sábado, 29 de novembro de 2025

Índia e França avançam em autonomia estratégica com joint venture para produzir munições guiadas HAMMER

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A Índia deu mais um passo decisivo rumo à autossuficiência em defesa ao formalizar, em Nova Delhi, a criação de uma joint venture entre a estatal Bharat Electronics Limited (BEL) e a francesa Safran Electronics & Defence. O acordo, resultado de uma carta de intenções assinada em fevereiro durante a Aero India, estabelece uma empresa de participação igualitária dedicada à produção, desenvolvimento e suporte das munições guiadas de precisão HAMMER lançadas do ar.

A nova companhia atenderá diretamente às necessidades da Força Aérea Indiana (IAF) e da Marinha Indiana, que já operam ou estão prestes a operar aeronaves Rafale. O caça leve Tejas, peça central do programa indígena de aviação de combate, também será adaptado para empregar o armamento da Safran. Segundo as empresas, o conteúdo local deve alcançar 60%, com a BEL responsável pela montagem final, testes e controle de qualidade, enquanto a Safran fornecerá componentes críticos como eletrônicos, sistemas de navegação e unidades de guia.

O movimento se encaixa na estratégia indiana de reduzir dependências externas e consolidar um ecossistema doméstico de alta tecnologia. Para isso, a joint venture irá além da fabricação. As empresas planejam estabelecer um centro de excelência dedicado a produção, projeto, manutenção, reparo e revisão de sistemas de armas, optoeletrônica e equipamentos de navegação. Esse hub deverá fomentar uma rede nacional de fornecedores, com foco em pequenas e médias empresas, ampliando competências locais com apoio da expertise francesa.

O kit HAMMER transforma bombas convencionais em munições de precisão por meio de módulos de direção, sistemas de orientação a laser, infravermelho ou GPS/INS e um motor-foguete que estende significativamente o alcance da arma. Capaz de manter precisão da ordem de um metro mesmo sob interferência de guerra eletrônica, o sistema já demonstrou desempenho em combate, inclusive em cenários do conflito entre Rússia e Ucrânia. Sua integração ao Tejas e ao Rafale reforça a capacidade da Índia de conduzir operações de ataque de alta precisão em diferentes teatros.

Para a Índia, a parceria consolida sua ambição de tornar-se um centro regional na fabricação de armamentos avançados, alinhada às diretrizes do programa Make in India. Para a França, representa uma expansão industrial estratégica em um dos mercados mais dinâmicos do mundo, onde grandes contratos exigem cada vez mais transferência de tecnologia real, e não apenas fornecimento de produtos acabados.

O acordo BEL–Safran simboliza mais que um avanço industrial. Ele materializa a convergência entre dois países que apostam na autonomia estratégica como eixo central de sua política de defesa, e reforça a tendência global de cooperação tecnológica profunda como caminho para enfrentar um ambiente geopolítico cada vez mais contestado.


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Polônia fecha maior contrato internacional da história do Apache e redefine equilíbrio militar no Leste Europeu

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A Boeing anunciou na quarta-feira um dos movimentos mais significativos da aviação de combate das últimas décadas: a produção de novos helicópteros de ataque AH-64E Apache destinados a clientes internacionais, com destaque absoluto para a Polônia, que encomendou 96 unidades sob um contrato de vendas militares estrangeiras avaliado em quase 4,7 bilhões de dólares. As entregas começam em 2028, marcando não apenas o maior pedido internacional da história do programa, mas também um redesenho claro das prioridades de defesa no flanco leste da OTAN.

A decisão polonesa não ocorre isoladamente. Inserida em um ambiente de crescente instabilidade no Leste Europeu, Varsóvia tem acelerado sua transformação militar com investimentos robustos em meios blindados, defesa antiaérea, artilharia e agora aviação de ataque. O Ministério da Defesa Nacional da Polônia já opera oito helicópteros Apache alugados do Exército dos EUA, o que permite ao país treinar pilotos, mecânicos e equipes de apoio antes da chegada definitiva das aeronaves adquiridas.

O AH-64E representa o padrão ouro dos helicópteros de ataque modernos. Equipado com sensores avançados, enlace de dados aprimorado e capacidade plena de integração com drones, o Apache permanece como uma peça central em operações de apoio aéreo aproximado e missões antiblindados. No momento em que adversários estatais investem em negação de área e sistemas de guerra eletrônica mais complexos, plataformas como o Apache continuam a desempenhar papel decisivo em cenários de combate multidomínio.

Segundo a Boeing, mais de 1.300 helicópteros Apache estão em operação no mundo. A contínua demanda internacional reforça o valor de uma plataforma madura, porém em constante evolução tecnológica. Nos últimos meses, novas unidades foram entregues ao Exército Australiano, ao Exército Indiano e à Força Aérea Real Marroquina, evidenciando um interesse global renovado pela aeronave.

O anúncio veio na esteira de outras conquistas importantes da empresa. Um dia antes, o Pentágono havia confirmado que a Boeing recebera dois contratos que ultrapassam 7 bilhões de dólares: o acordo relacionado aos Apaches e outro de 2,4 bilhões de dólares para o Lote 12 de aeronaves de produção da Força Aérea, identificado como G081, além de assinaturas e licenças associadas.

O fortalecimento da frota polonesa de helicópteros de ataque deve reorganizar os equilíbrios militares na região, ampliando a capacidade de resposta rápida e dissuasão de Varsóvia diante de ameaças convencionais. Para a indústria norte-americana, o pacote consolida o Apache como vetor dominante no mercado internacional, mesmo diante de novos competidores e programas emergentes.

Mais do que um simples contrato, o acordo reflete uma tendência clara no cenário de segurança internacional: Estados que observam o retorno da competição estratégica estão buscando plataformas comprovadas, interoperáveis com aliados e capazes de operar em ambientes saturados e contestados. Nesse contexto, o Apache continua sendo uma escolha que combina maturidade operacional com relevância futura.


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Brasil em Transição Estratégica: Oportunidades e Riscos da Nova PND e END em um Mundo Multipolar

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A nova Política Nacional de Defesa (PND), a Estratégia Nacional de Defesa (END) e o Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN), aprovados pelo Decreto nº 12.725/2025, representam o esforço mais recente do Estado brasileiro para reposicionar o país diante de uma transição geopolítica complexa: o fim definitivo da unipolaridade e a consolidação de um ambiente multipolar competitivo, volátil e marcado por assimetrias estratégicas.

