domingo, 2 de novembro de 2025

TULPAR BR e HITFACT São Destaque em Visita do Comandante do Exército à Türkiye

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Na última sexta-feira, 31 de outubro, o comandante do Exército Brasileiro, general de Exército Tomás Miguel Mine Ribério Paiva, liderou uma comitiva durante visita à sede da Otokar, em Istambul, Türkiye, onde acompanhou de perto a apresentação do carro de combate TULPAR. O veículo foi exibido em duas versões: a VBCI, equipada com a torre SARC Mizrak, e o Carro de Combate Médio (MMBT), armado com a torre HITFACT MKII da Leonardo, ambas concorrentes no Programa da Nova Família de Blindados sobre Lagartas do Exército Brasileiro.

Representantes da Leonardo confirmaram a parceria estratégica com a Otokar para o projeto TULPAR BR, oferecendo suporte integral às torres HITFACT MKII de 120 mm, tecnologia já apresentada durante a LAAD 2025. A torre HITFACT, que já equipa os blindados Centauro II no Exército Brasileiro, representa um ponto de convergência importante, permitindo simplificação logística, manutenção padronizada e interoperabilidade entre plataformas, além de garantir alto desempenho de fogo e precisão.

A visita da comitiva brasileira teve como foco ampliar a cooperação militar e tecnológica entre Brasil e Türkiye, possibilitando o conhecimento direto de sistemas de armas turcos de última geração e fortalecendo canais de diálogo e parceria entre as indústrias de defesa dos dois países. A experiência permitiu aos oficiais e engenheiros do Exército Brasileiro avaliar de perto capacidades operacionais, ergonomia, proteção balística e potencial de adaptação dos blindados às condições brasileiras.

O general Tomás destacou a importância de visitas internacionais como esta, que contribuem para decisões estratégicas em programas de aquisição e modernização de equipamentos.

A parceria entre Otokar e Leonardo, aliada à avaliação detalhada de sistemas avançados como o TULPAR, demonstra o empenho do Brasil em consolidar sua capacidade de modernização blindada, garantindo ao Exército veículos capazes de atuar em diferentes cenários táticos com eficiência, proteção e interoperabilidade.

A visita reforça a tendência de cooperação internacional em defesa, permitindo intercâmbio técnico e fortalecendo a indústria nacional, enquanto o Exército segue avaliando as melhores opções para a nova família de blindados sobre lagartas, elemento-chave da estratégia de modernização das forças terrestres brasileiras.


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MacJee e AerolD apresentam avanços em drones ao Exército e abrem caminho para novas parcerias

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Representantes das empresas MacJee e AerolD apresentaram, no último dia 24 de outubro, suas capacidades tecnológicas e industriais a integrantes da Diretoria de Fabricação (DF), do Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e do Arsenal de Guerra do Rio (AGR). O encontro ocorreu nas instalações do AGR, no Rio de Janeiro, e teve como foco o fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID) no segmento de drones de categorias 0 e 1, que compreendem aeronaves remotamente pilotadas de pequeno porte voltadas a missões de reconhecimento, vigilância e apoio tático.

Durante a apresentação, foram discutidas possibilidades de parcerias entre o Exército Brasileiro e a indústria nacional, com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento conjunto de tecnologias autônomas e promover maior independência tecnológica no setor. A iniciativa está alinhada ao esforço das Forças Armadas em estimular a inovação e a integração com empresas brasileiras, especialmente em áreas que vêm se mostrando decisivas nos conflitos contemporâneos, como os observados no Leste Europeu e no Oriente Médio.

Um dos destaques do encontro foi a demonstração prática do MQ-18, protótipo de Drone Lançador Múltiplo desenvolvido pela AerolD. O equipamento realizou com sucesso o lançamento de dois simulacros de munições de morteiro de 60 mm, comprovando o domínio tecnológico e a capacidade operacional das empresas nacionais no desenvolvimento de sistemas remotamente controlados com aplicação militar.

A apresentação reforça que o Brasil reúne plenas condições de se tornar um ator relevante na produção e emprego de drones militares, consolidando a BID como protagonista na construção de soluções estratégicas para a Defesa Nacional. O evento representou mais um passo na aproximação entre a indústria e o Exército, evidenciando o potencial de cooperação tecnológica e transferência de conhecimento que pode resultar em ganhos significativos para a soberania e a capacidade operativa do país.



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com Exercito Brasileiro

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Tecnologia brasileira protege o espaço aéreo urbano contra drones armados

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No contexto das recentes operações policiais no Rio de Janeiro, nas quais facções criminosas utilizaram drones armados para atacar equipes de segurança, as tecnologias desenvolvidas pela ADTECH demonstram seu valor estratégico, podendo garantir a proteção efetiva e redução de riscos para agentes e civis. O investimento em soluções nacionais como SIMAD e ATALAIA representa um passo decisivo para modernizar a capacidade operacional urbana, assegurando que o Estado disponha de ferramentas avançadas para enfrentar as ameaças aéreas emergentes.

O SIMAD é um sistema integrado de defesa contra drones não autorizados, capaz de detectar, identificar e neutralizar veículos aéreos não tripulados em tempo real. Desenvolvido para operar em ambientes complexos, o SIMAD proporciona resposta rápida a incursões aéreas, protegendo civis, infraestrutura e equipes de segurança. Já o radar ATALAIA oferece vigilância contínua de múltiplas camadas aéreas, monitorando altitudes variadas e integrando-se diretamente aos centros de comando para suporte à tomada de decisão estratégica.

A aplicação combinada do SIMAD e do ATALAIA permite criar uma muralha tecnológica eficaz contra ameaças aéreas emergentes, oferecendo às forças de segurança capacidade de antecipação, controle e neutralização de drones hostis. Essas soluções são projetadas para operar de forma coordenada com outras plataformas de monitoramento e inteligência, fortalecendo a consciência situacional das operações e ampliando a eficácia das ações preventivas e de resposta.

A ADTECH segue comprometida com o desenvolvimento de tecnologias nacionais de ponta, fornecendo equipamentos adaptáveis, de manutenção local e prontamente integráveis às forças de segurança, contribuindo para uma estratégia de defesa moderna, sustentável e eficiente.


