quarta-feira, 2 de julho de 2025

Exército Brasileiro celebra o Dia das Mídias Sociais com foco em aproximação, transparência e engajamento

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No mundo contemporâneo, a comunicação em tempo real tornou-se uma das principais formas de interação entre instituições e a sociedade. Neste contexto, o Exército Brasileiro celebrou nesta segunda-feira (30) o Dia das Mídias Sociais, uma data que reconhece o impacto transformador das plataformas digitais na construção de pontes com o público.

O Social Media Day, como é conhecido internacionalmente, destaca a importância das redes como canais de diálogo, escuta ativa e prestação de contas, reforçando o princípio da publicidade na administração pública. Mais do que divulgar ações, o Exército utiliza suas mídias sociais como uma ferramenta de transparência e integração, mostrando o trabalho diário dos homens e mulheres que servem ao País com dedicação e profissionalismo.

Presença digital com propósito

A trajetória digital do Exército teve início em 2009, com a abertura de seu canal no YouTube, voltado para conteúdos audiovisuais que permitiam uma visão mais próxima de operações, treinamentos e eventos públicos. A partir de então, a Instituição ampliou sua presença para outras plataformas como Facebook, X (antigo Twitter), Instagram, LinkedIn e WhatsApp, consolidando uma estratégia multicanal para atingir diferentes públicos.

O Instagram, por exemplo, tem sido usado para humanizar a rotina militar, enquanto o LinkedIn se tornou espaço para artigos institucionais e atração de talentos. Já o WhatsApp tem sido ferramenta para campanhas específicas e comunicação direta com a população.

Mais de 14 milhões de seguidores

O sucesso dessa estratégia é refletido nos números: hoje, o Exército Brasileiro conta com uma audiência de mais de 14 milhões de seguidores em suas diversas plataformas digitais. Esse alcance é resultado de um trabalho planejado e contínuo, realizado por equipes especializadas que cuidam da produção de conteúdo, monitoramento e engajamento.

Cada postagem, vídeo ou imagem é pensada para fortalecer os laços com a sociedade, levando informação de qualidade, valores institucionais e histórias que humanizam o serviço militar.

Compromisso com a sociedade

Ao celebrar o Dia das Mídias Sociais, o Exército reafirma seu compromisso com a transparência, a informação responsável e a proximidade com o cidadão brasileiro. Em um ambiente digital dinâmico e em constante evolução, a Instituição continua a adaptar suas estratégias de comunicação para manter o público bem informado sobre suas atividades e missões.

A presença ativa nas redes é mais uma forma de demonstrar que o Exército está atento às transformações sociais e disposto a dialogar com todos os segmentos da população, reforçando sua missão de defender, proteger e servir o Brasil.

"Exército Brasileiro: brasileiro igual a você."


Aproximação com a sociedade e fortalecimento da mentalidade de defesa: pilares para uma estratégia sólida

A atuação do Exército Brasileiro nas mídias sociais vai além da divulgação de ações institucionais. Trata-se de uma ferramenta estratégica para fomentar o interesse da sociedade pelos assuntos de defesa, criando condições para o desenvolvimento de uma mentalidade de defesa nacional.

Ao compartilhar conteúdos que explicam o papel das Forças Armadas, suas missões constitucionais e o cotidiano dos militares, o Exército contribui para que a população compreenda a importância da defesa da soberania, da integridade territorial e da paz social.

Essa conexão direta com os cidadãos, feita de forma transparente e acessível, ajuda a desmistificar a atuação militar e aproxima a sociedade das questões que envolvem a segurança e a defesa do Brasil. Além disso, promove o engajamento cívico e estimula o debate público sobre temas fundamentais para o país.

Em um cenário global onde as ameaças são cada vez mais complexas e multidimensionais, uma população bem informada e consciente da importância de suas Forças Armadas é um ativo estratégico. Essa aproximação fortalece o apoio social às políticas de defesa e dá legitimidade às ações que visam o fortalecimento da capacidade de resposta nacional frente a riscos e ameaças.

Por meio de suas redes sociais, o Exército não apenas informa, mas também forma opinião, contribui para a construção de uma cultura de defesa e reforça os laços de confiança entre a Instituição e a sociedade brasileira, fundamentos essenciais para a sustentação de uma estratégia de defesa sólida e eficaz.


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Exército Brasileiro lidera esforço de planejamento na 1ª fase da Operação Atlas 2025

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O Exército Brasileiro assumiu papel de destaque na abertura da 1ª fase da Operação Atlas 2025, realizada na Escola Superior de Defesa (ESD). O exercício, coordenado pelo Ministério da Defesa, por meio do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, tem como objetivo central planejar, coordenar e executar o deslocamento estratégico das capacidades de defesa para um Teatro de Operações (TO) na Amazônia, com foco na interoperabilidade e na logística militar.

Nesta fase inicial, que segue até o dia 11 de julho, o Exército lidera os trabalhos de planejamento do emprego conjunto das Forças, definindo ações táticas, o emprego de tropas e os meios a serem utilizados. O ambiente operacional amazônico, com seus desafios logísticos e geográficos, exige atenção especial da Força Terrestre, que historicamente possui grande expertise em operações na região.

Exército reforça protagonismo logístico

Durante a cerimônia de abertura, o Chefe de Logística e Mobilização do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, General de Exército Guédon, reforçou o protagonismo do Exército no processo de planejamento estratégico da operação.

Nestas duas semanas, nosso objetivo é planejar o deslocamento de uma concentração estratégica relacionada à Operação Conjunta idealizada. Vamos analisar as reais condições para que, em situação de exercício, seja possível realizar esse deslocamento em todo o território nacional”, enfatizou o General Guédon.

A operação envolve a simulação de cenários complexos, visando testar a capacidade de movimentação de tropas e equipamentos em grande escala. O Exército, com sua estrutura de comando, controle e logística, desempenha papel fundamental na construção desses cenários e na identificação dos gargalos operacionais.

Três fases de preparo e execução

A Operação Atlas 2025 será desenvolvida em três fases:

  • 1ª fase (até 11 de julho): Fase de planejamento conjunto na ESD, com destaque para a definição de estratégias logísticas e operacionais.

  • 2ª fase (27 de setembro a 1º de outubro): Início do deslocamento estratégico das forças para a Amazônia.

  • 3ª fase (2 a 11 de outubro): Realização de operações táticas e atividades práticas em terreno amazônico, com ênfase na atuação conjunta.

O coordenador da Operação Atlas, General de Divisão Alcio Costa, também destacou o papel do Exército na condução do exercício.

Entre as metas está o aperfeiçoamento do planejamento do deslocamento estratégico de forças para o TO Amazônico. A partir desse planejamento, vamos identificar desafios e pontos de melhoria, pois é com base nele que atuaremos em situações reais de necessidade”, explicou.

Integração com as demais Forças

Embora a operação seja conjunta, o Exército tem papel decisivo por sua experiência acumulada em missões de grande mobilização e por sua presença permanente na Amazônia. A expertise da Força Terrestre é fundamental para o desenvolvimento de planos logísticos, emprego de tropas terrestres e para a garantia da interoperabilidade com a Marinha e a Aeronáutica.

A primeira fase conta com equipes multidisciplinares das três Forças, mas sob forte coordenação de oficiais-generais do Exército, dada a complexidade do deslocamento terrestre de grandes contingentes e meios de apoio.