O documento reconhece que o mundo pós-Guerra Fria não é mais definido pelo predomínio absoluto dos EUA, mas pela emergência de novos polos de poder econômicos, tecnológicos e militares que disputam influência global. Esse diagnóstico, ainda que tardio, é fundamental para um país que aspira autonomia estratégica e pretende reduzir a dependência externa em setores sensíveis.

Uma das principais mudanças do texto é o reposicionamento explícito do Brasil entre as potências emergentes. A política de defesa coloca os BRICS como plataforma prioritária para diversificação de parcerias e fortalecimento da capacidade nacional em áreas estratégicas. O bloco, ampliado desde 2023 com membros como Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã, é apontado como ferramenta relevante para uma governança internacional descentralizada e ampliar o acesso a mercados, tecnologias e cadeias produtivas, especialmente no setor de defesa.

Ao mesmo tempo, o LBDN aponta com clareza que a multipolaridade não implica necessariamente estabilidade. Pelo contrário: a competição entre grandes potências e a ausência de mecanismos eficientes de governança global criam riscos adicionais para países de médio porte, como o Brasil. Permanecer “relativamente afastado das principais áreas de tensão” não significa estar imune a seus efeitos, sobretudo no campo econômico, cyber, espacial e energético.

O documento reforça a necessidade de uma capacidade mínima de dissuasão e de preparo constante para proteção da soberania, seja no Atlântico Sul, na Amazônia ou nos espaços cibernético e aeroespacial. Entretanto, a grande questão que permanece sem resposta é se o país terá, de fato, densidade orçamentária e continuidade política para transformar essa intenção em capacidade real.

Outro ponto relevante é o reposicionamento do Brasil como ator ativo em operações de paz e cooperação militar internacional. A narrativa de protagonismo, reforçada pelo histórico brasileiro nas missões da ONU, é positiva, mas deve ser acompanhada de investimentos concretos em interoperabilidade, modernização e capacidade expedicionária, elementos indispensáveis para quem deseja ter voz em fóruns de segurança global.

A nova PND e END acertam ao enfatizar a necessidade de diversificação de parceiros, autonomia industrial e desenvolvimento tecnológico, pilares indispensáveis para qualquer país que pretenda reduzir vulnerabilidades estratégicas. No entanto, para além do discurso, será preciso enfrentar desafios internos que há décadas limitam o avanço brasileiro: ciclos orçamentários instáveis, descontinuidade de programas, dependência de importações sensíveis e falta de visão de longo prazo na indústria de defesa.

Mais do que apontar caminhos, os documentos expõem uma escolha estratégica: ou o Brasil assume papel ativo no novo equilíbrio multipolar, fortalecendo suas capacidades e investindo de maneira contínua, ou permanecerá vulnerável às decisões alheias, sempre reagindo, nunca influenciando.

O desafio está posto. O país terá maturidade para enfrentá-lo?


por Angelo Nicolaci


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Brasil avança em diplomacia de defesa ao doar helicópteros Bell ao Paraguai e ao Uruguai

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A Câmara dos Deputados aprovou o projeto que autoriza o Brasil a doar helicópteros antigos de sua frota ao Paraguai e ao Uruguai, reforçando a cooperação regional em segurança e ampliando a política de boa vizinhança no Cone Sul. A proposta, originalmente enviada pelo Executivo em 2020 e assinada à época pelo então ministro da Justiça Sérgio Moro, agora segue para apreciação no Senado.

O tema envolve duas iniciativas legislativas: o Projeto de Lei 331/20, aprovado pela Câmara em 2020, e o PL 2216/25, que tratava da doação de outras aeronaves ao Uruguai. Ambos foram apensados, resultando na aprovação conjunta ocorrida nos últimos dias.

A medida permitirá que os dois países vizinhos recebam aeronaves da família Bell, que apesar da idade, permanecem relevantes para missões de segurança pública, vigilância de fronteiras, treinamento e apoio a operações policiais.

Paraguai

O Paraguai deverá receber dois helicópteros Bell 412, atualmente operados pela Polícia Federal. Essas aeronaves foram amplamente utilizadas em operações de patrulhamento, transporte de equipes e ações especiais. Com a chegada de modelos mais modernos, como o AW109, a PF iniciou o processo de substituição gradual de sua frota de 412, abrindo caminho para a transferência dos equipamentos.

Uruguai

No caso uruguaio, o modelo previsto para doação é o Bell 206 (IH-6A), aeronave que está sendo desativada pela Marinha do Brasil após décadas de serviço. Os IH-6A foram fundamentais na formação de pilotos navais e em missões de esclarecimento, ligação e instrução. A Marinha está substituindo esse vetor pelo Airbus H125M (IH-18), que oferece maior capacidade, modernidade e padronização logística para o futuro.

Modernização brasileira

A política de doações ocorre em paralelo ao esforço brasileiro de atualizar suas frotas aéreas de segurança e defesa. A chegada do H125M (IH-18) na Marinha e dos AW109 na Polícia Federal representa não apenas um salto tecnológico, mas também a oportunidade de estreitar laços com países parceiros ao repassar aeronaves ainda plenamente operacionais para suas necessidades.

Mais do que uma simples transferência de meios, a iniciativa fortalece a interoperabilidade regional, amplia a capacidade conjunta no combate ao crime transnacional e reforça o papel do Brasil como ator central na segurança do Cone Sul.


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Prisão de Policiais da Megaoperação nos complexos da Penha e Alemão Expõe Risco de Paralisação no Combate ao Narcotráfico no Rio

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A prisão de cinco policiais militares que participaram da "Operação Contenção", realizada em 28 de outubro nos Complexos da Penha e do Alemão, reacendeu um debate que vai muito além do episódio específico. O que está em jogo é a capacidade do Estado de atuar em áreas dominadas por facções criminosas, a segurança jurídica de agentes que enfrentam esses grupos e principalmente, o impacto que decisões precipitadas podem gerar no futuro do combate ao narcotráfico no Rio de Janeiro.

O Rio vive uma realidade em que a presença de organizações criminosas se enraíza cada vez mais, expandindo suas fronteiras, recrutando jovens e desafiando diariamente o Estado. Nessas regiões, operações de alto risco não são exceção, são uma rotina. É nesse contexto que se insere a ação do dia 28 de outubro: um confronto direto entre policiais e traficantes em uma das áreas mais sensíveis da capital fluminense.

A decisão judicial de prender preventivamente os cinco agentes, antes mesmo da conclusão da perícia das imagens que motivaram a investigação, provocou críticas de especialistas e acendeu um alerta entre quem conhece a dinâmica da segurança pública no Rio. Entre eles, o advogado criminalista e especialista em segurança pública Marcos Espínola, que representa os policiais detidos.