Fonte: ADTECH

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Operação Furnas 2025: Fuzileiros Navais Lançam Drone Tático de Ataque e Marcam Nova Era na Defesa Nacional

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A Marinha do Brasil concluiu nesta semana uma fase decisiva na incorporação de meios não tripulados com capacidade ofensiva ao finalizar os testes de voo de sua primeira aeronave tática remotamente pilotada apta ao emprego letal, etapa que acompanhamos in loco durante a Operação Furnas 2025. O protótipo, desenvolvido e adaptado por militares do Batalhão de Combate Aéreo, já havia sido empregado em lançamentos experimentais na Operação Atlas Armas Combinadas, em setembro, e ganhou agora densidade operacional em exercícios que reproduziram condições reais de emprego, com avaliações de estabilidade de voo, precisão, integração de sistemas e procedimentos de segurança.

O equipamento é compacto, envergadura de 1,64 metro e fuselagem de 65 centímetros, e foi projetado para missões de curta duração, com autonomia em torno de 25 minutos e alcance operacional na ordem de cinco quilômetros. O que o distingue é a adaptação para transporte de uma carga explosiva capaz de neutralizar alvos pontuais, como viaturas e aeronaves leves, sem comprometer o perfil aerodinâmico. Em linguagem coloquial que já circula nos meios militares e na sociedade, trata-se de um “drone kamikaze”, termo popular que remete ao modo de emprego final do aparelho; tecnicamente, porém, a plataforma se enquadra nas chamadas loitering munitions, munições vagantes que patrulham, identificam e atacam um alvo com supervisão humana. No exercício em Furnas vimos esse modo de operação em ação: rota pré-programada por coordenadas, patrulha sobre área delimitada e possibilidade de intervenção manual do piloto até o momento da decisão de engajamento.

A escolha de um perfil autônomo com intervenção humana eventual é significativa. Ela reflete a preocupação em manter controle operacional sobre o uso do meio, reduzindo riscos de engajamentos indevidos e mitigando possibilidades de erros numa cadeia de comando complexa. Em nossas conversas com oficiais e engenheiros do Batalhão, ficou claro que a prioridade é equacionar rapidez de emprego com salvaguardas que minimizem danos colaterais e evitem fratricídio, algo que exige treinamento intenso, protocolos de autorização e robustez nos sistemas de identificação e comunicação.

Outro argumento recorrente entre os operadores é a equação econômica: drones táticos desse tipo apresentam baixo custo de produção em comparação com os ativos que podem neutralizar. É uma assimetria que transforma o cálculo operacional: um aparelho fabricado com um investimento modesto pode ter efeito material desproporcional sobre um alvo de alto valor. Essa dinâmica, vista em conflitos recentes, altera o terreno da dissuasão e da interdição tática, especialmente em ambientes costeiros, ribeirinhos e urbanos, onde a Marinha e os Fuzileiros Navais concentram parte de sua atuação.

Tecnicamente, a plataforma brasileira converge com a filosofia das loitering munitions empregadas em diversos teatros contemporâneos: combinação entre navegação autônoma, guiagem por pontos geográficos e possibilidade de comando remoto. Experiências observadas em conflitos como o da Ucrânia e em operações no Oriente Médio demonstram tanto o potencial de disrupção quanto a vulnerabilidade a contramedidas eletrônicas, interferências de sinal e desafios de identificação em ambiente densamente povoado. Em Furnas, os testes incluíram cenários de degradação de sinal e simulações de interferência, como parte do esforço de validar redundâncias de navegação e proteger o vínculo entre operador e sistema.

O avanço para capacidades ofensivas traz também uma lista de demandas extra‑tecnológicas: amadurecimento doutrinário, regulação interna, regras de engajamento claras e diálogo institucional para estabelecer limites e procedimentos. A Marinha tem conduzido o projeto em ciclos de validação técnica e doutrinária, com atenção a ensaios balísticos da carga, integração com redes de comando e controle e testes de interoperabilidade em operações conjuntas. Especialistas consultados por nós reforçaram que a operacionalização responsável passa por certificações, treinamentos específicos e marcos legais que assegurem conformidade com o direito internacional humanitário e com as normas nacionais de emprego de força.

Há também um componente estratégico e de soberania industrial no desenvolvimento interno do protótipo. Conceber, adaptar e testar a plataforma dentro das Forças Armadas reduz dependência de fornecedores estrangeiros, permite customização segundo a geografia e as necessidades brasileiras e gera conhecimento técnico que pode retroalimentar a indústria nacional de defesa. Na prática não se trata apenas de um projeto de material, mas da construção de uma cadeia de capacidades, operadores, doutrina, manutenção, comunicações e contramedidas, que se bem desenvolvida, amplia a autonomia do país em um domínio cada vez mais decisivo.

Ao acompanhar de perto o adestramento em Furnas, observamos que o projeto já mudou aspectos culturais dentro do Batalhão de Combate Aéreo: a aceitação de conceitos de guerra remota, a necessidade de sinergia com guerra eletrônica e vigilância, e a priorização de processos de autorização rápidos e seguros. Em termos operacionais, a limitada autonomia e o alcance restrito posicionam a plataforma para missões táticas de curta duração, ataques cirúrgicos, interdição e apoio a unidades em assalto, em vez de missões de longo alcance. Essa característica, longe de ser uma limitação, define um conjunto de usos práticos e relevantes para a Marinha, sobretudo em áreas onde a presença física de meios convencionais é difícil ou arriscada.

O uso de drones armados, sob a denominação popular “drone kamikaze”, é hoje tema de debate global por razões óbvias: impacto sobre civis, escalada de conflito, responsabilização e ética no emprego de força. No Brasil, a abordagem adotada pela Marinha, ao enfatizar ciclos de testes, integração doutrinária e controle humano sobre engajamentos, sinaliza uma preocupação em alinhar inovação com governança. Mesmo assim, permanece aberto o desafio de construir transparência institucional e mecanismos de prestação de contas que deem segurança à sociedade sobre os limites e o alcance do emprego desses meios.

Os próximos passos anunciados pela Marinha envolvem novos ciclos de qualificação, avaliações balísticas e de resistência, refinamentos nos sistemas de navegação e comunicações e estudos de emprego conjunto que permitirão situar o sistema em matrizes táticas coerentes com a defesa nacional. Não há, por ora, cronograma público de introdução em serviço, e isso é condizente com a necessidade de maturidade técnica e jurídica antes de qualquer adoção operacional.

