Em abril de 1945, a Força Expedicionária Brasileira (FEB) protagonizou um dos episódios mais notáveis da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial: a rendição da 148ª Divisão de Infantaria Alemã em Fornovo di Taro, na Itália. O episódio, que completa 80 anos em 2025, simboliza o auge das operações militares brasileiras no conflito e o encerramento de uma trajetória de bravura, sacrifício e competência estratégica nos campos europeus.
A ofensiva teve início logo após a conquista de Montese, em 14 de abril, quando os brasileiros resistiram aos contra-ataques nazistas. Com o fracasso das tentativas de retomada da posição, os alemães iniciaram uma retirada desordenada em direção ao norte da Itália, utilizando táticas de destruição como campos minados e a demolição de pontes e estradas para atrasar o avanço das forças aliadas.
No dia 23 de abril, em uma manobra decisiva, os obuses da Artilharia brasileira, sob comando do General Cordeiro de Farias, foram mobilizados para transportar tropas de Infantaria, imprimindo velocidade à perseguição do inimigo. No dia 27, os brasileiros cercaram as tropas nazistas em Collecchio, e em seguida, posicionaram-se em Fornovo di Taro para impedir que o grosso da 148ª Divisão atravessasse o rio Pó em direção a Bolonha.
O confronto decisivo se deu em 28 de abril. Os alemães, já combalidos por sucessivas perdas, tentaram romper o cerco com contra-ataques intensos, mas não resistiram à pressão crescente dos pracinhas. O cerco se consolidou e, horas depois, culminou na rendição incondicional das tropas inimigas.
No dia 29 de abril de 1945, os trabalhos de rendição estavam praticamente concluídos. O feito brasileiro resultou na captura de 14.779 prisioneiros de guerra, além de 1.500 viaturas motorizadas, 1.500 veículos de tração animal, 80 carroças, milhares de armas, canhões, munições e mais de 4.000 cavalos.
As tropas alemãs rendidas apresentavam, em geral, bom estado físico, embora cerca de 800 necessitassem de cuidados médicos imediatos. A maioria dos oficiais trazia no uniforme o dístico do Afrika Korps, símbolo das forças de elite que combateram sob o comando do Marechal Rommel na África, evidenciando o grau de experiência do inimigo derrotado pelos brasileiros.
A vitória em Fornovo di Taro permanece como um dos marcos mais expressivos da história militar do Brasil. A manobra da FEB não apenas encerrou sua participação nas operações de guerra, mas consolidou o prestígio da Força Terrestre brasileira diante do mundo, sendo lembrada até hoje com orgulho e reverência.
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