A participação ativa e protagonista do Exército na Operação Atlas 2025 reafirma o compromisso da Força Terrestre com a defesa da soberania nacional e com a prontidão logística e operacional. Em um cenário geográfico como o amazônico, com desafios de mobilidade, infraestrutura limitada e necessidade de resposta rápida, a capacidade de planejamento e execução demonstrada pelo Exército é essencial para o sucesso de qualquer operação militar.

O exercício também evidencia a importância de investimentos contínuos em meios logísticos, capacitação de pessoal e modernização de sistemas de comando e controle, pilares que fazem do Exército Brasileiro uma das instituições mais preparadas para proteger o território nacional em qualquer circunstância.


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Lançadores não letais da CONDOR recebem reconhecimento como Produtos Estratégicos de Defesa

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Representando um passo importante para a consolidação da Base Industrial de Defesa (BID) brasileira, os lançadores de munições não letais da CONDOR Soluções Não Letais foram oficialmente reconhecidos como Produtos Estratégicos de Defesa (PED) pelo Ministério da Defesa. A homologação inclui os modelos com coronha rebatível nos calibres 40 mm e 37/38 mm, consolidando o papel da empresa como um dos principais fornecedores de tecnologias críticas para a segurança e defesa nacional.

A aprovação foi formalizada durante a 45ª Reunião Deliberativa da Comissão Mista da Indústria de Defesa e publicada na Portaria GM-MD nº 2.524, de 6 de junho de 2025, que altera o anexo da Portaria nº 1.345/MD, de 2014. Esse credenciamento reafirma a importância dos produtos da CONDOR não apenas para as Forças Armadas, mas também para os órgãos de segurança pública em todo o território nacional.

Reconhecimento da relevância estratégica

Para Luiz Monteiro, CEO da CONDOR, o reconhecimento oficial é mais do que uma conquista empresarial; é uma demonstração do valor estratégico das soluções desenvolvidas pela companhia ao longo de quatro décadas de atuação.

Este credenciamento representa o reconhecimento da imprescindibilidade desses sistemas para a segurança e defesa nacionais. Ao desenvolver e produzir essas soluções no Brasil, com autonomia e excelência, a CONDOR reafirma sua posição como uma empresa estratégica e inovadora, essencial para o fortalecimento das capacidades operacionais das Forças Armadas e das forças de segurança pública”, destacou Monteiro.

Tradição em inovação e exportação

Fundada em 1985 e sediada no estado do Rio de Janeiro, a CONDOR construiu uma sólida reputação internacional, exportando seus produtos para mais de 85 países e sendo amplamente utilizada em operações de paz da ONU, exercícios militares internacionais e em ações de segurança pública de alta complexidade.

Com uma infraestrutura que ocupa mais de 1 milhão de metros quadrados e contando com 18 laboratórios de pesquisa e seu próprio Instituto de Ciência e Tecnologia, a CONDOR investe de forma consistente em inovação, pesquisa e desenvolvimento, sempre orientada pelo compromisso com o uso proporcional da força e o respeito aos direitos humanos.

Integração a EDGE Group e fortalecimento da BID brasileira

Desde abril de 2024, a CONDOR passou a integrar o EDGE Group, dos Emirados Árabes Unidos, um dos maiores conglomerados de defesa do mundo. Mesmo com a mudança no controle acionário, a empresa mantém sua condição de Empresa Estratégica de Defesa Brasileira, com todas as garantias e responsabilidades associadas ao fornecimento de produtos essenciais à segurança do Estado brasileiro.

Essa integração trouxe à CONDOR acesso a novas tecnologias, mercados e investimentos, sem comprometer sua missão de fortalecer a capacidade operacional das Forças de Segurança brasileiras.

Análise: um avanço para a soberania e a indústria nacional

O reconhecimento dos lançadores não letais da CONDOR como Produtos Estratégicos de Defesa é um sinal claro da importância crescente da autossuficiência tecnológica no setor de defesa. Ao priorizar soluções desenvolvidas e fabricadas no Brasil, o Ministério da Defesa reforça a soberania nacional, a geração de empregos qualificados e a capacidade de resposta autônoma a diferentes tipos de ameaças.

Além disso, o credenciamento fortalece o posicionamento da CONDOR como uma referência mundial em tecnologias não letais, alinhando o Brasil às melhores práticas internacionais no uso proporcional da força, com equipamentos modernos e adequados aos desafios contemporâneos da segurança pública e defesa.

A medida representa, portanto, uma vitória para a BID nacional, para a CONDOR e para todos os brasileiros que dependem de instituições de segurança mais bem preparadas, equipadas e capacitadas para atuar com eficiência e respeito aos direitos humanos.


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com Condor

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Alistamento Militar 2025 ultrapassa 1 milhão de inscritos e marca estreia histórica da participação feminina no Brasil

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O alistamento militar de 2025 alcançou um marco histórico. Segundo balanço divulgado pelo Ministério da Defesa, mais de 1 milhão de jovens se inscreveram para o Serviço Militar Obrigatório, encerrado nesta segunda-feira (30/6). Pela primeira vez na história do país, mulheres puderam se alistar de forma voluntária para integrar as Forças Armadas.

Ao todo, o número de inscritos do sexo masculino chegou a 1.029.323. A 2ª Região Militar, correspondente ao estado de São Paulo, liderou o número de alistamentos, com 271.589 jovens. Já entre as mulheres, foram registradas 33.721 inscrições. O estado do Rio de Janeiro concentrou a maior parte das candidatas, com 8.102 voluntárias.

As mulheres disputarão 1.465 vagas disponíveis nas Forças Armadas, distribuídas entre a Marinha (155 vagas), o Exército (1.010 vagas) e a Aeronáutica (300 vagas). As selecionadas iniciarão a prestação do serviço militar no primeiro ou no segundo semestre de 2026, com datas previstas entre os dias 2 a 6 de março ou de 3 a 7 de agosto. Durante esse período, ocuparão a graduação de soldado ou, no caso da Marinha, marinheiro-recruta. Até o momento da incorporação, as candidatas ainda poderão optar por desistir.

As oportunidades estão distribuídas em unidades militares de 28 municípios, localizados em 13 estados e no Distrito Federal. Entre as cidades que receberão os novos recrutas estão Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Salvador (BA), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Fortaleza (CE) e Manaus (AM), entre outras.

O ingresso de mulheres nas fileiras das Forças Armadas segue as diretrizes estabelecidas pelo Decreto nº 12.154, de 27 de agosto de 2024, que regulamentou a participação feminina no Serviço Militar Inicial de forma voluntária.

Para os homens que perderam o prazo de alistamento, a recomendação é procurar a Junta de Serviço Militar mais próxima para regularizar a situação. O atraso implica pagamento de multa e impede o acesso a serviços como emissão de passaporte, matrícula em instituições de ensino e posse em cargos públicos.

Com essa edição, o Brasil dá um passo importante no processo de modernização das Forças Armadas, ampliando a inclusão e reforçando o compromisso com a defesa nacional.


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com Ministério da Defesa

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XI Congresso Brasileiro de Guardas Municipais e Segurança Pública reúne mais de 2,1 mil participantes em Vinhedo (SP)

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O município de Vinhedo, no interior de São Paulo, foi palco de um dos maiores encontros do setor de segurança pública municipal do Brasil. O XI Congresso Brasileiro de Guardas Municipais e Segurança Pública, encerrado nesta quinta-feira (26), superou expectativas e consolidou-se como um dos principais fóruns de debate e capacitação para os profissionais da área.