A presença de equipes nacionais desenvolvendo e testando a plataforma, aliada ao acompanhamento direto do adestramento em Furnas por nossa reportagem, demonstra que a Marinha avança com pragmatismo: experimenta, aprende e integra tecnologia com cautela. Em um mundo que acelera a automação do combate, o diferencial brasileiro poderá estar na capacidade de combinar inovação, controle humano e normas claras de emprego, evitando os atalhos que podem minar a legitimidade do uso da força. É nesse equilíbrio, entre ousadia tecnológica e responsabilidade institucional, que se joga o futuro imediato das capacidades não tripuladas na Marinha do Brasil.


por Angelo Nicolaci


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com Marinha do Brasil

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sábado, 1 de novembro de 2025

Avibras aciona Justiça por suposto uso indevido de propriedade intelectual; SIATT diz não ter sido notificada

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A Avibras Indústria Aeroespacial S.A., em Recuperação Judicial, informou ter ingressado com uma notificação judicial contra a SIATT para apurar possíveis indícios de uso indevido de propriedade intelectual.

A Avibras não detalhou o conteúdo da notificação, mas o tema envolve tecnologias sensíveis do setor de defesa, o que gerou atenção da Base Industrial de Defesa (BID).

Em nota, a SIATT afirmou ter tomado conhecimento do assunto apenas pela imprensa e ressaltou que ainda não foi formalmente notificada. A empresa declarou que só irá se manifestar após receber os documentos oficiais, reforçando respeito ao devido processo legal.

A SIATT destacou ainda que sua atuação segue princípios de ética, transparência e conformidade com legislações nacionais e internacionais, além de reafirmar seu compromisso com a inovação tecnológica, o fortalecimento da BID e a autonomia tecnológica do Brasil.

O caso deve evoluir inicialmente no campo jurídico. Novas informações serão divulgadas conforme houver manifestações oficiais das partes.


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Mexicanização Brasileira - Facções ocupam espaços do Estado e avançam sobre serviços públicos e negócios legais

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O poderio do crime que motivou a ação policial no Rio de Janeiro não é um caso isolado. É a tradução de uma doença metastática que consome o Brasil. O que se vê no Rio hoje é apenas o ensaio geral, a prévia mais avançada do que todo o país experimentará amanhã se não acordarmos para a realidade brutal: o crime não mais opera à margem do Estado; ele se infiltrou em suas veias e diversificou seus negócios em escala industrial.
 
O conceito de crime organizado transcende em muito aquele já conhecido como ilícito comum. Estamos falando de um conglomerado infiltrado nas instituições públicas, com gestão corporativa, que sistematicamente corrompe e coopta o Estado para garantir a impunidade e expandir seus impérios. Esta não é uma teoria conspiratória. É a prática documentada de facções como o PCC e o Comando Vermelho, que hoje controlam cadeias inteiras do poder público. A infiltração é a nova arma, agora eficaz e silenciosa. As fraudes em concursos públicos, criminosos eleitos para parlamentos e um judiciário leniente são as provas cabais de êxito desta estratégia.
 
Além disso, é um erro reduzir o poder do crime apenas ao tráfico de drogas. Atualmente uma vasta e complexa teia econômica lava seus recursos e financia sua expansão. Facções dominam o contrabando de cigarros, comercialização de vapes, adulteração de combustíveis em escala nacional e, de forma mais visível, parcelas do lucrativo mundo das apostas que envolvem influenciadores. Segundo a Receita Federal, apenas 27 das 134 empresas do setor possuem registro regular, criando um ambiente fértil para lavagem de dinheiro.
 
Enquanto o Rio de Janeiro chama a atenção pela visibilidade, vastas regiões do Norte e Nordeste do país já vivem sob um silencioso e férreo controle das facções. Inúmeras cidades têm seu comércio, transporte e até a vida social ditados pelo crime. Prefeitos governam sob a tutela de grupos criminosos ou fazem parte deles, enquanto a população vive sob a lei do silêncio, sabendo que o Estado, quando aparece, é muitas vezes apenas uma extensão do poder do tráfico e das milícias. Segundo o Monitor da Violência, 15% dos municípios brasileiros relataram episódios de guerra entre facções em 2023, um aumento de 40% em relação a 2020. São batalhas pelo domínio territorial.
 
Este cenário é a materialização do que especialistas chamam de “mexicanização”. Não se trata de uma simples importação cultural, mas da adoção de um modus operandi onde os cartéis não apenas disputam mercados ilícitos, mas contestam o monopólio estatal da força e controlam porções significativas do território e da economia formal e informal. O destino lógico e aterrador deste caminho é o nascimento de um modelo de narcoestado, onde as decisões de política pública, as nomeações para cargos-chave e a agenda econômica são influenciadas pelos interesses escusos que, além do crime, controlam parcelas do comércio, política, entretenimento, energia e outros setores.
 
A ação no Rio é um sintoma de uma guerra civil assimétrica, um conflito armado onde o Estado reage à superfície do problema, mas perde a guerra silenciosa nos corredores do poder e no campo econômico. Enquanto não houver uma estratégia nacional, unindo inteligência, investigação financeira, combate implacável à lavagem de dinheiro e, sobretudo, a desinfecção da máquina pública cooptada por essas milícias e facções, estaremos apenas enxugando gelo. O Brasil está caminhando a passos largos para se tornar o que o Rio já é: a tradução de um Estado falido.


por: Márcio Coimbra, CEO da Casa Política e Presidente-Executivo do Instituto Monitor da Democracia. Conselheiro e Diretor de Relações Internacionais da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig). Mestre em Ação Política pela Universidad Rey Juan Carlos (2007). Ex-Diretor da Apex-Brasil e do Senado Federal.
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AEROMOT lança Pedra Fundamental do AeroCITI e projeta o RS como referência da aviação no hemisfério sul

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A cidade de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre, tornou-se palco de um marco histórico para a aviação brasileira. A Aeromot lançou, no dia 23 de outubro, data em que se celebra o Dia do Aviador, a Pedra Fundamental do AeroCITI, Aerocentro Integrado de Tecnologia e Inovação, um empreendimento que promete transformar o Rio Grande do Sul em um dos mais importantes polos aeronáuticos e tecnológicos da América Latina. Com investimento estimado em R$ 3 bilhões, o projeto representa um salto no desenvolvimento industrial, científico e econômico do Estado e do país.

A cerimônia de lançamento foi marcada por um clima de entusiasmo e otimismo, reunindo autoridades dos mais diversos segmentos. Estiveram presentes secretários estaduais e municipais, deputados, representantes das Forças Armadas, da segurança pública, lideranças empresariais e acadêmicas. O evento simbolizou não apenas o início das obras, mas o começo de uma nova era para a aviação brasileira, uma era de inovação, sustentabilidade e integração entre governo, indústria e sociedade.