Para o advogado, a medida desconsidera pilares básicos do Estado Democrático de Direito e as garantias constitucionais que todo cidadão, inclusive policiais, possuem. Ele destaca que os agentes são primários, têm residência fixa, bons antecedentes e estavam no exercício da função pública, atuando em defesa da sociedade. Espínola questiona a necessidade da prisão preventiva, descrevendo-a como desproporcional e sem respaldo técnico enquanto a perícia não for concluída.

Sua análise toca num ponto essencial: o risco de criminalizar a ação policial em cenários de confronto. Há uma diferença profunda entre investigar condutas, o que é dever, e punir antecipadamente agentes que estavam sob fogo inimigo, tomando decisões em frações de segundo. Conforme ressalta Espínola, a tensão desses momentos não pode ser ignorada, e a reconstrução dos fatos exige rigor técnico, não pressões externas ou conclusões apressadas de quem fica atrás de uma mesa no ar-condicionado.

Essa postura pode gerar efeitos perigosos e irreversíveis. Enquanto facções se fortalecem, expandem territórios e ampliam o arsenal, decisões que inibem a ação policial, ou que transmitam a mensagem de que o agente será o primeiro a ser punido, podem resultar na retração operacional. E isso seria um presente para o crime organizado. Policiais que atuam nas áreas mais conflagradas do Rio já trabalham sob estresse extremo, com baixa estrutura, salários defasados e risco permanente de morte. Acrescentar a isso o medo de serem presos ao exercer a sua função tende a corroer o moral da tropa e favorecer ainda mais o avanço das facções.

O caminho correto, como defendido pelo advogado, é claro: perícia técnica, contraditório, escuta dos envolvidos e só então qualquer medida mais gravosa. Investigar é necessário. Punir antecipadamente, não. A segurança pública, já frágil, não pode ser conduzida com decisões que desestimulam quem está na linha de frente, especialmente quando o Estado falha em ocupar territórios que hoje estão, na prática, sob domínio de grupos criminosos.

A Operação Contenção de 28 de outubro deve ser analisada com justiça, técnica e responsabilidade. A prisão dos cinco policiais, antes da conclusão das apurações, não atende a nenhum desses critérios. E mais grave, pode colocar em risco o futuro das operações policiais em áreas dominadas pelo tráfico no Rio de Janeiro, no momento em que o crime organizado demonstra capacidade inédita de expansão e resistência.

Se o Estado recua, as facções avançam. E as consequências são sentidas, primeiro por quem vive nas comunidades, e depois por toda a sociedade.


por Angelo Nicolaci


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Indústria brasileira consolida presença estratégica na EDEX 2025 sob coordenação da ABIMDE

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A indústria brasileira de defesa e segurança inicia dezembro com protagonismo no Cairo. Sob coordenação da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), e com suporte da ApexBrasil, do Ministério da Defesa e do Ministério das Relações Exteriores, o Brasil marca presença na EDEX 2025, uma das mais relevantes feiras de defesa do Norte da África, realizada de 1º a 4 de dezembro no Centro de Exposições Internacional do Egito.

A quarta edição do evento, organizada pela Autoridade Egípcia de Armamento e patrocinada pelo presidente Abdel Fattah El Sisi, reafirma a EDEX como plataforma essencial para governos, forças armadas e empresas que buscam soluções de alta complexidade para ambientes terrestres, marítimos e aéreos. Mais de 35 mil visitantes, 400 expositores e delegações oficiais de dezenas de países participam deste ciclo, reforçando seu peso geopolítico e industrial.

Presença articulada e atuação coordenada

A delegação brasileira conta com a participação do Tenente-Brigadeiro do Ar Heraldo Luiz Rodrigues, Secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, e do Coronel Luciano Fontana, da Secretaria de Produtos de Defesa (Seprod). Pela ABIMDE, a articulação institucional e o suporte internacional estão a cargo do Coordenador de Projetos Miquéias Souza.

O estande nacional, o “Espaço Brasil”, reúne nove empresas representativas da tecnologia e da diversidade da Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS): Akaer Engenharia, Avionics Services, BCA Têxtil, CBC, CSA, Mac Jee, M&K Assessoria, Modirum | GESPI e XMobots. O portfólio conjunto evidencia competências que vão da engenharia avançada aos sistemas aéreos não tripulados, passando por munições, têxteis técnicos, manutenção aeronáutica e soluções de alta tecnologia.

Acesso direto a decisores e parcerias estratégicas

Um dos grandes diferenciais da EDEX é seu programa robusto de relacionamento com delegações VIP, ministros de defesa, chefes de Estado-Maior, diretores de compras governamentais e autoridades de alto nível. A edição anterior contou com 108 delegações de 60 países, consolidando o evento como polo de tomada de decisão. Para a indústria brasileira, é uma oportunidade concreta de apresentar soluções, estabelecer diálogos estratégicos e ampliar possibilidades de inserção tecnológica em mercados do Oriente Médio e da África, regiões que intensificam investimentos em modernização e capacidades militares.

Além das demonstrações ao vivo, painéis técnicos e reuniões governamentais, os expositores contam com acesso ao sistema de matchmaking, que conecta empresas brasileiras a potenciais clientes e parceiros industriais, aumentando a probabilidade de negócios estruturados e cooperações duradouras.

Brazil Defense: estratégia de longo prazo

A participação brasileira na EDEX integra o projeto Brazil Defense, iniciativa conjunta ABIMDE–ApexBrasil, com apoio dos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores. O programa tem por objetivo ampliar a inserção internacional das empresas da BIDS por meio de plataformas de inteligência de mercado, feiras estratégicas e ações comerciais alinhadas às necessidades reais das empresas exportadoras e das que buscam iniciar sua atuação global.

A estratégia foca não apenas em resultados imediatos, mas na consolidação do posicionamento brasileiro no médio e longo prazo, fortalecendo competitividade, ampliando parcerias e integrando mais empresas em uma agenda de promoção internacional contínua.

Uma vitrine para a capacidade tecnológica do Brasil

Com mais de 240 empresas associadas, a ABIMDE reforça, na EDEX 2025, seu papel de interlocutora legítima da Base Industrial de Defesa e Segurança, articulando políticas, defendendo interesses e promovendo a tecnologia nacional diante de um dos cenários geopolíticos mais relevantes da atualidade.