Durante os dois dias de atividades intensas, o evento reuniu mais de 2,1 mil inscritos, representando mais de 400 municípios de diferentes regiões do país. Além da expressiva presença física, o congresso também contou com mais de 20 horas de transmissões ao vivo, permitindo que milhares de profissionais acompanhassem as palestras e debates em tempo real pela internet.

A programação foi marcada por uma ampla variedade de painéis temáticos e palestras, que abordaram desde legislação e novas tecnologias até processos de qualificação das Guardas Municipais. Profissionais com experiências internacionais também compartilharam conhecimentos, trazendo uma visão global sobre os desafios e as inovações na segurança pública.

Durante a cerimônia de encerramento, autoridades de diferentes esferas destacaram a importância estratégica das Guardas Municipais no cenário nacional. O secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, ressaltou o protagonismo das instituições municipais e lembrou que as Guardas foram recentemente contempladas na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública como peças fundamentais do sistema de segurança. "O ministro da Justiça fez essa escolha por reconhecer o papel essencial das Guardas Municipais no enfrentamento da criminalidade e na proteção da população", afirmou Sarrubbo. Ele também reforçou a necessidade de aprovação da PEC no Congresso Nacional para consolidar esse avanço institucional.

O prefeito de Vinhedo, Dario Pacheco, anfitrião do evento, destacou o alto nível tecnológico apresentado pelas Guardas durante o congresso. "Estou encantado com o que vi aqui. Equipamentos de ponta, demonstrações de robótica, além de um conteúdo de palestras extremamente relevante. O Comandante Braga e toda a equipe organizadora estão de parabéns", afirmou.

O prefeito de Poços de Caldas (MG), Paulo Ney, também elogiou a iniciativa e destacou o papel crescente dos municípios na segurança pública. "Antes, essa responsabilidade recaía apenas sobre os Estados e a União. Hoje, percebemos que nós, gestores municipais, também temos um papel fundamental junto às Guardas", pontuou.

O encerramento das atividades foi seguido pela tradicional carreata do 9º Encontro de ROMUs e Viaturas Táticas, que percorreu as ruas de Vinhedo, reunindo dezenas de viaturas e equipes especializadas.

O Comandante Carlos Alexandre Braga, responsável pela organização do congresso, agradeceu o apoio da Prefeitura de Vinhedo e a participação de todos os envolvidos. "Foi um momento ímpar para mostrar ao Brasil o potencial das nossas Guardas Municipais. O evento foi um verdadeiro sucesso, tanto pelo público presente quanto pela qualidade dos debates e das apresentações", concluiu.

Com o sucesso desta edição, o Congresso reafirma seu papel como espaço essencial de diálogo, troca de experiências e fortalecimento institucional das Guardas Municipais no Brasil.


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com Rossi Comunicação

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segunda-feira, 30 de junho de 2025

“Vem pra Marinha”: Nova Estratégia de Comunicação Atrai Jovens e Impulsiona Inscrições em Concursos Navais

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A Marinha do Brasil deu um passo ousado ao reformular totalmente sua comunicação para atrair os jovens: nasceu a campanha “Vem pra Marinha”. Longe do tom institucional engessado do antigo “Ingresso na Marinha”, a nova estratégia privilegia uma linguagem clara, direta e próxima do cotidiano juvenil, e os resultados falam por si. No Instagram, por exemplo, o perfil oficial viu sua base de seguidores crescer mais de 135%, reflexo de conteúdos dinâmicos que vão de vídeos curtos a carrosséis informativos, sempre prontos para esclarecer dúvidas, apresentar oportunidades e desmistificar o dia a dia naval.

Esse esforço digital se traduz em números concretos nos principais certames da Força. Entre 2024 e 2025, o concurso para Soldado Fuzileiro Naval passou de 19.422 para 21.580 inscritos (+11,1%), a Escola Naval saltou de 5.311 para 5.825 (+9,7%) e o Colégio Naval, de 14.693 para 14.773 (+0,5%). Na área de saúde, a procura disparou: médicos foram de 230 para 544 inscritos (+136,5%) e cirurgiões-dentistas de 830 para 1.200 (+44,6%). Até o inédito concurso de Capelães Navais registrou um salto impressionante, de apenas 11 para 83 candidatos (+654,5%).

Mais do que números, “Vem pra Marinha” conta histórias. Nas redes sociais, militares de várias patentes compartilham depoimentos pessoais, revelando rotinas de estudo, desafios superados e dicas práticas para chegar lá. Uma live no YouTube, transmitida diretamente da Escola Naval, a mais antiga instituição de ensino superior do país, aproximou aspirantes e futuros candidatos, permitindo que dúvidas sobre provas e preparação fossem respondidas ao vivo.

Para conectar-se também presencialmente, a Marinha intensificou suas palestras em escolas de ensino fundamental e médio por todo o Brasil. Nesses encontros, oficiais e praças falam não só das vagas, mas da importância da cultura oceânica e do papel estratégico do mar na construção da soberania nacional. Mensagens sobre liderança, espírito de corpo e serviço à Pátria ajudam a inspirar estudantes a considerar a carreira naval como um caminho de propósito e crescimento.

Complementando as redes sociais e as visitas a escolas, a MB lançou em dezembro de 2024 um portal exclusivo de concursos (www.concursos.marinha.mil.br), onde cronogramas, editais e orientações estão organizados de forma acessível. Em pouco mais de seis meses, o site já atraiu mais de 1,1 milhão de visitantes. Paralelamente, uma editoria fixa na Agência Marinha de Notícias passou a produzir reportagens especiais sobre ingresso na Força, oito das dez matérias mais lidas no portal hoje são relacionadas ao “Vem pra Marinha”, com destaque para a que lista todos os concursos previstos para 2025, que ultrapassou 300 mil acessos.

Para o Contra-Almirante Alexandre Taumaturgo Pavoni, Diretor do Centro de Comunicação Estratégica, essa virada não se resume a um nome diferente: “O ‘Vem pra Marinha’ significou uma nova forma de dialogar com os jovens, apresentando com mais clareza as oportunidades da carreira naval e reafirmando nosso compromisso com uma comunicação moderna e acessível.” Assim, a Marinha não apenas se atualiza diante das transformações tecnológicas e sociais, mas garante que sua mensagem chegue com autenticidade a quem sonha em navegar por águas de serviço e dedicação.


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com Marinha do Brasil

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domingo, 22 de junho de 2025

Análise - Os Riscos da Derrubada do Regime Iraniano sem Coesão Interna

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A possibilidade de uma derrubada do regime iraniano tem ganhado relevância nos debates geopolíticos internacionais, impulsionada por interesses estratégicos, conflitos regionais e tensões globais. Contudo, ao analisar a viabilidade e as possíveis consequências de uma mudança forçada de governo no Irã, é imprescindível considerar as lições aprendidas ao longo das últimas duas décadas no Oriente Médio e na Ásia. Intervenções externas e a derrubada abrupta de regimes políticos, na ausência de um processo interno legítimo, têm resultado, na maioria dos casos, em instabilidade prolongada, sofrimento humano e retrocessos políticos e sociais de grande magnitude.