Durante o lançamento, o governador Eduardo Leite destacou o impacto transformador do AeroCITI para o Estado, apontando o projeto como um motor de desenvolvimento regional e nacional. Segundo ele, o empreendimento resgata o protagonismo gaúcho no setor aeronáutico. “Estamos falando de empregos que consolidam a vocação do Rio Grande do Sul para a tecnologia e tornam o Estado referência em engenharia e inovação. O AeroCITI recupera o orgulho e o legado da aviação gaúcha”, afirmou o governador.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, também ressaltou o caráter abrangente do projeto, destacando que seus efeitos vão muito além da indústria aeronáutica. “O AeroCITI é um investimento significativo e simbólico para um Estado que se reconstrói após os desafios climáticos recentes. Ele traz novas oportunidades em áreas como turismo, educação, sustentabilidade e formação de talentos”, observou.

Concebido como um ecossistema integrado de inovação, o AeroCITI segue o conceito de aerotrópole, conectando infraestrutura aeroportuária, mobilidade aérea, centros de pesquisa, parques tecnológicos e espaços de cooperação entre empresas e universidades. O CEO da Aeromot, Guilherme Cunha, definiu o empreendimento como uma visão de futuro baseada na quíntupla hélice da inovação, que integra indústria, governo, ciência, sustentabilidade e sociedade. “O AeroCITI é símbolo de progresso, conhecimento e inovação, com impacto global. Ele nasce movido pela cooperação e sustentabilidade, reafirmando o papel do Brasil como protagonista do futuro da aviação”, destacou o executivo.

Entre os anúncios mais significativos realizados durante o evento está o desenvolvimento da primeira aeronave de transporte movida a etanol do mundo, um projeto totalmente brasileiro que será concebido no próprio Rio Grande do Sul. A iniciativa reforça o compromisso da Aeromot com a sustentabilidade e com o avanço tecnológico da aviação verde, um dos segmentos mais promissores da indústria aeronáutica global.

Outro destaque foi a formalização de parcerias estratégicas com o conglomerado italiano Leonardo Helicopters e com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), duas instituições de referência mundial em engenharia aeronáutica e inovação. A colaboração entre Aeromot e ITA resultou na assinatura de um protocolo de intenções para o Programa de Formação e Capacitação em Engenharia, que prevê a criação de um centro de excelência em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Oito instituições de ensino e pesquisa já integram a iniciativa, consolidando o ecossistema de inovação e qualificação de profissionais no setor aeronáutico brasileiro.

O prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata, celebrou o impacto do empreendimento sobre a economia e a identidade local. Segundo ele, o complexo também impulsionará o turismo técnico e educativo. “Estamos inaugurando um polo que troca tecnologia com o mundo e atrai turismo, fortalecendo Guaíba como a capital da aviação”, afirmou. O projeto prevê ainda um museu a céu aberto dedicado à aviação, com 24 mil metros quadrados de área, integrando cultura e inovação em um mesmo espaço.

O AeroCITI será composto por uma fábrica de aeronaves certificadas, centros de pesquisa e manutenção, um hub de inovação e infraestrutura aeroportuária capaz de operar como alternativa ao Aeroporto Internacional Salgado Filho. Parceira da Aeromot desde 2016, a Diamond Aircraft também terá produção no Brasil, ampliando sua atuação para atender à crescente demanda do mercado latino-americano.

Com investimento total de R$ 3 bilhões e previsão de geração de 1.500 empregos diretos e indiretos, o AeroCITI consolida-se como um marco na história da indústria aeronáutica nacional. Mais do que um empreendimento econômico, o projeto expressa uma visão estratégica de país, um Brasil que aposta em sua capacidade de inovar, desenvolver tecnologias próprias e ocupar posição de destaque no cenário global.

O lançamento da Pedra Fundamental do AeroCITI reafirma o protagonismo do Rio Grande do Sul como novo eixo de inovação aeronáutica e tecnológica do hemisfério sul, reforçando o papel do Estado e do país em um setor de altíssimo valor agregado. O empreendimento é fruto de uma integração exemplar entre governo, indústria, academia e sociedade, demonstrando como a cooperação e o planejamento estratégico podem gerar resultados concretos, sustentáveis e transformadores.

Ao unir tradição e futuro, a Aeromot inscreve seu nome entre os protagonistas da retomada da aviação brasileira. O AeroCITI é mais do que uma obra de infraestrutura, é um símbolo de reconstrução, resiliência e visão de futuro. Um projeto que coloca o Brasil na rota da aviação mundial sustentável e reafirma a capacidade nacional de sonhar alto, inovar e realizar.


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sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Mostra BID Brasil 2026: confiança e protagonismo marcam o lançamento da 9ª edição, com 60% da área já reservada

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A Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE) realizou, na manhã do dia 29 de outubro, o lançamento oficial da 9ª Mostra BID Brasil, um dos eventos mais relevantes da Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS). A cerimônia, ocorrida na sede da entidade em São Paulo, contou com a presença de representantes de empresas associadas, autoridades civis e militares, além de convidados do setor. Com participação presencial e on-line, o lançamento reafirmou o protagonismo da indústria de defesa brasileira e demonstrou o grau de confiança e credibilidade que a Mostra conquistou ao longo dos anos.

Marcada para os dias 24 a 26 de novembro de 2026, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, a 9ª edição já nasce com um resultado expressivo: 60% da área de exposição foi reservada logo após o lançamento. Esse número, além de significativo, reflete o engajamento imediato das empresas e o reconhecimento da importância do evento como uma vitrine estratégica da capacidade tecnológica e industrial do país. A confiança do setor na Mostra BID Brasil não surge por acaso, ela é fruto de um trabalho contínuo de fortalecimento da BIDS, conduzido pela ABIMDE em parceria com o Ministério da Defesa, as Forças Armadas e as principais empresas nacionais.

Durante a apresentação, foram detalhadas as condições comerciais, as cotas de patrocínio e a nova configuração da feira, que em 2026 será realizada com dois pavilhões de exposição e uma área ampliada para demonstrações práticas, palestras e atividades institucionais. A proposta é oferecer uma experiência mais imersiva, com maior conforto para os visitantes e melhor visibilidade para as empresas expositoras. Essa estrutura reforça a evolução da Mostra ao longo das edições, consolidando-a não apenas como um evento de negócios, mas como um espaço de integração, debate e cooperação internacional.

O Presidente-Executivo da ABIMDE, Tenente-Brigadeiro do Ar R/1 José Augusto Crepaldi Afonso, destacou que os resultados do lançamento superaram todas as expectativas e reforçam o papel da Mostra como principal plataforma de exposição da indústria nacional de defesa e segurança. Segundo ele, a adesão imediata das empresas confirma o nível de mobilização e de maturidade do setor, que hoje ocupa uma posição estratégica dentro da economia e da política de soberania nacional. Para o Diretor de Projetos da ABIMDE, Coronel Antonio Ribeiro, o sucesso do lançamento é um indicativo claro do prestígio que o evento conquistou ao longo dos anos. Ele ressaltou que alcançar 60% da área reservada logo no início das inscrições demonstra o quanto a Mostra BID Brasil se tornou um símbolo de confiança, eficiência e oportunidade para o setor.