A presença brasileira no Cairo demonstra maturidade, visão estratégica e capacidade tecnológica. Em um ambiente global marcado por disputas, reconfigurações e novos vetores de poder, o Brasil chega preparado para competir, cooperar e abrir portas que fortaleçam sua indústria e sobretudo, sua posição no tabuleiro internacional.


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Ministério da Defesa destaca papel estratégico do BNDES Exim nos 35 anos da linha de crédito

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O Ministério da Defesa participou, nesta quarta-feira (26), da comemoração pelos 35 anos do BNDES Exim, instrumento essencial para impulsionar as exportações brasileiras de bens e serviços. A cerimônia ocorreu na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, no Rio de Janeiro, reunindo autoridades do governo federal, representantes da indústria e players do mercado financeiro nacional e internacional.

Criado para fortalecer a presença do Brasil no comércio exterior, o BNDES Exim opera em duas modalidades complementares: o financiamento ao pré-embarque, dedicado à produção, e o apoio ao pós-embarque, focado na comercialização de produtos no exterior. Ao longo de mais de três décadas, o programa consolidou-se como uma das principais ferramentas públicas para ampliar a competitividade das empresas brasileiras em mercados estratégicos.

A abertura do evento contou com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e o diretor José Luis Gordon, que ressaltaram os resultados alcançados e a importância da continuidade do apoio estatal às exportações. Ambos defenderam que, em um ambiente global marcado por forte competição entre países, o crédito direcionado é um elemento indispensável para que empresas brasileiras consigam disputar espaço no cenário internacional.

O Ministério da Defesa foi representado pelo Secretário de Produtos de Defesa, Heraldo Luiz Rodrigues, e pelo Diretor do Departamento de Financiamentos e Economia de Defesa, General de Brigada Jason Silva Diamantino. Durante o Painel “Parcerias no Sistema Público de Apoio”, o Secretário Heraldo enfatizou que o financiamento adequado é decisivo para assegurar competitividade às empresas da Base Industrial de Defesa, cuja atuação gera empregos de alta qualificação, atrai divisas e contribui diretamente para a soberania tecnológica do país.

Segundo o Secretário, o debate evidenciou a necessidade de maior coordenação entre ministérios e instituições públicas para que o Brasil ofereça às suas indústrias condições similares às garantidas por outros países exportadores. Ele also destacou que a Secretaria de Produtos de Defesa cumpre papel central como ponto de ligação entre a BID e o BNDES, fortalecendo a articulação para projetos de pré e pós-embarque.

A celebração dos 35 anos do BNDES Exim reuniu representantes da CAMEX/MDIC, Tesouro Nacional, ABGF, CNI e grandes empresas exportadoras como Embraer, WEG, Jacto e Scania. Organizações internacionais, como a AFIC, a EKN Swedish Export Credit Agency e o escritório Norton Rose Fulbright, também participaram, reforçando o caráter global das parcerias que sustentam o crescimento das exportações brasileiras.

O encontro reafirmou a importância da política de financiamento como pilar de competitividade e mostrou que a integração entre governo, indústria e setor financeiro é fundamental para ampliar a presença do Brasil em mercados internacionais, especialmente em segmentos estratégicos como o de defesa.


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Leonardo apresenta o “Michelangelo Dome”, seu novo ecossistema integrado de segurança multidomínio

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A Leonardo revelou em Roma, no "Officine Farneto", seu mais recente e ambicioso projeto no campo da segurança e defesa: o “Michelangelo Dome”. Concebido para responder a um cenário global em rápida transformação, marcado por ameaças cada vez mais complexas, o sistema reúne o que há de mais avançado em sensoriamento, inteligência artificial, comando e controle e integração multidomínio.

A solução foi projetada para proteger infraestrutura crítica, centros urbanos sensíveis, fronteiras, bases estratégicas e ativos de interesse nacional e europeu. Sua arquitetura modular e escalável permite que o Michelangelo Dome seja adaptado a diferentes necessidades, desde cidades e instalações específicas até sistemas nacionais de defesa, alinhando-se à estratégia da Leonardo de consolidar sua liderança na área de Segurança Global.

Durante o lançamento, Roberto Cingolani, CEO e Diretor-Geral da companhia, destacou o caráter estratégico da iniciativa: “Com o Michelangelo, reafirmamos nosso compromisso em desenvolver soluções que protejam cidadãos, instituições e infraestrutura, combinando tecnologia avançada, visão sistêmica e forte capacidade industrial. Em um mundo onde as ameaças evoluem rapidamente, e onde defender é mais custoso do que atacar, a defesa precisa inovar, antecipar e adotar a cooperação internacional.”

Uma cúpula de proteção que cobre todos os domínios

Longe de ser um sistema fechado, o Michelangelo Dome funciona como uma arquitetura abrangente que integra sensores terrestres, navais, aéreos e espaciais, além de plataformas de ciberdefesa, sistemas de comando e controle e efetores coordenados. É um ecossistema pensado para operar de forma simultânea em todos os domínios:

– ameaças aéreas, incluindo mísseis balísticos, vetores hipersônicos e enxames de drones;

– ataques de superfície e subsuperfície no ambiente naval;

– incursões e operações hostis em terra;

– ações cibernéticas e de guerra eletrônica.

A plataforma utiliza fusão de dados de múltiplas fontes e algoritmos preditivos capazes de antecipar comportamentos suspeitos, identificar padrões de ataque e sugerir a resposta mais eficiente, ou até coordená-la automaticamente. O resultado é uma “cúpula de segurança dinâmica”, preparada para enfrentar ataques coordenados e saturação de ameaças, algo cada vez mais comum no campo de batalha contemporâneo.

Aposta europeia em autonomia estratégica e resiliência industrial

Com o Michelangelo Dome, a Leonardo aprofunda sua contribuição para a integração das capacidades de defesa europeias e para os objetivos de autonomia estratégica do continente. O projeto conversa diretamente com iniciativas multilaterais da OTAN e da União Europeia, fortalecendo a cadeia industrial e ampliando a capacidade do bloco de responder a ameaças de alta intensidade.

A empresa, uma das principais forças industriais do setor aeroespacial, de defesa e segurança, emprega 60 mil profissionais e participa de programas-chave como Eurofighter, JSF, NH-90, FREMM, GCAP e Eurodrone. Com forte presença na Itália, Reino Unido, Polônia e Estados Unidos, além de participações estratégicas em empresas como Leonardo DRS, MBDA, ATR, Hensoldt, Telespazio e Thales Alenia Space, a Leonardo fechou 2024 com €20,9 bilhões em novos pedidos e €17,8 bilhões em receitas.