Esta análise busca apresentar os riscos associados a qualquer tentativa de mudança de regime no Irã sem uma coesão interna efetiva, abordando a complexidade do cenário político iraniano, a "neblina" que envolve suas dinâmicas de poder e as possíveis consequências para a estabilidade regional e global. Para isso, serão utilizados como referência os casos do Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria, exemplos emblemáticos que ilustram os perigos de uma mudança de regime conduzida sem planejamento, legitimidade ou suporte interno.

Coesão Interna: Um Pilar Essencial para Mudanças Sustentáveis

Coesão interna refere-se à capacidade de um país ou regime político de manter, ao menos minimamente, um consenso social, estabilidade institucional e organização política que assegurem a governabilidade e a ordem social. Esse conceito abrange fatores políticos, sociais, militares e culturais, incluindo a legitimidade das lideranças, o alinhamento entre grupos internos e o funcionamento das instituições estatais.

Mudanças políticas, especialmente aquelas que envolvem substituição de regimes, dependem, de maneira crucial, dessa coesão interna para evitar o caos e o colapso institucional. Na ausência desse elemento, os riscos de fragmentação territorial, surgimento de milícias armadas, guerras civis e colapsos humanitários tornam-se altamente prováveis, como demonstram os exemplos históricos que serão analisados a seguir.

A Neblina do Poder no Irã

Diferentemente de outras nações, o Irã é caracterizado por uma considerável opacidade em relação às suas dinâmicas internas de poder. O sistema político iraniano é multifacetado, com uma teocracia liderada pelo Aiatolá Supremo, coexistindo com estruturas políticas formais como a presidência da República, o parlamento (Majles) e, principalmente, a poderosa Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC).

Essa “neblina” dificulta o entendimento de quem, de fato, detém o controle pleno do país, quais as reais divisões internas existentes e quais seriam as forças emergentes em caso de um eventual colapso do regime atual. A ausência de um movimento de oposição interno, forte e organizado, agrava essa incerteza.

Especialistas destacam que a falta de uma força interna coesa torna a derrubada do regime por vias externas altamente improvável de alcançar sucesso duradouro. Mesmo que o regime fosse derrubado, o futuro político do país permaneceria incerto e poderia, inclusive, resultar em uma escalada de instabilidade.

Afeganistão: A Complexidade da Reconstrução Pós-Intervenção

Após os ataques de 11 de setembro de 2001, a coalizão liderada pelos Estados Unidos derrubou rapidamente o regime do Talibã, então abrigando a Al-Qaeda. Embora os primeiros anos tenham apresentado avanços notáveis em direitos humanos, infraestrutura e educação, o fracasso no médio e longo prazo é emblemático.

Entre os principais fatores que contribuíram para esse desfecho estão:

  • A falta de um planejamento integrado entre os atores internacionais, que desconsideraram as tradições locais e a complexidade das estruturas sociais afegãs;

  • Divergências internas entre os aliados ocidentais quanto às estratégias militares, políticas e de desenvolvimento;

  • A ausência de um consenso político interno sólido, resultando em governos frágeis, dependentes de ajuda externa e com baixa legitimidade social.

Como consequência, o Talibã retornou ao poder em 2021, revertendo muitos dos avanços obtidos e instaurando um regime autoritário, com graves violações de direitos humanos.

Este episódio reforça a lição de que uma mudança de regime sem base interna legítima, por mais bem-intencionada que seja, tende a produzir retrocessos dramáticos.

Iraque: Desintegração Institucional e Ascensão do Extremismo

A invasão do Iraque em 2003, que resultou na queda de Saddam Hussein, foi conduzida sem um planejamento adequado para o período pós-invasão. A dissolução do exército e da burocracia estatal gerou um profundo vácuo institucional.

Esse vazio abriu espaço para o agravamento das tensões sectárias entre xiitas, sunitas e curdos, culminando em uma prolongada guerra civil. No vácuo de poder, surgiu o Estado Islâmico (EI), que implantou um regime de terror e genocídio em vastas áreas do país e da Síria.

Mesmo após anos de esforços militares e reconstrução, o Iraque ainda enfrenta instabilidade política, violência esporádica e enormes desafios institucionais.

Esse caso evidencia que a imposição de um novo regime, sem uma compreensão profunda das divisões sociais, religiosas e políticas locais, pode desmantelar estruturas estatais já frágeis e abrir caminho para o extremismo.

Líbia: Fragmentação e Guerra Civil Prolongada

A derrubada de Muammar Gaddafi em 2011, com forte participação de potências estrangeiras, ilustra mais um exemplo de mudança de regime sem um plano claro de reconstrução.

Sem um governo central legítimo e estável, a Líbia mergulhou em um ciclo de violência entre milícias rivais, com a existência de governos paralelos e a presença de grupos terroristas.

O colapso do Estado líbio resultou em uma grave crise humanitária, com contínuas violações dos direitos humanos, tráfico de pessoas e uma instabilidade política que persiste até os dias atuais.

Síria: Uma Transição Fragilizada por Violência e Crise Humanitária

Desde a saída de Bashar al-Assad em 2024, a Síria tem enfrentado um processo de transição extremamente frágil. O país, devastado por mais de uma década de guerra civil, continua sofrendo com massacres de civis, deslocamentos massivos, destruição de infraestrutura e uma crise humanitária de grandes proporções.

A fragmentação política e a ausência de um consenso interno tornaram a reconstrução um desafio quase intransponível, deixando o país vulnerável à influência de potências externas e a grupos armados diversos.

Os Riscos Específicos para o Irã

No caso iraniano, a ausência de um movimento interno robusto e organizado capaz de liderar uma transição representa um fator crítico de risco.

A Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), com sua vasta influência política, econômica e militar, é um ator que não pode ser ignorado. Caso o atual regime desmorone sem um processo bem estruturado de transição, existe a possibilidade de que a IRGC assuma o controle político de forma ainda mais centralizada e agressiva, com possíveis implicações negativas para a segurança interna e regional.

Além disso, um colapso abrupto pode gerar um vácuo de poder, levando à fragmentação territorial, à proliferação de grupos armados e à intensificação de disputas internas entre diferentes etnias e facções políticas.

Como o Irã desempenha um papel estratégico no Oriente Médio, a instabilidade interna teria efeitos colaterais diretos nos países vizinhos, podendo desencadear novos fluxos migratórios, aumento de tensões sectárias e interferência de potências regionais e globais como Estados Unidos, Rússia, China e Arábia Saudita.

Violação da Soberania e do Direito Internacional

A soberania nacional é um dos princípios mais fundamentais do direito internacional, consagrado em documentos como a Carta das Nações Unidas. Ela garante aos Estados o direito exclusivo de gerir seus assuntos internos, definir seu sistema político e manter sua integridade territorial sem interferências externas.

Qualquer tentativa de promover uma mudança de regime no Irã por meio de intervenção militar ou ações coercitivas externas representaria uma violação direta desse princípio. Além de contrariar as normas jurídicas internacionais, tal ação comprometeria profundamente a legitimidade de qualquer novo governo que viesse a ser instaurado.

Historicamente, intervenções dessa natureza tendem a reforçar o sentimento nacionalista entre a população local, gerando resistência interna e dificultando a aceitação de qualquer mudança imposta de fora.

A comunidade internacional, em sua maioria, demonstra forte oposição a tais práticas, o que poderia isolar politicamente qualquer tentativa de intervenção e inviabilizar esforços posteriores de reconstrução e estabilização.