A Mostra BID Brasil é reconhecida como o principal ponto de encontro entre a indústria, as autoridades civis e militares e as delegações estrangeiras interessadas em cooperação tecnológica e comercial. É nesse ambiente que o Brasil exibe ao mundo o resultado de sua competência técnica e a robustez de sua cadeia produtiva em defesa e segurança, setores fundamentais para o fortalecimento da soberania nacional e o desenvolvimento científico e tecnológico do país. O evento também serve como um importante instrumento de diplomacia e projeção internacional, abrindo espaço para acordos bilaterais, transferência de tecnologia e novos investimentos.

Participaram do lançamento empresas que representam o melhor da engenharia e da inovação brasileiras, como ADTECH, AEL Sistemas, Akaer, AMAZUL, ARES, ATECH, Condor Non Lethal Technologies, Embraer, EMGEPRON, Helibras/Airbus, IMBEL, Kryptus, Mac Jee, Saab, Safran Eletrônica & Defesa, SIATT e XMobots, entre outras. Também estiveram presentes virtualmente o Coordenador-Geral de Promoção Comercial da Secretaria de Produtos de Defesa (SEPROD), Arthur Diniz Marra, e representantes do Departamento de Promoção Comercial (DEPCOM), do Ministério da Defesa, reforçando a parceria entre o poder público e a indústria nacional.

O evento de 2026 contará com áreas internas e externas de exposição, espaços dedicados a demonstrações, palestras e atividades institucionais, além de ambientes planejados para networking e reuniões estratégicas. A nova configuração foi desenvolvida para valorizar as empresas expositoras e otimizar o fluxo de visitantes, permitindo que o público tenha contato direto com tecnologias de ponta e soluções inovadoras desenvolvidas no país. Essa modernização da estrutura da feira traduz o compromisso da ABIMDE com a constante evolução da Mostra e com o fortalecimento da presença brasileira no cenário internacional.

Ao longo dos anos, a Mostra BID Brasil consolidou-se como uma vitrine da capacidade nacional em desenvolver produtos e soluções de alta complexidade tecnológica. Mais do que uma feira, tornou-se um espaço de afirmação da soberania nacional e de valorização do conhecimento brasileiro em áreas estratégicas. O evento tem papel fundamental na integração entre o setor produtivo, o meio acadêmico e as instituições de pesquisa e desenvolvimento, estimulando a inovação e a busca por autossuficiência em tecnologias críticas para a defesa e a segurança.

O êxito do lançamento da 9ª edição reafirma o protagonismo do Brasil no contexto latino-americano e no hemisfério sul em termos de produção tecnológica e integração internacional na área de defesa. A Mostra BID Brasil é um exemplo claro de como o país vem consolidando sua posição de liderança regional, mostrando que possui não apenas uma base industrial sólida, mas também capacidade de articulação e visão estratégica.

A edição de 2026 chega com a missão de reforçar o papel da BIDS como pilar de desenvolvimento nacional. A indústria de defesa e segurança é, cada vez mais, um motor de inovação que gera empregos qualificados, estimula a pesquisa científica e fortalece a economia. A Mostra BID Brasil é, portanto, um reflexo desse movimento, sendo ao mesmo tempo um ponto de encontro de especialistas e um palco para o futuro da tecnologia nacional.

O sucesso do lançamento da 9ª Mostra BID Brasil mostra que o país segue firme na construção de uma indústria de defesa moderna, eficiente e voltada para o futuro. É essencial, no entanto, que o poder público mantenha o compromisso de garantir os recursos necessários para o fortalecimento e a ampliação da Base Industrial de Defesa e Segurança. Investir nesse setor é investir na soberania, na capacidade de resposta do Estado brasileiro e na valorização de uma indústria que, além de estratégica, é motivo de orgulho nacional.

A BID Brasil 2026 promete ser não apenas uma feira, mas um marco no caminho de consolidação da indústria de defesa como um dos grandes vetores da geopolítica brasileira. Um espaço onde o país reafirma sua competência, sua visão de futuro e sua determinação em ocupar um papel de destaque no cenário internacional, com tecnologia, inovação e orgulho nacional.


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com Rossi Comunicação

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quarta-feira, 29 de outubro de 2025

EDITORIAL - "Rio à mercê do narcoterrorismo": até quando o governo federal vai assistir?

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As operações recentes nos complexos da Penha e do Alemão lembram, em muitos aspectos, táticas empregadas por grupos terroristas internacionais como o Hamas. Facções criminosas no Rio demonstraram coordenação impressionante, utilizando drones armados para atacar policiais, comunicação via aplicativos para organizar bloqueios de ruas e mobilização de civis como auxiliares estratégicos. Cada movimento foi planejado com precisão operacional, enquanto parte da cobertura midiática insiste em inverter a narrativa, culpando as forças do Estado e minimizando a sofisticação e o impacto do narcoterrorismo.

Ao lado dessas técnicas de combate, surgem práticas que chamam atenção pelo caráter sistemático e pela intenção evidente de manipular a percepção pública. Relatos, imagens de campo e testemunhos coletados no pós‑confronto apontam para ações coordenadas de limpeza do cenário: moradores e apoiadores teriam removido armas, equipamentos militares, coletes e uniformes dos combatentes caídos; teriam reorganizado corpos e deslocado elementos do local; teriam recolhido e ocultado armamento. Há indícios de que essas ações visaram produzir imagens e narrativas que apresentassem as vítimas como civis desarmados, favorecendo alegações de massacre e ofuscando que se tratava de combatentes fortemente armados e preparados para o conflito. Tais procedimentos, se confirmados, configuram não apenas manipulação de cena, mas uma operação de guerra psicológica pensada para influenciar a opinião pública e contaminar o debate sobre a legitimidade da ação estatal.

Enquanto isso, o Estado do Rio de Janeiro demonstra coragem e profissionalismo numa guerra urbana cada vez mais híbrida e tecnológica. Policiais do CORE, BOPE e demais unidades especiais atuaram sob ataques diretos, drones lançando explosivos e táticas de guerra psicológica coordenadas, mantendo disciplina e foco operacional em condições extremas. Sem essa ação enérgica, as facções consolidariam ainda mais territórios, impondo lei própria, medo e um poder paralelo que transforma bairros em zonas de facto controladas por criminosos.