O Michelangelo Dome reforça essa trajetória ao introduzir uma abordagem integrada, preditiva e multidomínio para os desafios de segurança do século XXI, um movimento que tende a influenciar, de forma duradoura, a arquitetura de defesa europeia.


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IACIT conclui entrega do DroneBlocker ao Exército Brasileiro e reforça capacidade estratégica do SISFRON

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A IACIT, uma das principais empresas brasileiras de tecnologia aplicada à defesa, segurança e gestão do tráfego aéreo, concluiu a entrega do último lote do Sistema Antidrone DroneBlocker ao Exército Brasileiro, consolidando um salto relevante na proteção de fronteiras e infraestruturas sensíveis. Os quatro equipamentos finais foram entregues ao Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEX) e integrados ao Projeto SAD/SISFRON, que expande a capacidade nacional de vigilância e resposta a ameaças de baixa assinatura, como drones usados em ações ilícitas.

A entrega encerra um ciclo iniciado com avaliações técnicas rigorosas do Exército. O sistema foi submetido a provas de desempenho no Forte Marechal Rondon, em Brasília, além de exercícios integrados ao Centro de Instrução de Guerra Eletrônica (CIGE) e ao 1º Batalhão de Guerra Eletrônica, culminando em um programa intensivo de capacitação para operadores. Segundo a empresa, os resultados confirmaram a robustez do DroneBlocker diante de cenários realistas, simulando violações de espaço aéreo e tentativas de emprego de drones hostis.

Para Luiz Teixeira, CEO da IACIT, a aquisição demonstra maturidade tecnológica da Base Industrial de Defesa: “O DroneBlocker é uma solução altamente eficaz contra ameaças reais e foi projetado para responder aos desafios específicos do nosso território, garantindo soberania e pronta resposta em situações críticas.”

Tecnologia nacional para cenários operacionais complexos

Com desenvolvimento integralmente nacional, o DroneBlocker atua por bloqueio de radiofrequência, neutralizando Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas ao cortar o vínculo entre o drone e seu operador. A interrupção do sinal força o pouso controlado ou o retorno ao ponto de origem, permitindo resposta segura mesmo em ambientes densos ou próximos a infraestruturas sensíveis. O sistema opera em modos autônomo ou manual, oferecendo flexibilidade para missões de vigilância, proteção de perímetros ou operações móveis.

A solução já integra o arsenal de instituições estratégicas do Estado. O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência utiliza o DroneBlocker em operações de proteção de autoridades e áreas críticas, enquanto forças de segurança federais e militares aplicam o sistema no combate ao garimpo ilegal, nas ações contra o narcotráfico na Amazônia e na proteção de fronteiras. O equipamento esteve presente em eventos de alta visibilidade, como as Olimpíadas Rio 2016, a Cúpula do G20, encontros do BRICS e, recentemente, na COP30 em Belém.

Em nota oficial, o Exército destacou que a incorporação do DroneBlocker ao SISFRON representa “um avanço significativo para a corporação, reforçando a proteção de estruturas estratégicas, a segurança da tropa e a prontidão tecnológica diante de ameaças emergentes, inclusive as de baixo custo e alta mobilidade.”

Indústria estratégica e fortalecimento da soberania

Fundada em 1986 e certificada como Empresa Estratégica de Defesa pelo Ministério da Defesa, a IACIT mantém sede em São José dos Campos e atua em áreas críticas como defesa, segurança pública, controle de tráfego aéreo e meteorologia. O portfólio da empresa é pautado por tecnologias de alta complexidade e soluções voltadas a soberania, proteção de fronteiras e resposta a cenários críticos, incluindo desastres ambientais e segurança de grandes eventos.

Com a conclusão da entrega do DroneBlocker ao Exército, a IACIT reforça sua posição como fornecedora de referência em sistemas de guerra eletrônica e sua importância no ecossistema brasileiro de defesa, em um momento em que ameaças de baixa observabilidade se tornam cada vez mais comuns no teatro operacional moderno.


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com Rossi Comunicação

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Otokar mira expansão na América do Sul e apresenta TULPAR e COBRA II na Expodefensa 2025

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A Otokar, maior exportadora de plataformas terrestres de Türkiye e um dos nomes mais influentes do setor de defesa global, reforça sua presença na América do Sul ao participar da Expodefensa 2025, que ocorre entre 1º e 3 de dezembro, em Bogotá, na Colômbia. A empresa apresentará modelos em escala do veículo de combate TULPAR e do consagrado COBRA II, destacando seu portfólio avançado e seu compromisso com parcerias estratégicas na região.

A empresa coloca a América do Sul como eixo central de sua estratégia internacional, acompanhando de perto as demandas específicas dos países da região. Na feira, a Otokar buscará ampliar oportunidades de cooperação envolvendo transferência de tecnologia, fabricação local e novos modelos de parceria industrial — pontos cada vez mais relevantes para nações que buscam fortalecer suas capacidades de defesa com autonomia e ganho tecnológico.

Segundo Sedef Vehbi, Head do Military Cluster da Otokar, a empresa já possui veículos militares operando no continente e mantém interlocução ativa com usuários locais: “Mais de 33 mil veículos militares Otokar estão em serviço com mais de 70 usuários em 40 países. A Expodefensa é uma plataforma essencial para consolidar nossas relações e ampliar iniciativas de produção e participação industrial na região. Nosso objetivo é ampliar nossa presença e oferecer soluções sob medida.”

TULPAR: mobilidade, proteção e poder de fogo

O TULPAR será uma das grandes atrações do estande da Otokar. Projetado como um veículo de combate multiemprego sobre lagartas, o TULPAR pode variar entre 28 e 45 toneladas, atendendo desde funções de carro de combate leve até versões especializadas, como viatura de recuperação, porta-morteiros, plataforma antiaérea, posto de comando e unidade de evacuação médica.

Testado em cenários de clima extremo e terrenos complexos, o TULPAR oferece proteção balística e antiminas com blindagem modular e arquitetura comum entre suas variantes. Sua mobilidade superior garante desempenho em áreas urbanas, zonas densamente edificadas e em terrenos onde plataformas mais pesadas enfrentam limitações. Em Bogotá, o modelo será exibido com a torre de 30 mm MIZRAK.