Além disso, a violação da soberania de um país tão estratégico quanto o Irã abriria precedentes perigosos, incentivando outros Estados ou blocos a adotarem políticas semelhantes, aumentando o risco de novos conflitos internacionais.

O Caminho da Mudança Legítima e Sustentável

As lições extraídas das experiências no Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria indicam que mudanças de regime conduzidas sem coesão interna, legitimidade e planejamento cuidadoso são, quase sempre, acompanhadas de consequências imprevisíveis e, muitas vezes, desastrosas.

É importante ressaltar que esta análise, embora crítica a uma intervenção externa, não deve ser interpretada como um apoio ou defesa ao atual regime iraniano. As preocupações legítimas com a situação dos direitos humanos, as restrições às liberdades civis e o contexto político repressivo no Irã são reconhecidas e não podem ser ignoradas.

Entretanto, qualquer transformação política que se pretenda duradoura, legítima e benéfica para o povo iraniano deve ser fruto de processos internos, amplamente apoiados pela população, conduzidos de forma pacífica e com o fortalecimento das instituições.

Esse caminho, embora mais lento e repleto de desafios, é o único capaz de assegurar uma mudança real e sustentável, que respeite a soberania nacional, contribua para a estabilidade regional e, acima de tudo, atenda às aspirações legítimas do povo iraniano por democracia, liberdade e desenvolvimento social.


por Angelo Nicolaci


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Índia investe em tecnologias de defesa avançadas para fortalecer sua autonomia estratégica e operacional

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A Índia avança de forma decisiva no desenvolvimento de uma ampla gama de tecnologias militares, com o objetivo de elevar sua autossuficiência e capacidade de dissuasão frente a desafios regionais e globais. O presidente da Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa (DRDO), Dr. Samir V. Kamat, detalhou em entrevista recente à NDTV os principais programas em andamento, que abrangem desde mísseis hipersônicos até aeronaves furtivas, sistemas de defesa aérea, armamento terrestre e naval, todos alinhados a uma visão estratégica de longo prazo para a segurança nacional.

Um dos projetos centrais é a evolução do míssil supersônico BrahMos, fruto da parceria com a Rússia, que já é empregado com sucesso pelas aeronaves Su-30MKI. Para ampliar sua flexibilidade operacional, o DRDO desenvolve o BrahMos-NG (Next Generation), uma versão menor e mais leve, capaz de ser integrada a uma maior diversidade de plataformas aéreas. Essa adaptação não apenas aumentará o número de aeronaves capazes de empregar esse míssil, mas também permitirá maior agilidade e surpresa tática nas operações aéreas indianas.

Paralelamente, a Índia investe fortemente no programa de armas hipersônicas, que inclui duas frentes: um veículo planador hipersônico e um míssil de cruzeiro com propulsão scramjet. O desenvolvimento do veículo planador está em estágio avançado, com previsão de concluir os testes de desenvolvimento em até três anos, abrindo caminho para a sua incorporação nas forças armadas. Já o míssil de cruzeiro hipersônico, cuja tecnologia scramjet foi testada com sucesso por mil segundos, aguarda aprovação para produção em larga escala, o que pode levar de cinco a sete anos para alcançar a capacidade operacional. Estes sistemas prometem revolucionar a capacidade de ataque indiano, proporcionando velocidades e manobrabilidade que dificultam a interceptação pelos sistemas de defesa adversários.

Além disso, a DRDO está ampliando a família de mísseis Astra, essenciais para o combate ar-ar indiano. O modelo Mk-1 já está em uso, enquanto as versões Mk-2 e Mk-3, com alcance estendido e maior desempenho, estão em desenvolvimento. Na mesma linha, a série de mísseis Rudram para ataque ao solo está sendo atualizada com novos modelos, Rudram-2, Rudram-3 e Rudram-4, que avançam em diferentes etapas de testes, buscando ampliar o espectro e a eficácia dos ataques terrestres.

No campo da defesa aérea, a Índia trabalha no programa Kusha, que visa criar um sistema terra-ar de longo alcance, batizado internamente como “Sudarshan Chakra”, com capacidades similares às do renomado sistema russo S-400. Esse sistema ampliará significativamente a proteção do espaço aéreo indiano contra múltiplas ameaças simultâneas. Além disso, a DRDO desenvolve armas de energia dirigida, como lasers de alta potência e sistemas baseados em micro-ondas, para neutralizar drones e ataques aéreos de pequena escala, uma resposta moderna às crescentes ameaças assimétricas no campo da defesa aérea.

Na área terrestre, o país está modernizando sua artilharia com o Sistema Avançado de Artilharia Rebocada (ATAGS), que está sendo adaptado para uma versão autopropulsada sobre caminhões, aumentando mobilidade e tempo de resposta. O governo já aprovou a compra de 814 unidades, em um investimento de aproximadamente 1,8 bilhões de dólares, envolvendo importantes empresas públicas e privadas como Tata, L&T, Bharat Forge e Mahindra Defence, fomentando o desenvolvimento da indústria de defesa nacional. Outro projeto vital é o tanque leve Zorawar, desenvolvido em parceria com a L&T, pensado para operar em altitudes elevadas, especialmente na fronteira com a China. Com cerca de 25 toneladas, o Zorawar oferecerá ao Exército indiano uma plataforma ágil e robusta, com 354 unidades planejadas para reforçar a presença em regiões montanhosas.

No campo naval, a DRDO está próxima da incorporação de uma nova geração de torpedos, minas e tecnologias para guerra submarina, fortalecendo a capacidade da Marinha Indiana para proteger suas águas territoriais e projetar poder em uma região cada vez mais estratégica.

Frente à provável entrega ao Paquistão de 40 caças stealth J-35 da China, a Índia responde com o ambicioso programa Advanced Medium Combat Aircraft (AMCA), seu caça furtivo de quinta geração. Com aprovação formal em 2024, o AMCA deve estar pronto até 2035, com previsão de formar cerca de seis esquadrões, totalizando aproximadamente 120 aeronaves. Este programa marca uma evolução no processo produtivo indiano, que buscará envolver parcerias público-privadas, além da tradicional Hindustan Aeronautics Limited (HAL), sinalizando uma mudança estratégica para acelerar o desenvolvimento e produção.

Finalmente, o Dr. Kamat ressaltou a importância da autonomia operacional em ambientes de guerra eletrônica, onde bloqueios de GPS e interferências nas comunicações podem comprometer o uso de sistemas convencionais. Lições da Operação Sindoor evidenciam que armas futuras devem ser capazes de operar sem suporte externo, reforçando o foco da DRDO no desenvolvimento de sistemas autônomos e resilientes para assegurar eficácia em conflitos modernos.

Com esses avanços, a Índia reafirma seu compromisso de construir uma defesa moderna, integrada e autossuficiente, capaz de responder rapidamente a ameaças complexas e manter sua posição como uma potência militar emergente em um cenário global cada vez mais desafiador.

Índia, um exemplo para o Brasil

O avanço da Índia no campo da defesa oferece lições importantes para o Brasil, especialmente no que diz respeito à necessidade de uma mudança estrutural na mentalidade nacional sobre o desenvolvimento de tecnologias e capacidades de defesa. Enquanto a Índia investe de forma contínua, planejada e com visão de longo prazo na construção de tecnologias próprias, o Brasil ainda sofre com a falta de constância nos investimentos, com ciclos frequentes de cortes orçamentários, interrupções de projetos e descontinuidade tecnológica.