A omissão e a resposta insuficiente do governo federal tornam esse quadro ainda mais grave. Deixar o Rio sozinho diante de estruturas criminosas que operam com logística de guerra, financiamento transnacional e rotas de armamento é abdicar de uma função constitucional básica: coordenar e apoiar estados frente a ameaças que ultrapassam fronteiras administrativas. A falta de políticas nacionais continuadas, de financiamento estável e de integração entre forças federais e estaduais empurra o peso do confronto para os ombros do Rio, expondo agentes e civis a riscos evitáveis.

A modernização do aparato de segurança é, portanto, imperativa. Investimento estratégico em drones de patrulha, radares urbanos, sistemas C‑UAS e integração tecnológica, preferencialmente com soluções nacionais, é condição para reduzir a vulnerabilidade do espaço aéreo e mitigar ataques que hoje chegam do céu. Não se trata de militarizar por militarizar, mas de equipar o Estado com ferramentas compatíveis com a ameaça que enfrenta: um inimigo que pensa e age como organização paramilitar e que emprega tecnologia para atacar e manipular.

Não podemos omitir a dimensão humana dessa batalha. Homenageamos os policiais que tombaram no cumprimento do dever, prestamos solidariedade aos feridos que lutam pela recuperação e reconhecemos o sacrifício dos que continuam em campo. São homens e mulheres que arriscam a vida pela manutenção da ordem e da segurança pública; são heróis que merecem respeito, memorial e apoio do Estado e da sociedade.

O Rio de Janeiro mostra que não recua diante do narcoterrorismo. Mas a eficácia dessa resistência depende de visão estratégica, continuidade de políticas públicas e investimento real em tecnologia, inteligência e programas de estabilidade pós‑operação. Até quando o governo federal vai assistir, enquanto o Estado assume sozinho a responsabilidade de proteger vidas, recuperar territórios e enfrentar uma ameaça que não aceita meios‑tons?


por Angelo Nicolaci


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Guerra urbana no Rio: investimento em drones e sistemas antidrones é estratégico e urgente

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A operação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão em 28 de outubro de 2025 evidenciou de forma inequívoca que o narcoterrorismo no Rio de Janeiro não é mais apenas crime urbano: trata-se de um conflito híbrido, no qual o domínio do espaço aéreo se tornou tão estratégico quanto o controle de ruas e vielas. Durante o confronto, facções criminosas lançaram explosivos utilizando drones, demonstrando capacidade tecnológica avançada e um entendimento operacional sofisticado. Esse episódio deixou claro que, para proteger policiais, civis e infraestrutura crítica, o Estado precisa investir urgentemente em um ecossistema integrado de vigilância aérea e sistemas antidrones, capaz de operar de forma contínua, previsível e coordenada.

O núcleo dessa estratégia envolve drones próprios de patrulha e monitoramento, equipados com câmeras de alta resolução, sensores de infravermelho e capacidade de comunicação em tempo real com centros de comando. Esses veículos permitem rastrear movimentos suspeitos, antecipar ataques e apoiar operações de retomada territorial. Para neutralizar drones hostis, sistemas C‑UAS como o SIMAD da brasileira ADTECH podem atuar em múltiplos níveis: detectando a presença de drones em áreas críticas, identificando sinais de comando e controle e, quando necessário, interferindo na navegação ou efetuando a interceptação física, dependendo da ameaça. Radares ativos como o ATALAIA complementam o conjunto, garantindo cobertura aérea em diferentes altitudes e integrando alertas diretamente aos centros de operação, criando uma consciência situacional ampla e em tempo real.

A arquitetura operacional ideal consiste em camadas interdependentes. No primeiro nível, drones de patrulha e sensores fixos monitoram o espaço urbano continuamente. No segundo, sistemas C‑UAS interceptam qualquer incursão não autorizada, com protocolos automatizados de alerta e neutralização. No terceiro, o centro de comando consolida dados de múltiplas fontes, incluindo inteligência humana, imagens de satélite e comunicação policial, permitindo decisões táticas rápidas e precisas. Essa integração garante que, mesmo em áreas densamente povoadas, os agentes possam atuar com menor risco e maior eficiência, transformando o cenário urbano em um ambiente controlado e monitorado.

O roadmap de implementação deve ser gradual, mas consistente. Inicialmente, é necessário identificar pontos críticos de vulnerabilidade e instalar radares e sensores estratégicos, acompanhados de drones de patrulha com capacidade de resposta imediata. Na segunda fase, o sistema C‑UAS deve ser integrado, com testes de detecção e neutralização em ambiente controlado. Em seguida, o centro de comando deve consolidar dados de todas as plataformas, criando protocolos operacionais padronizados e garantindo interoperabilidade entre unidades e forças estaduais. Finalmente, treinamentos contínuos, manutenção preventiva e atualização tecnológica garantem que o sistema se mantenha eficaz frente à evolução das táticas criminosas.

O uso de tecnologias nacionais, como as desenvolvidas pela ADTECH, agrega um diferencial estratégico essencial: manutenção local, customização para o ambiente urbano brasileiro, integração com infraestrutura já existente e independência de fornecedores internacionais. A adoção de drones como o HARPIA, radares ATALAIA e sistemas SIMAD permite não apenas defender agentes e civis, mas criar um padrão operacional moderno, sustentável e replicável em outras regiões do país que enfrentam desafios semelhantes.

C-UAS SIMAD da ADTECH

A operação de 28 de outubro demonstrou de forma clara que, sem investimentos pesados e coordenados em drones, sistemas antidrones e integração tecnológica, o Estado continua reativo, sujeito a perdas humanas e à ação indiscriminada de facções armadas. Modernizar o aparato de defesa urbana é, portanto, uma necessidade estratégica urgente. Significa proteger vidas, restabelecer a presença do Estado em territórios vulneráveis e garantir que operações de retomada territorial sejam duradouras, eficientes e sustentáveis. O futuro do combate ao narcoterrorismo urbano depende de visão, planejamento e execução tecnológica capaz de acompanhar a sofisticação do inimigo.


por Angelo Nicolaci


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Estado do Rio de Janeiro reage com firmeza à escalada do narcoterrorismo

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O Rio de Janeiro viveu nesta terça-feira (28) um dos capítulos mais intensos de sua luta histórica contra o narcotráfico. A megaoperação deflagrada pelas forças de segurança do Estado nos complexos da Penha e do Alemão representou um marco na política de enfrentamento direto ao crime organizado. Longe de ser apenas uma resposta pontual, a ação simboliza o esforço de um Estado que, há décadas, carrega o fardo de combater praticamente sozinho uma guerra silenciosa e cada vez mais aberta, contra o narcoterrorismo que se alastra por suas comunidades.