COBRA II: versatilidade modular comprovada em combate

Outro destaque será o COBRA II, já operado por mais de 20 usuários em diversas regiões do mundo. O veículo 4×4 é reconhecido por sua mobilidade superior, ampla capacidade de carga interna e elevado nível de proteção contra ameaças balísticas, minas e IEDs.

Com arquitetura modular e pronta para integração de diversos sistemas, o COBRA II cumpre missões de segurança interna, operações de paz, vigilância, reconhecimento, defesa anticarro, CBRN e evacuação médica. Na Expodefensa 2025, será apresentado com a torre KESKİN.

Presença consolidada e foco em parcerias

Desde 1963, a Otokar desenvolve e fabrica veículos blindados sobre rodas e lagartas, sistemas de armas e plataformas não tripuladas, sendo fornecedora consolidada de organismos internacionais como a ONU e usuários da OTAN. Com mais de 3.500 funcionários e uma área industrial de 552 mil m², a empresa segue ampliando seu alcance global e oferecendo soluções personalizadas com tecnologia própria.

Ao término da feira, a Otokar reforça seu interesse em aprofundar relações com países sul-americanos, incluindo o Brasil, onde o TULPAR figura entre os favoritos na disputa o contrato para fornecer o futuro carro de combate do Exército Brasileiro.


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sexta-feira, 28 de novembro de 2025

F-39E Gripen Lança míssil Meteor e consolida avanço tecnológico da FAB

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A Força Aérea Brasileira deu um passo decisivo na elevação da capacidade de combate do país ao concluir, em novembro, o Exercício Técnico BVR-X, realizado em Natal (RN). O lançamento real do míssil Meteor a partir do F-39E Gripen, em cenários desafiadores e contra alvos manobráveis, marca um avanço concreto no poder dissuasório brasileiro e na consolidação de doutrinas modernas de combate além do alcance visual.

A escolha de Natal para a campanha não foi casual: a geografia, a proximidade com o mar e a regularidade de céu claro nesta época do ano garantiram condições seguras e estáveis para testes de armamentos avançados. Segundo o comandante da Base Aérea de Natal, Brigadeiro do Ar Breno Diogenes Gonçalves, a região reúne requisitos ideais para um exercício que prioriza precisão, telemetria e segurança operacional.

O eixo central do BVR-X foi a realização de dois disparos reais do Meteor contra alvos Mirach 100/5, que simularam aeronaves de caça em alta velocidade e altitude. A campanha mostrou que o binômio Gripen–Meteor, hoje o mais avançado da América Latina, oferece à FAB uma capacidade inédita de combate BVR. A Força insere-se no seleto grupo de países capazes de empregar um dos armamentos mais letais do mundo.

Preparação, integração e execução de alto nível

O Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA) participou com quatro aeronaves Gripen, apoiado pelo Grupo Logístico de Anápolis. A preparação envolveu treinamento prévio fornecido pela Saab, seguido de práticas operacionais específicas de emprego do Meteor. Com a proximidade da campanha, as tripulações passaram a operar no mission trainer do Gripen, simulando cenários idênticos aos do exercício.

O nível de complexidade exigiu também integração direta com a MBDA, fabricante do míssil, que forneceu suporte especializado ao Instituto de Aplicações Operacionais (IAOp). Essa transferência de conhecimento, parte do acordo de compensação do programa, reforça o caráter estratégico do Gripen não apenas como plataforma de combate, mas como vetor de desenvolvimento industrial, tecnológico e doutrinário para a FAB.

Meteor: letalidade, inteligência e supremacia BVR

Equipado com motor ramjet de empuxo variável, o Meteor preserva energia durante todo o voo e acelera na fase final, quando o alvo tem mínima capacidade de evasão. Esse diferencial confere ao míssil uma zona de não-escape superior à dos sistemas convencionais.

O link de dados bidirecional permite correções de rota em tempo real, com informações enviadas pela aeronave lançadora ou por outras plataformas aéreas participantes. Além disso, o míssil pode operar com baixa emissão até a fase terminal, dificultando a detecção por sistemas inimigos.

Combinados, esses fatores explicam por que a Europa, a Índia e agora o Brasil tratam o Meteor como um dos pilares de sua postura de defesa aérea.

Exercício de grande envergadura e coordenação interagências

Para garantir realismo e segurança, múltiplos esquadrões e unidades da FAB atuaram de forma integrada. Aeronaves A-1M cumpriram o papel de agressor, enquanto o espaço aéreo foi monitorado pelo Terceiro Centro de Operações Militares e pelo E-99 do Esquadrão Guardião. A defesa do tráfego aéreo foi reforçada por A-29 Super Tucano do Esquadrão Joker.

No âmbito marítimo, P-3AM e P-95BM vigiaram continuamente embarcações que pudessem ingressar na área de exclusão. Para garantir prontidão em eventual emergência, o H-36 Caracal do Esquadrão Falcão permaneceu em alerta para missões de Busca e Salvamento. A BANT atuou como Direção do Exercício, mantendo o fluxo logístico e operacional.

Os alvos Mirach foram lançados e acompanhados em tempo real a partir do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, cuja telemetria foi decisiva para validar os dados de desempenho do míssil. O apoio institucional envolveu COMPREP, COMGAP, DIRMAB, PAMA-SP e PAMB-RJ, mostrando a capacidade da FAB de conduzir um exercício de larga escala em múltiplos domínios.

IAOp: o elo entre ciência, técnica e combate real

Subordinado ao COMPREP, o Instituto de Aplicações Operacionais desempenhou papel central no BVR-X. Coube ao órgão definir perfis de lançamento, supervisionar a integração do Meteor ao Gripen e, posteriormente, analisar todos os dados coletados.

O trabalho do IAOp garante que o conhecimento obtido em campo se transforme em doutrina, atualizando táticas, técnicas e procedimentos que influenciarão decisões futuras de aquisição, modernização e requisitos tecnológicos para a FAB. É a partir dessas avaliações que a Força mantém seus sistemas alinhados às necessidades reais de combate.

Um salto estratégico para o Brasil

O sucesso da campanha com o Meteor evidencia a maturidade operacional da FAB e o acerto das escolhas estratégicas feitas nos últimos anos. O país avança não apenas na capacidade de combate aéreo de longo alcance, mas também no domínio técnico e doutrinário que sustenta uma aviação de caça moderna.

O BVR-X consolida o Gripen como vetor central da defesa aérea brasileira e posiciona o Brasil, de forma inédita, entre as nações capazes de integrar e empregar armamentos de última geração com rigor técnico, precisão e visão estratégica.