O caso indiano mostra que, para alcançar autonomia estratégica, é preciso mais do que vontade pontual ou iniciativas isoladas: é necessário um compromisso nacional que envolva o governo, a indústria, a comunidade científica e as Forças Armadas. A Índia conseguiu criar uma estrutura institucional robusta, como a DRDO, com orçamento contínuo, apoio político e metas claras de desenvolvimento. Isso permitiu o avanço em áreas sensíveis e tecnologicamente complexas, como mísseis hipersônicos, aeronaves de quinta geração e sistemas de defesa aérea de longo alcance.

No Brasil, por outro lado, muitos projetos de defesa ainda dependem de importações, de parcerias estrangeiras condicionadas e de orçamentos instáveis. Mesmo programas estratégicos, como o desenvolvimento do míssil AV-TM 300, o PROSUB ou o Gripen, frequentemente enfrentam atrasos, contingenciamentos e falta de continuidade política.

A experiência indiana evidencia que soberania e capacidade de dissuasão não se constroem apenas com compras no exterior, mas sim com investimento sério, apoio governamental consistente e uma mentalidade nacional que entenda a defesa como elemento central do desenvolvimento tecnológico e industrial.

Para o Brasil, adotar uma postura semelhante exigiria uma reavaliação profunda de prioridades, garantindo que projetos estratégicos não sejam tratados como gastos supérfluos, mas como investimentos em segurança, desenvolvimento econômico e posicionamento internacional. O exemplo da Índia mostra que essa transformação é possível quando há visão de Estado, planejamento de longo prazo e compromisso com a continuidade.


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Paris Air Show 2025 destaca drones wingmen e marca nova era na guerra aérea

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O Paris Air Show 2025, o maior evento aeroespacial e de defesa do mundo, tornou-se palco de uma verdadeira revolução tecnológica na guerra aérea. Neste ano, um número recorde de drones de combate avançados, conhecidos como “wingmen”, dominou a atenção de especialistas, militares e executivos da indústria de defesa. Esses sistemas não tripulados, projetados para operar ao lado de caças tripulados, estão redefinindo os conceitos de superioridade aérea, táticas de combate e projeção de força global.

O conceito de “wingmen”: multiplicadores de poder aéreo

Os “wingmen” são aeronaves não tripuladas de combate que voam em formação com caças como o F-35 ou o futuro F-47 da Força Aérea dos Estados Unidos. Seu papel é diversificado: podem executar missões de vigilância, guerra eletrônica, ataques de precisão, distração de defesas inimigas ou até operações cibernéticas. Mais do que simples alvos ou drones de reconhecimento, essas plataformas atuam como parceiros inteligentes e autônomos, capazes de receber comandos de pilotos humanos ou operar de forma independente com base em inteligência artificial embarcada.

O interesse global por essa tecnologia cresceu exponencialmente após os conflitos recentes, especialmente a guerra na Ucrânia, onde drones de todos os tipos provaram seu valor tático e estratégico. Além disso, as tensões no Indo-Pacífico, envolvendo Estados Unidos e China, estão acelerando o desenvolvimento de capacidades de combate que possam oferecer vantagem decisiva em cenários de negação de acesso (A2/AD).

Indústria americana na dianteira: Anduril, General Atomics e Boeing

Entre os destaques do pavilhão norte-americano, a Anduril Industries, sediada na Califórnia, atraiu atenção especial com seu drone Fury, um veículo de 17 pés de comprimento, desenvolvido para o programa CCA (Collaborative Combat Aircraft) da Força Aérea dos EUA. Segundo Jason Levin, vice-presidente sênior de engenharia da empresa, o Fury é uma aeronave com “capacidade de missão comparável à de um caça”, embora detalhes operacionais permaneçam confidenciais.

A Anduril já investiu US$ 2,5 bilhões na construção de uma planta industrial de última geração com 465 mil metros quadrados em Ohio, cuja construção começará em 2026, visando a produção em massa até 2027.

Além do Fury, a Anduril também apresentou o Altius, um drone menor e mais compacto que pode ser lançado de solo ou ar, com capacidade para missões de ataque, iscagem e guerra cibernética. O Altius já foi exportado para a Ucrânia por meio de um contrato de 30 milhões de libras com o Reino Unido, assinado em março.

A General Atomics, tradicional fornecedora de drones como o MQ-9 Reaper, apresentou seu novo modelo YFQ-42A, uma aeronave que rivaliza com o Fury em termos de performance e integração ao conceito de guerra centrada em rede. Ambos os projetos visam garantir superioridade aérea em um eventual cenário de guerra contra a China no Pacífico, incluindo uma possível defesa de Taiwan, considerada por Pequim uma província rebelde.

Outro marco importante foi a demonstração da Boeing, que revelou os resultados de um exercício com a Força Aérea Real Australiana (RAAF). No teste, dois drones Ghost Bat voaram ao lado de uma aeronave de vigilância E-7A Wedgetail, sendo operados remotamente para simular um ataque coordenado a um alvo aéreo. O governo australiano destacou que o Ghost Bat pode transformar um único caça em uma equipe aérea multi-plataforma, ampliando significativamente o alcance sensorial e a capacidade de engajamento.

Europa e Ásia: resposta acelerada ao avanço americano

As empresas europeias não ficaram atrás. A sueca Saab, junto com o consórcio franco-espanhol formado por Dassault Aviation, Airbus e Indra Sistemas, promoveram os avanços do programa Future Combat Air System (FCAS), que visa a integração de drones autônomos com caças tripulados de sexta geração.

Enquanto isso, a Baykar, da Turquia, apresentou pela primeira vez no salão dois de seus principais sistemas: o Akinci, um drone de grande altitude e elevada capacidade de carga, e o TB3, com asas dobráveis, desenvolvido especialmente para operar a partir de porta-aviões com pista curta, como o recém-comissionado TCG Anadolu.

Além disso, a Baykar e a italiana Leonardo formalizaram durante o evento uma joint venture focada no desenvolvimento de sistemas não tripulados para o mercado europeu e mediterrâneo, sinalizando um novo eixo de cooperação na indústria de defesa.

A Rheinmetall, da Alemanha, também aproveitou a feira para anunciar uma parceria estratégica com a Anduril, visando a produção de variantes europeias do Fury e do Barracuda, um drone que adota o conceito de míssil de cruzeiro com capacidade de reuso.

Uma transformação estrutural na guerra aérea

O crescente investimento global em drones wingmen sinaliza uma transformação profunda na doutrina de combate aéreo. Em vez de missões realizadas apenas por aeronaves tripuladas, as futuras operações deverão envolver enxames coordenados de plataformas autônomas, capazes de confundir defesas inimigas, realizar ataques simultâneos e assumir tarefas de alto risco, preservando a vida dos pilotos.

O conceito de "massificação inteligente", onde cada caça poderá comandar múltiplos drones subordinados, promete mudar o equilíbrio de poder nos céus. Segundo analistas do setor, países que não investirem rapidamente nessa tecnologia correm o risco de perder sua capacidade de dissuasão aérea já na próxima década.

O Paris Air Show 2025 deixou claro que a corrida global por superioridade aérea de próxima geração está apenas começando, e que os drones wingmen serão protagonistas dessa nova era.