O governador Cláudio Castro definiu a operação como “um dia importante para o Rio de Janeiro”, ressaltando que se trata da maior operação da história da polícia fluminense e de “um duro golpe na criminalidade”. A declaração traduz o espírito de um governo que compreende a necessidade de retomar o controle territorial e moral sobre áreas que há muito tempo foram sequestradas por facções criminosas.

Mas a contundência da ação também expõe uma dura realidade: o abandono do Rio de Janeiro por parte do governo federal, que, diante de um cenário de crescente violência e avanço das organizações criminosas, tem se limitado a discursos genéricos e gestos simbólicos. Enquanto o Estado age com coragem e determinação, a União parece fechar os olhos para a gravidade de uma crise que já ultrapassa os limites da segurança pública e ameaça diretamente a soberania nacional.

O secretário de Segurança Pública do Estado, Victor Santos, foi claro ao afirmar: “Estamos falando de 9 milhões de metros quadrados de desordem urbana. É impossível enfrentar isso apenas com o efetivo do Estado.” A declaração é um grito de alerta e de socorro dirigido a Brasília. Segundo ele, “o Estado do Rio não tem condições de enfrentar sozinho o crime organizado”, enfatizando a necessidade urgente de apoio logístico, financeiro e operacional da União.

Essa negligência federal tem custos humanos. São vidas de policiais e cidadãos ceifadas pela falta de uma política nacional de combate ao narcotráfico articulada, moderna e permanente. O Rio de Janeiro, apesar de ser o epicentro da crise, não é uma ilha, é o espelho de um problema que se alastra por todo o país. Permitir que o narcotráfico e o armamento pesado continuem dominando territórios urbanos é aceitar a fragmentação do Estado brasileiro diante de um poder paralelo.

É preciso compreender que ações enérgicas como a desta terça-feira não são apenas operações policiais, são atos de soberania. São demonstrações de que ainda há forças dentro do Estado dispostas a não ceder um milímetro ao crime, a não negociar princípios em troca de uma falsa paz imposta pelo medo.

Críticos que insistem em reduzir tais operações a números e estatísticas ignoram o contexto real: o narcotráfico transformou-se em um exército armado, que desafia abertamente as leis e as instituições. Enfrentá-lo exige coragem, inteligência e, sobretudo, vontade política, algo que o governo fluminense vem demonstrando com firmeza, mesmo sem o suporte adequado da esfera federal.

Ao final deste dia histórico, o saldo mais valioso não se mede em prisões ou apreensões, mas na preservação do propósito de lutar pelo que ainda é justo e possível: a retomada da ordem. A operação desta terça-feira é uma mensagem clara: o Rio de Janeiro não se renderá.

E é com respeito e profunda admiração que rendemos homenagem aos bravos policiais que tombaram no cumprimento do dever, aos feridos que lutam pela recuperação e aos que continuam em campo, sob fogo, defendendo a vida, a lei e a esperança. São eles os verdadeiros heróis dessa guerra, homens e mulheres que, mesmo diante do risco, não recuam.

O povo fluminense, e todo o Brasil, lhes deve honra, reconhecimento e gratidão.


por Angelo Nicolaci


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segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Secretário Nacional de Segurança Pública visita o CCOPAB e reforça cooperação para ampliar participação brasileira em missões de paz

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O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, visitou no dia 21 de outubro, o Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), Centro Sérgio Vieira de Mello, localizado na Vila Militar, no Rio de Janeiro. A visita teve como objetivo conhecer e acompanhar in loco as atividades do Estágio de Preparação para Missões de Paz e fortalecer as ações do Grupo de Trabalho Interministerial voltadas à ampliação da presença de policiais brasileiros em missões sob a égide das Nações Unidas.

O secretário foi recebido pelo comandante do CCOPAB, coronel de Infantaria Adenir Fernandes Nogueira, que apresentou as instalações, os instrutores e o corpo técnico da instituição, destacando o papel central do centro na capacitação de militares e civis para o desempenho de funções em ambientes de conflito e missões humanitárias. Durante a visita, Sarrubbo teve a oportunidade de conhecer em detalhes a estrutura pedagógica e tecnológica do centro, além de assistir a duas apresentações, houve uma série de demonstrações práticas e simulações realistas que reproduzem cenários típicos de operações de paz.

Impressionado com o nível de excelência e a infraestrutura do CCOPAB, o secretário elogiou o trabalho conduzido pela equipe sob o comando do Coronel Adenir. “Fiquei muito impressionado com a estrutura, com o alto nível de profissionalismo e com o compromisso que se percebe em cada integrante desta instituição. O CCOPAB é um orgulho para o Brasil e demonstra o quanto nossas forças estão preparadas para atuar de forma exemplar em ambientes complexos, sempre sob os princípios da paz e da cooperação internacional”, afirmou Sarrubbo.

O secretário destacou ainda a importância da parceria entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Ministério da Defesa (MD) e o Exército Brasileiro, por meio da Inspetoria-Geral das Polícias Militares (IGPM), no fortalecimento da participação brasileira em missões da ONU. “Estamos estreitando relações e aperfeiçoando este projeto, que é muito importante para as nossas forças, pela experiência que se ganha nessas missões de paz no exterior. Isso demonstra que o Brasil continua sendo um país de relações internacionais, que trabalha com a lógica da cooperação internacional, no contexto em que essa fraternidade entre os países se torna cada vez mais necessária”, completou.

Atualmente, dois policiais brasileiros integram a Missão de Assistência Transitória das Nações Unidas na Somália (UNTMIS), que sucedeu a Missão de Assistência das Nações Unidas na Somália (UNSOM). Outros 72 profissionais foram aprovados na Avaliação para Missão a Serviço (AMS), exame aplicado pela ONU que habilita agentes para atuação em operações de paz. Dentre os aprovados estão 12 policiais rodoviários federais, 12 policiais civis, sendo quatro do Ceará (CE), quatro de São Paulo (SP) e quatro de Mato Grosso do Sul (MS) e outros 48 policiais militares de diversas unidades da federação, incluindo Bahia, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Distrito Federal e São Paulo.

O Estágio de Preparação para Missões de Paz, conta atualmente com 39 participantes, sendo 26 militares das Forças Armadas, cinco policiais militares, dois policiais rodoviários federais e seis estrangeiros, provenientes do Reino Unido e do Peru. O curso prepara os participantes para atuar em contextos de instabilidade, com ênfase na proteção de civis, na cooperação internacional e no respeito aos direitos humanos.