Se quiser, posso produzir também uma versão analítica complementar, focada nos impactos para a postura estratégica brasileira ou na evolução futura da capacidade BVR da FAB.


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com FAB


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Operação Aratu X reafirma a prontidão e a maturidade operacional da Brigada Aeromóvel

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Entre 14 e 21 de novembro, a Brigada de Infantaria Aeromóvel conduziu, no Vale do Paraíba, a Operação Aratu X, exercício tático que marcou o encerramento do ciclo anual de adestramento da Força de Prontidão da Brigada. Além de consolidar capacidades já amadurecidas ao longo do ano, o exercício reforça a preparação para a certificação prevista para 2026, que será supervisionada diretamente pelo Comando de Operações Terrestres.

A Aratu X foi estruturada no formato de dupla ação, colocando duas forças oponentes em dinâmica realista, com liberdade de planejamento, tomada de decisão e manobra. O conjunto envolveu mais de 850 militares, 103 viaturas e aeronaves HM-1 Pantera e HM-3 Cougar do 2º Batalhão de Aviação do Exército, compondo um ambiente complexo que exige integração precisa entre elementos terrestres e aéreos.

O núcleo da operação foi um assalto aeromóvel em contexto de guerra, seguido por ações continuadas que permitiram avaliar, de forma objetiva, o desempenho de todas as funções de combate. O emprego combinado de aeronaves para infiltração e conquista de objetivos estratégicos destacou a sinergia entre aviação do Exército e tropas de superfície. Paralelamente, sensores de inteligência, drones, frações de reconhecimento, turma de caçadores e precursores, ampliaram o alcance situacional e a capacidade de antecipação da Brigada.

A operação também dedicou atenção especial ao apoio de fogo. A atuação dos Observadores, Controladores e Avaliadores e da equipe Fire Marker assegurou a integração efetiva entre fogos e manobra, trazendo precisão e aumentando a eficácia das ações. No campo da proteção, a defesa antiaérea atuou para identificar e engajar vetores aéreos inimigos, enquanto os Pelotões de Engenharia Aeromóvel reforçaram mobilidade, contramobilidade e a implementação de barreiras no terreno.

A logística, elemento decisivo para operações prolongadas, foi trabalhada de forma integrada ao esforço tático, com destaque para os pacotes logísticos aerotransportados. Esse emprego mostrou a capacidade da Brigada de sustentar operações em profundidade, alinhando planejamento, entrega e reposição de meios em cenários de alta demanda.

A conclusão da Aratu X reforça a condição da Brigada de Infantaria Aeromóvel como força estratégica do Exército Brasileiro. O exercício demonstrou elevado grau de adestramento, flexibilidade e coordenação entre seus elementos, consolidando a prontidão para atuar com rapidez e precisão em qualquer região do país, seja em ambientes convencionais, seja em cenários assimétricos que exigem adaptação e domínio das capacidades aeromóveis.


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com Exército Brasileiro

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quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Antes da Intel, um Tomcat: O MP944 e a Verdadeira Origem dos Microprocessadores

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O desenvolvimento do MP944 para o F-14 Tomcat marcou um ponto de inflexão silencioso e decisivo na história da computação militar. Décadas antes de a expressão “computador de missão” se popularizar, engenheiros da Marinha dos EUA criaram um sistema digital embarcado que não só processava dados de radar e gerenciava lógica tática do AWG-9 e do míssil AIM-54 Phoenix, como também exercia papel direto sobre a dinâmica da própria aeronave: controle de voo e ajuste automático da geometria variável das asas. Em termos práticos, o MP944 permitia que o avião adaptasse sua configuração aerodinâmica em tempo real durante manobras, reduzindo carga de trabalho do piloto e aumentando segurança e desempenho operacionais, capacidades que à época eram inéditas em plataformas de combate.

O MP944 foi concebido como um sistema distribuído com objetivo militar: múltiplos módulos coordenados, paralelismo de 20 bits, execução em pipeline e tecnologia MOS avançada, operando com frequência de 375 kHz. Essa escolha refletia requisitos claros de engenharia para aviação: tolerância a vibração, robustez eletromagnética, redundância e latência ultrabaixa para responder a sensores e atuadores do avião. A integração entre processamento e controles aerodinâmicos colocou o MP944 em um patamar que hoje chamaríamos de “computador tático embarcado”, não apenas um assistente de missão, mas um elemento ativo no controle de estabilidade e desempenho do F-14.

Em contraste, o Intel 4004, lançado comercialmente em 1971, nasceu com objetivos opostos. Era um processador monolítico de 4 bits, pensado para calculadoras e aplicações generalistas: foco em miniaturização, custo e padronização industrial. O 4004 inaugurou a indústria de microprocessadores ao demostrar viabilidade e aplicabilidade em massa da CPU integrada, mas não foi projetado para enfrentar as exigências ambientais e de resposta real-time impostas por um caça de superioridade aérea.

As diferenças técnicas e de propósito traduzem diferenças estratégicas. O MP944 entregou vantagem operacional imediata: controle integrado de sensores, armas e, crucialmente, da própria aerodinâmica da plataforma, uma capacidade force-multiplier em combates de alta intensidade. O 4004 ofereceu vantagem industrial e escalabilidade, criando o mercado e a base tecnológica que, anos depois, permitiria à defesa incorporar eletrônica compacta, programável e de custo menor.

O MP944 NO F-14 TOMCAT

Hoje apontado como primeiro computador digital de controle de voo já usado em combate, tinha as seguintes funções principais:

  • Processamento aerodinâmico em tempo real
  • Leitura contínua de sensores estruturais e ambientais
  • Cálculo de velocidade, altitude e ângulo de ataque
  • Geração de comandos para o sistema de voo analógico-digital
  • Redução da carga de trabalho do piloto em envelopes extremos
  • Ajuste automático das asas conforme velocidade e manobra
  • Compensação digital de sustentação e arrasto
  • Otimização da performance em combate BVR e manobras de alta energia
  • Sincronização com o radar AWG-9
  • Suporte aos envelopes de engajamento do AIM-54 Phoenix
  • Cálculo e estabilização para tracking de múltiplos alvos

O F-14 tornou-se o primeiro caça operacional a usar computação digital embarcada para controle aerodinâmico crítico.

O objetivo do MP944 era fornecer vantagens táticas reais, entregando controle digital em ambiente de combate, estabilidade em regimes supersônicos, automação crítica para missões ar-ar. O MP944 é o pioneiro funcional, que provou que sistemas digitais podiam comandar aeronaves de combate antes mesmo da indústria entender o potencial dessa tecnologia, enquanto o Intel 4004 é o pioneiro industrial, que transformou essa ideia em uma revolução global.