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com Reuters
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Ucrânia avança em território russo e intensifica pressão militar e econômica sobre Moscou

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A guerra entre Rússia e Ucrânia, que já se arrasta há mais de três anos, entrou em uma nova e arriscada fase com o avanço de tropas ucranianas dentro do território russo. Segundo declarações do comandante das Forças Armadas da Ucrânia, General Oleksandr Syrskyi, as forças ucranianas controlam atualmente cerca de 90 quilômetros quadrados na região russa de Kursk, mais especificamente no distrito de Hlushkov, a aproximadamente 90 quilômetros da fronteira ucraniana.

De acordo com Syrskyi, o objetivo das operações em Kursk é “preventivo”, uma resposta antecipada a um possível ataque russo em território ucraniano. Sem dar muitos detalhes sobre a estratégia ou o número de soldados envolvidos, o general reforçou que a iniciativa visa neutralizar ameaças antes que avancem para dentro da Ucrânia.

Estima-se que cerca de 10.000 soldados russos estejam empenhados nas tentativas de recuperar o território perdido na região, segundo fontes militares de Kiev. Esse movimento obriga Moscou a manter uma quantidade considerável de tropas em solo russo, afastando-as de outras frentes de combate.

Impacto no leste da Ucrânia: alívio temporário para Donetsk

Enquanto os combates se intensificam em Kursk, a Ucrânia tem conseguido reduzir a pressão russa em Donetsk, uma das regiões ucranianas mais castigadas pelos combates desde o início da invasão em 2022. Segundo o comando ucraniano, a necessidade de reforçar a defesa em Kursk obrigou a Rússia a realocar tropas e recursos que antes estavam concentrados no leste ucraniano.

Embora os avanços russos tenham se acelerado nos meses de maio e junho, a Ucrânia afirma que tais progressos têm sido obtidos ao custo de pesadas baixas russas, com destaque para as chamadas “táticas de pequenos grupos de assalto”, um método de combate que envolve o envio de pequenas unidades de infantaria para tentar abrir brechas nas linhas ucranianas.

A linha de frente e os desafios múltiplos

Atualmente, a linha de contato entre as forças ucranianas e russas se estende por cerca de 1.200 quilômetros, abrangendo não apenas o leste, mas também o norte da Ucrânia. As Forças Armadas de Kiev relatam que a situação permanece “extremamente difícil”, com constantes investidas russas em vários pontos da linha de frente.

Na região de Dnipropetrovsk, por exemplo, ataques russos recentes foram repelidos, mas os combates continuam, sobretudo nas áreas próximas das fronteiras administrativas das regiões de Donetsk, Luhansk e Kharkiv.

Além disso, a Rússia continua a executar ataques de longo alcance com drones e mísseis contra cidades ucranianas distantes da linha de frente, visando infraestruturas críticas e tentando minar a capacidade de resistência ucraniana.

Guerra aérea: inovação ucraniana diante de ataques com drones

Diante do aumento do uso de drones russos, principalmente os modelos Shahed, de fabricação iraniana, a Ucrânia tem investido em novas estratégias de defesa aérea. De acordo com os militares ucranianos, cerca de 82% desses drones têm sido interceptados com sucesso, mas a situação segue desafiadora.

Para enfrentar o crescente número de ataques, a Ucrânia tem buscado reforços em seus sistemas de mísseis terra-ar e desenvolvido o uso de aeronaves leves e drones interceptadores. Essa nova abordagem visa aumentar a taxa de neutralização de ameaças aéreas e reduzir o impacto em áreas urbanas e na infraestrutura civil.

O problema, no entanto, é que a Ucrânia carece de sistemas suficientes para cobrir todas as regiões vulneráveis, razão pela qual Kiev continua solicitando ajuda militar aos seus aliados ocidentais.

Guerra de longo alcance: ataques ucranianos dentro da Rússia

Além de sua defesa territorial, a Ucrânia também tem adotado uma estratégia ofensiva de longo alcance, direcionando ataques contra infraestruturas econômicas e militares dentro do território russo. As forças armadas de Kiev relatam que, entre janeiro e maio deste ano, os danos diretos causados à indústria de petróleo e gás da Rússia ultrapassaram US$ 1,3 bilhão.

Os danos indiretos, que incluem a desestabilização da produção de combustível, interrupções logísticas, e fechamento temporário de refinarias, foram estimados em US$ 9,5 bilhões, de acordo com o Ministério da Defesa ucraniano.

Entre as operações mais notórias está a chamada “Operação Teia de Aranha”, uma ação de sabotagem que teria danificado aeronaves de combate russas em solo, representando bilhões em prejuízos adicionais a Moscou.

Pressão estratégica: aumentando o custo da guerra para Moscou

A combinação de avanços territoriais limitados, ataques de longo alcance e operações assimétricas visa, segundo analistas militares, elevar ao máximo os custos financeiros, logísticos e políticos para o governo russo.

Ao forçar Moscou a dispersar tropas, reforçar suas defesas internas e absorver o impacto econômico de perdas nas suas infraestruturas, a Ucrânia tenta criar uma janela de oportunidade para consolidar suas posições defensivas e retomar a iniciativa nas áreas mais críticas do conflito.

Reflexões sobre os próximos passos

Ainda é cedo para avaliar se a ofensiva ucraniana em Kursk representa o início de uma nova doutrina militar mais agressiva por parte de Kiev, ou se se trata apenas de uma operação tática limitada, destinada a ganhar tempo e espaço para reorganizar suas forças.

O certo é que a guerra entrou em uma fase de maior imprevisibilidade, com o conflito extrapolando as fronteiras tradicionais e levando a combates em solo russo, algo que até recentemente parecia pouco provável.

O Kremlin ainda não apresentou uma resposta militar de grande escala ao avanço ucraniano em Kursk, mas o risco de retaliações em larga escala, seja por via aérea, terrestre ou cibernética, permanece alto.

Enquanto isso, os combates seguem intensos em Donetsk, Luhansk, Kharkiv e nas demais regiões ucranianas sob ataque, mostrando que, apesar dos avanços recentes, a Ucrânia continua enfrentando enormes desafios para garantir sua soberania e integridade territorial.


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Análise - Ataques dos EUA ao Irã: precisão devastadora com risco de escalada

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Na madrugada do último sábado, 22 de junho, por volta de 2h30, horário do Irã, os Estados Unidos lançaram uma ofensiva combinada contra três das principais instalações nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Isfahan. A operação, batizada de “Operation Midnight Hammer”, envolveu sete bombardeiros stealth B‑2, vindos da base em Whiteman (Missouri), que largaram 14 bombas bunker-buster GBU‑57 MOP, cada uma com peso de 30 000 lb, e mais de duas dúzias de mísseis de cruzeiro Tomahawk disparados por submarinos.

O presidente Trump anunciou a ação nas redes sociais afirmando que “Fordow está destruída”, descrevendo a missão como um “sucesso militar espetacular”. As aeronaves dos EUA teriam ultrapassado espaço aéreo iraniano e retornado sem confrontos, com os sistemas iranianos de defesa aérea aparentemente sem reação.

Impacto e evidências por satélite

Imagens de satélite fornecidas pela Maxar Technologies mostram, no complexo de Fordow, seis crateras recentes, nuvens de poeira cinzenta e fragmentos de concreto, sinais claros da detonação de bombas de penetração profunda. O design da MOP visa explodir após penetrar profundamente, o que explica a ausência de grandes destroços superficiais, e sugere que os iranianos selaram os túneis antes do ataque para conter os danos internos.