Criado em 2010 a partir do antigo Centro de Instrução de Operações de Paz (CIOpPaz) do Exército Brasileiro, o CCOPAB homenageia o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto em missão no Iraque em 2003. Reconhecido internacionalmente, o centro tem se consolidado como referência global na formação de militares e civis para missões de paz e operações humanitárias. Além de treinar brasileiros, o CCOPAB recebe regularmente participantes de países como Argentina, Chile, Estados Unidos, França, Canadá e Reino Unido, consolidando-se como um polo de intercâmbio e de difusão de boas práticas operacionais.

Além dos cursos e estágios voltados para o público militar, o centro oferece também capacitações voltadas ao público civil, como o Estágio de Preparação para Assessores de Imprensa em Áreas de Conflito, o Curso de Proteção de Civis dentre outros. Essas iniciativas ampliam o alcance da formação oferecida pelo CCOPAB e reforçam o papel do Brasil como promotor da paz e da cooperação internacional.

A visita contou com a presença de autoridades civis e militares, instrutores do CCOPAB e representantes de organismos internacionais. O editor do GBN Defense, Angelo Nicolaci, também acompanhou a visita, destacando a relevância do centro como ferramenta estratégica de projeção do Brasil no cenário internacional e como exemplo de excelência na formação de contingentes e especialistas para missões de paz.

Segundo Nicolaci, “o CCOPAB é uma vitrine do profissionalismo das Forças Armadas e das instituições brasileiras. Sua atuação demonstra a capacidade e a seriedade do Brasil em contribuir com a ONU e com a estabilidade global, reforçando nosso papel como nação comprometida com a paz e a diplomacia multilateral.”


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quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Ucrânia avança em produção conjunta de defesa aérea com a Saab

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O Ministério da Defesa da Ucrânia confirmou que a empresa sueca Saab firmou acordos para a produção conjunta de sistemas de defesa aérea no país, dentro da iniciativa "Build in Ukraine". O programa busca integrar a indústria de defesa ucraniana ao ecossistema europeu, fortalecendo sua presença no mercado global de tecnologia militar.

A iniciativa incentiva empresas estrangeiras a instalar operações de produção na Ucrânia, garantindo entrega mais rápida de equipamentos às Forças Armadas e impulsionando a economia local. Segundo o Ministério da Defesa, o programa demonstra que a Ucrânia deixa de ser apenas receptora de assistência militar para se tornar parceira ativa na produção de armas modernas.

A Saab se une a outras empresas internacionais, como BAE Systems, Rheinmetall e Northrop Grumman, que também participam de operações localizadas no país. Essas parcerias refletem uma mudança estratégica rumo à coprodução e investimentos de longo prazo no setor de defesa ucraniano, mesmo em cenário de conflito.

Atualmente, mais de 25 empresas estrangeiras estão em diferentes fases de estabelecimento de operações na Ucrânia, incluindo empresas especializadas em tecnologias avançadas, como sistemas não tripulados, capacidades antidrones e segurança cibernética.

Com a instalação de unidades de produção conjunta para sistemas de defesa aérea, a Ucrânia fortalece sua segurança nacional e sua capacidade industrial. O Ministério enfatizou que o país caminha para se tornar um polo europeu de tecnologias de defesa avançadas, consolidando uma transformação que já se mostra irreversível.


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FAB anuncia compra de 11 helicópteros UH-60L para reforçar frota

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A Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou a intenção de adquirir diretamente 11 helicópteros UH-60L da empresa americana ACE Aeronautics, LLC. As aeronaves fazem parte do programa Blackhawk Exchange Sales Team (BEST) do Exército dos Estados Unidos, e a compra será realizada sem licitação, conforme permite a lei em casos em que não há possibilidade de competição.

O processo inclui ainda a atualização tecnológica de 24 helicópteros UH-60L/S-70A da frota, somando as 11 unidades do programa BEST às 13 já em operação. O valor total da contratação é de cerca de 230 milhões de dólares.

A publicação oficial da FAB prevê um prazo de 10 dias úteis para que interessados possam se manifestar sobre a contratação e acessar informações do processo, exceto aquelas protegidas por sigilo legal.

Analistas destacam que a aquisição vai fortalecer significativamente a capacidade da FAB em transporte, resgate e apoio a missões humanitárias. A incorporação dos novos helicópteros permitirá maior eficiência operacional, modernização da frota e segurança nas operações, além de incentivar o desenvolvimento de conhecimento técnico e avançar a tecnologia da aviação militar brasileira.


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Suécia e Ucrânia avançam em cooperação aérea com possível venda de 100 a 150 caças Gripen

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O Primeiro-Ministro sueco, Ulf Kristersson, e o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assinaram recentemente uma carta de intenções (Letter of Intent – LOI) para cooperação em defesa aérea, dando início a um potencial acordo de exportação de aeronaves de combate. A iniciativa marca o primeiro passo concreto para o fortalecimento da futura Força Aérea ucraniana e consolida a parceria entre os dois países no setor de defesa.

O acordo prevê troca de experiências e conhecimentos em combate aéreo e defesa aérea, incluindo o uso de capacidades avançadas como aeronaves de caça. Segundo Kristersson, a LOI pode resultar em um contrato abrangente para a aquisição de 100 a 150 caças Gripen E/F, contribuindo para a construção de uma Força Aérea ucraniana moderna e robusta. O presidente ucraniano teve a oportunidade de conhecer pessoalmente as capacidades do Gripen, observando o potencial da plataforma para fortalecer a defesa da Ucrânia e da região europeia.

A parceria também se baseia no compartilhamento de experiências. A Ucrânia traz conhecimento prático adquirido em cenários reais de combate aéreo e defesa antiaérea, enquanto a Suécia oferece expertise no desenvolvimento e operação de plataformas modernas, como o JAS 39E Gripen. Essa combinação de experiências visa otimizar treinamentos, operações e o desenvolvimento de capacidades conjuntas em defesa aérea.

Especialistas destacam que a iniciativa pode ter impactos estratégicos importantes para a segurança europeia, ampliando a interoperabilidade entre os países e fortalecendo as capacidades defensivas da Ucrânia em um momento de alta complexidade geopolítica. A LOI serve, portanto, como uma etapa preparatória para negociações detalhadas que poderão definir o futuro do relacionamento militar entre Suécia e Ucrânia, consolidando tecnologias, conhecimento e cooperação em um setor de alta tecnologia e relevância estratégica.


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