QUEM FOI O PRIMEIRO?

Se a pergunta for “primeiro a entrar em operação, a resposta é inconteste, o MP944, que no ano de 1970 já estava operacional a bordo do F-14 Tomcat, realizando o controle de voo e asas de geometria variável e provendo demais capacidades.

Se a pergunta for “primeiro chip comercial integrado”, a resposta é o Intel 4004 que em 1971, entrou no mercado civil como o primeiro CPU monolítica programável

O debate historiográfico emergiu no final da década de 90, com Ray Holt defendendo o MP944 como o primeiro microprocessador funcional e engenheiros do Intel 4004 apontando para a primazia do chip integrado e comercial, marcando a disputa entre pioneirismo funcional versus pioneirismo comercial. Há ainda o componente do sigilo: documentos liberados só nas décadas posteriores, controvérsias sobre classificação e relatos da Garrett AiResearch que complicam a narrativa cronológica.

Em suma: o MP944 foi o primeiro processador operacional que além de processar dados em tempo real, atuou diretamente sobre controles de voo e a geometria variável do F-14, antecipando a noção de sistemas embarcados táticos integrados. O Intel 4004 foi o primeiro processador comercial integrado que criou a indústria de microprocessadores. Para o público de defesa e tecnologia militar, a lição é clara: a inovação em ambiente operacional muitas vezes precede e difere da inovação comercial, e entender essa dinâmica é crucial para avaliar riscos, vantagens e trajetórias de adoção tecnológica em programas de defesa.


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com Xataka



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quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Indústria de defesa: motor da economia e da inovação

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A indústria de defesa brasileira é, hoje, um dos setores mais estratégicos da economia nacional. Representando cerca de 4,8% do PIB, o segmento reúne mais de 250 empresas e gera cerca de 3 milhões de empregos diretos e indiretos, com destaque para engenheiros, técnicos e especialistas em áreas de ponta como aviônica, cibersegurança, satélites, radares e sistemas embarcados.

Mais do que garantir soberania, a Base Industrial de Defesa (BID) funciona como motor de desenvolvimento econômico. Cada investimento de R$ 10 milhões em projetos de defesa gera R$ 18,6 milhões em efeitos diretos e indiretos, além de aproximadamente 150 novos empregos. Isso porque os grandes programas, como o PROSUB (submarinos), o SISFRON (monitoramento de fronteiras) e o Gripen F-39, movimentam cadeias produtivas em diferentes regiões do Brasil, estimulando pequenas e médias empresas locais.

Defesa como vetor de inovação tecnológica

Outro aspecto crucial da indústria de defesa é sua capacidade de gerar inovação. Projetos como o Link-BR2, desenvolvido em parceria com a AEL Sistemas, e a integração de tecnologias no caça Gripen criaram novos padrões em comunicação criptografada e displays de alta resolução. Essas inovações, muitas vezes, geram spin-offs para a sociedade civil, em um processo de transferência tecnológica.

Exemplos não faltam: sistemas de navegação desenvolvidos para o caça Super Tucano inspiraram soluções em aviação comercial, enquanto tecnologias de satélites militares também ampliaram o acesso à banda larga em regiões remotas. A cada nova demanda de defesa, abrem-se caminhos para setores como transporte, saúde, telecomunicações e educação.

Desafios e oportunidades do setor

Apesar dos avanços, a indústria de defesa enfrenta desafios históricos. A dependência do orçamento público, a burocracia nos financiamentos e a concorrência internacional são entraves que exigem políticas industriais consistentes e visão de longo prazo. Em paralelo, o setor precisa investir cada vez mais em ciberdefesa, inteligência artificial e sistemas autônomos, áreas que definirão o futuro da segurança global.

Ainda assim, a indústria brasileira já mostra sinais de recuperação e expansão, com aumento de exportações e consolidação de polos tecnológicos em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

40 anos da ABIMDE: a voz da Base Industrial de Defesa

Neste contexto, a ABIMDE (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança) completou 40 anos de história em 2025. Criada para integrar e fortalecer a nascente BID, a entidade acumulou marcos como a participação na Constituinte de 1988, a formulação da Política Nacional da Indústria de Defesa e a conquista de incentivos estratégicos com a Lei 12.598/2012.

Mais recentemente, lançou a Visão 2035, que aponta compromissos para o futuro, como inovação aberta em sistemas não tripulados, práticas robustas de ESG, ampliação da diversidade em carreiras técnicas e internacionalização da indústria brasileira em mercados da América Latina, África e Ásia.

A ABIMDE é, portanto, mais do que uma associação: é o elo entre indústria, governo e academia, responsável por consolidar a defesa como prioridade nacional.

AEL Sistemas: quatro décadas lado a lado com a defesa brasileira

A história da ABIMDE se confunde com a da AEL Sistemas, que também completou 40 anos em 2022. Fundada em Porto Alegre, a empresa nasceu atendendo demandas da Força Aérea Brasileira e, desde então, tornou-se referência em aviônicos, comunicações, sistemas embarcados e aeronaves remotamente pilotadas (ARPs).

Ao longo de quatro décadas, a AEL entregou tecnologias críticas em programas como o Super Tucano, o KC-390 Millennium e o Gripen F-39. Também é protagonista em sistemas não tripulados, com os RQ-450 e RQ-900. No campo das comunicações, lidera projetos estratégicos como o Link-BR2 e o programa de rádios definidos por software (RDS-Defesa), ambos fundamentais para a interoperabilidade das Forças Armadas.

Com mais de 400 colaboradores altamente qualificados e um centro tecnológico de 12 mil m², a AEL mantém o compromisso de desenvolver tecnologia nacional confiável e de contribuir diretamente para a soberania do Brasil.

Se a ABIMDE representa a consolidação da BID como setor estratégico, a AEL Sistemas simboliza, em sua trajetória, a materialização desse esforço. As duas histórias caminham juntas: ambas consolidaram a defesa como motor de inovação e ambas projetam o Brasil como referência internacional. Mais do que um elo histórico, essa sinergia mostra como a defesa nacional não é apenas uma questão militar, mas também econômica, tecnológica e social. Ao olhar para o futuro, tanto a ABIMDE quanto a AEL Sistemas compartilham um compromisso: fazer da indústria de defesa um ativo central para a soberania, a inovação e o desenvolvimento sustentável do Brasil.


Fonte: AEL Sistemas 

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