e em tempo real, permitindo que decisões estratégicas sejam tomadas com rapidez e precisão.

Integração com Link-BR2 e comunicação segura

Um próximo passo será a integração desses sistemas ao Link-BR2, tecnologia nacional que garantirá o intercâmbio de dados entre plataformas aéreas, navais e terrestres, além de centros de Comando e Controle. Esse ambiente de elevada consciência situacional permitirá que informações críticas sejam compartilhadas entre as Forças Armadas, Polícia Federal, IBAMA e outros órgãos de fiscalização.

A comunicação entre as plataformas é assegurada por sistemas como o Rádio Definido por Software (RDS), também desenvolvido pela AEL, que garante interoperabilidade, criptografia e segurança nas transmissões.

Operações conjuntas já comprovam eficiência

A eficácia dessa integração foi evidenciada em operações como a Samaúma (2021) e a Verde Brasil 2, ambas com foco no combate a crimes ambientais na Amazônia. Nessas missões, o emprego de drones como o Hermes 900 foi decisivo para identificar áreas críticas, subsidiar a atuação em solo e coordenar ações conjuntas das Forças Armadas e agências de fiscalização.

A tecnologia também se mostra essencial em situações de emergência e apoio humanitário. Durante a enchente de 2024 no Rio Grande do Sul, por exemplo, sistemas de monitoramento foram utilizados para mapear áreas alagadas, localizar vítimas e auxiliar equipes de resgate em regiões de difícil acesso, otimizando recursos e salvando vidas.

Amazônia: soberania e liderança global

A defesa da Amazônia vai além das fronteiras brasileiras: trata-se de um patrimônio ambiental estratégico para o planeta. Ao investir em sistemas avançados de monitoramento e integração, o Brasil fortalece sua soberania e se posiciona como referência mundial em sustentabilidade e preservação.

Mais do que um instrumento militar, o uso de tecnologia nacional reafirma o compromisso brasileiro em proteger a floresta, combater ilícitos e responder a emergências, sempre com base na inovação e na integração entre defesa, segurança e meio ambiente.


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com AEL Sistemas


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Defesa discute modelo G2G para ampliar exportações da Base Industrial de Defesa

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O Ministério da Defesa (MD) promoveu, na última quinta-feira (25), em Brasília (DF), uma reunião estratégica com representantes das empresas Alada, Emgepron e Imbel, com o objetivo de avançar na implementação do modelo de Comércio Governo a Governo (G2G) e fortalecer as exportações brasileiras no setor de defesa. O encontro foi organizado pela Secretaria de Produtos de Defesa (Seprod) e reuniu autoridades e executivos para alinhar iniciativas conjuntas que podem ampliar a presença nacional no mercado internacional.

O formato G2G vem sendo demandado por países interessados em firmar acordos com o Brasil, por conferir maior segurança jurídica e respaldo político às transações. Na prática, o modelo permite que o governo atue como intermediário direto, oferecendo garantias às negociações feitas pela Base Industrial de Defesa (BID). Esse tipo de arranjo já é adotado por outras nações com forte presença no comércio internacional de defesa, como os Estados Unidos, a França e a Turquia.

Durante a reunião, foram discutidas negociações em andamento e a participação das empresas brasileiras em feiras e eventos organizados pela Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde) e pelo Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa (Simde). A ideia é utilizar esses espaços como plataformas para apresentar o modelo G2G e abrir novos mercados.

O Secretário de Produtos de Defesa, Heraldo Luiz Rodrigues, ressaltou a importância do encontro como um marco no processo de estruturação do modelo. Segundo ele, está em elaboração um memorando de entendimento que permitirá ao governo conduzir as operações comerciais internacionais em nome das empresas. “As empresas possuem autorização estatutária para esse tipo de transação, e o Ministério da Defesa poderá preparar e conduzir essas operações comerciais”, afirmou.

Participaram da reunião o Secretário-Geral Adjunto do MD, Miguel Ragone de Matos; o Secretário de Produtos de Defesa, Heraldo Luiz Rodrigues; o Presidente da Alada, Sérgio Roberto de Almeida; o Presidente da Emgepron, Amaury Calheiros Boite Junior; o Diretor Comercial da Imbel, Eduardo Rangel de Carvalho; além de assessores jurídicos e autoridades civis e militares ligadas ao setor.

As empresas presentes desempenham papéis centrais na BID. A Alada é responsável por projetos ligados à infraestrutura e navegação aeroespacial; a Emgepron atua no fortalecimento da indústria naval militar e na gestão de projetos estratégicos; enquanto a Imbel fabrica armamentos e sistemas de defesa utilizados pelas Forças Armadas, forças policiais e clientes privados no Brasil e no exterior.

O avanço do modelo G2G é visto como um passo fundamental para que a indústria nacional conquiste maior competitividade global, ampliando as exportações e consolidando o Brasil como um ator relevante no setor de defesa.


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com Ministério da Defesa

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sábado, 27 de setembro de 2025

Tecnologia nacional: Marinha exibe míssil anticarro MAX 1.2 AC durante a Operação Atlas

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A Marinha do Brasil realizou no dia 16 de setembro, no Campo de Instrução de Formosa (GO), a primeira demonstração pública do míssil anticarro MAX 1.2 AC, desenvolvido pela brasileira SIATT. O exercício fez parte da Operação Atlas, coordenada pelo Ministério da Defesa, e reuniu cerca de 2.500 militares em atividades conjuntas das Forças Armadas.

O evento contou com a presença do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, do Comandante da Marinha, almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, de oficiais-generais das três Forças e da secretária-geral do Ministério da Defesa, Cinara Wagner Fredo. Durante a programação, a SIATT também apresentou um simulador de tiro do MAX 1.2 AC, no qual José Múcio e o almirante Olsen tiveram a oportunidade de realizar uma experiência prática de operação do sistema.

O MAX 1.2 AC foi incorporado aos Batalhões de Infantaria de Fuzileiros Navais em junho deste ano e representa um marco para a defesa nacional. O míssil superfície-superfície foi projetado para neutralizar blindados e alvos estratégicos com precisão, reunindo flexibilidade de emprego em diferentes plataformas, alta resistência a contramedidas e simplicidade de operação, fatores que reduzem o tempo necessário de treinamento das equipes.

Segundo a SIATT, o sistema é fruto de anos de pesquisa e desenvolvimento com tecnologia 100% nacional. “Esse sistema fortalece a soberania e amplia a autonomia tecnológica do País, garantindo que nossas Forças disponham de equipamentos avançados e alinhados às suas necessidades. O sistema já está em produção seriada e em breve novos lotes serão entregues para o Exército Brasileiro”, afirmou Robson Duarte, diretor da empresa.

A adoção do MAX 1.2 AC pelas Forças Armadas evidencia a confiança na capacidade da indústria brasileira de defesa em entregar soluções de alta complexidade, reduzindo a dependência externa em sistemas de armas estratégicos.

A Operação Atlas tem como objetivo testar e aprimorar a capacidade de atuação conjunta das Forças Armadas em diferentes cenários, incluindo deslocamentos estratégicos e ações táticas em território nacional. A etapa realizada em Formosa envolveu 2.500 militares, cerca de 180 veículos e aeronaves, além do uso de munição real em demonstrações abertas à imprensa.

Reconhecida como Empresa Estratégica de Defesa (EED), a SIATT é especializada no desenvolvimento de sistemas de armas de alta tecnologia para defesa e segurança. Com foco em inovação e autonomia tecnológica, a empresa tem se consolidado como um pilar no fortalecimento da base industrial de defesa brasileira.


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