Estima-se que alvos como Fordow, enterrado sob cerca de 80 m de rocha, foram diretamente visados pelas MOPs, cujo uso em combate foi confirmado oficialmente pela primeira vez. Enquanto isso, Natanz e Isfahan receberam ataques semelhantes, com Tomahawks complementando os impactos diretos.

Agências iranianas afirmam que não houve vazamento de radiação e que o estoque de urânio enriquecido já havia sido removido previamente para evitar danos ambientais . Representantes do país confirmaram que áreas afetadas em Qom, próximas a Fordow, não apresentam risco para a população.

Dissuadir, não derrubar

No Pentágono, o secretário de Defesa Pete Hegseth declarou que a operação foi um sucesso esmagador, afirmando que o programa nuclear iraniano foi “devastado”. Enfatizou ainda que a missão não visava troca de regime e que civis e tropas iranianas não eram alvos, mas as “ambições nucleares” do Irã .

O vice-presidente JD Vance reforçou esse discurso ao afirmar: “Estamos em guerra com as ambições nucleares do Irã, mas não com seu povo”, e garantiu que Washington e seus aliados trabalharão para desmantelar permanentemente o programa nuclear iraniano através de ações além do ataque.

Apesar da ofensiva militar, o governo americano sinalizou abertura à diplomacia. Hegseth declarou que o Irã ainda é bem-vindo à mesa das negociações. Já Trump advertiu: “Qualquer retaliação será respondida com força muito maior”.

Críticas e apoio: um país dividido

Dentro dos EUA, a reação foi polarizada, com muitos republicanos, inclusive o senador Lindsey Graham, elogiando a ação e classificando como necessária para conter o programa nuclear iraniano.

Já conservadores “MAGA”, como Steve Bannon e Marjorie Taylor Greene, criticaram, acusando Trump de envolvimento em outro conflito externo desnecessário.

Democratas, liderados por figuras como Hakeem Jeffries, questionaram a legalidade da operação sem autorização do Congresso e alertaram para um possível engajamento dos EUA em um conflito prolongado.

No âmbito internacional, a ONU, França, Reino Unido e União Europeia manifestaram preocupação com o risco de escalada, pedindo retorno à diplomacia. Israel, por sua vez, celebrou o ataque. O premiê Netanyahu classificou o poder militar americano como “justo e impressionante” e afirmou que isso complementou as ações israelenses na última semana .

Riscos de retaliação e nova escalada regional

De imediato, o Irã reagiu ativando defesas aéreas em regiões como Bushehr e Yazd, e lançou mísseis contra Israel, atingindo Tel Aviv e Haifa e provocando dezenas de feridos. Embora não tenha atacado bases americanas diretamente, o Irã advertiu que fechar o estreito de Ormuz está sob consideração, aumentando o risco para o tráfego global de petróleo .

Analistas do Council on Foreign Relations e da Carnegie alertam para uma possível fase prolongada de hostilidades: o Irã pode preferir uma retaliação assimétrica por meio de milícias no Oriente Médio. O Pentágono declarou que suas forças na região estão em alerta máximo e prontas para responder qualquer ação iraniana.

Diante da magnitude dos ataques, o Irã agora se vê pressionado a responder de forma que reafirme sua capacidade de dissuasão sem provocar uma escalada irreversível que leve a um confronto direto com os Estados Unidos. O histórico recente do regime iraniano aponta para um padrão de respostas assimétricas, cuidadosamente calibradas para causar impacto político e militar, mas com margem para negar responsabilidade direta.

Entre as respostas mais prováveis, analistas militares e especialistas em segurança apontam para o aumento das atividades das milícias pró-iranianas no Oriente Médio. Grupos como o Hezbollah no Líbano, os Houthis no Iêmen e as facções xiitas no Iraque podem ser acionados para lançar ataques contra alvos dos EUA e de seus aliados, especialmente Israel e as bases militares americanas na região. Esses ataques podem variar desde disparos de foguetes e drones kamikaze até atentados contra instalações diplomáticas ou logísticas.

Outro cenário que preocupa Washington e seus aliados é a possibilidade do Irã optar por ações no ciberespaço. Nos últimos anos, Teerã expandiu consideravelmente suas capacidades de guerra cibernética. Instituições financeiras, infraestruturas críticas de energia e até sistemas de transporte nos Estados Unidos ou em países aliados, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, podem se tornar alvos de ataques coordenados. Esses movimentos permitiriam ao Irã retaliar de forma silenciosa, porém com grande impacto econômico e psicológico.

A possibilidade de um bloqueio parcial ou total do Estreito de Ormuz também permanece sobre a mesa. Cerca de um quinto do petróleo comercializado no mundo passa por esse estreito, e qualquer ameaça de interrupção no tráfego marítimo ali pode provocar pânico nos mercados internacionais e pressionar os Estados Unidos por uma resposta militar imediata. O Irã já demonstrou, em ocasiões anteriores, sua capacidade de minar o estreito ou lançar ataques contra petroleiros, como ocorrido durante as tensões de 2019.

Além dessas ações, há o temor de um ataque direto a Israel. A recente ofensiva de mísseis que atingiu Tel Aviv e Haifa pode ser apenas o início de uma escalada mais ampla. O Irã pode utilizar o Hezbollah para ampliar a pressão, com o lançamento de foguetes ou ataques coordenados contra o território israelense, o que arrastaria Tel Aviv ainda mais para dentro do conflito.

No plano diplomático, Teerã deverá recorrer a fóruns internacionais como o Conselho de Segurança da ONU para denunciar a ofensiva americana como uma violação da soberania iraniana e do direito internacional. Espera-se uma aproximação maior com Rússia e China, com o objetivo de ganhar respaldo político e diplomático no cenário global.

Por fim, uma das respostas que mais preocupa analistas de segurança internacional é a possibilidade de o Irã anunciar formalmente sua saída do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e acelerar o enriquecimento de urânio para níveis próximos aos necessários para a construção de uma bomba nuclear. Esse movimento seria encarado como um desafio direto não apenas aos Estados Unidos, mas a toda a comunidade internacional, e abriria um novo ciclo de tensões, com risco real de novos bombardeios preventivos.

Até o momento, o Pentágono mantém suas forças na região em estado de alerta máximo, com reforços a caminho de bases no Golfo Pérsico. A administração Trump, por sua vez, tem reiterado que qualquer retaliação iraniana será recebida com uma resposta "rápida, esmagadora e definitiva". O futuro imediato permanece incerto, e os próximos dias serão decisivos para determinar se o conflito caminha para uma contenção estratégica ou para uma nova guerra no Oriente Médio.

Equilíbrio entre poder e diplomacia

Esta operação representa uma nova página na história: o uso ofensivo pela primeira vez das bombas bunker-buster MOP em combate real. A missão expôs a capacidade operacional avançada dos EUA, conseguindo penetrar defesas subterrâneas altamente protegidas e infligir danos significativos ao programa nuclear iraniano.

Entretanto, o desafio a partir de agora é manter esse sucesso técnico sem desencadear um conflito de grandes proporções. O espaço diplomático ainda está aberto, mas estreito. A legitimidade política nos EUA, dividida e contestada, e as respostas iranianas, diretas ou por intermediários, vão determinar se este será o fim de um conto ou o prólogo de uma guerra regional prolongada.



Por Angelo Nicolaci


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