quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Conselho de Segurança aceita debater relatório sobre crimes de guerra em Gaza


O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aceitou nesta quarta-feira discutir o conteúdo do relatório do comitê liderado pelo juiz Richard Goldstone, que constatou crimes de guerra durante a ofensiva israelense contra a faixa de Gaza entre dezembro de 2008 e janeiro deste ano.

Os quinze membros do Conselho decidiram em reunião a portas fechadas antecipar de 20 de outubro para o dia 14 sua reunião mensal para analisar a situação no Oriente Médio e incluir o chamado "relatório Goldstone" na agenda.

"Decidimos antecipar o debate sobre o Oriente Médio para permitir que os membros do Conselho e outros membros da ONU discutam todos os aspectos [do conflito], incluindo o relatório Goldstone", disse o presidente rotativo do Conselho, o embaixador vietnamita Le Luong Minh, ao sair da reunião.

O diplomata ressaltou que os integrantes do principal órgão da ONU chegaram a este compromisso "após intensas negociações" iniciadas a pedido da Líbia, único país árabe atualmente com assento no conselho.

No relatório divulgado no último dia 15, Israel e as milícias do movimento islâmico radical palestino Hamas são acusados de cometer crimes de guerra durante a ofensiva do Exército israelense contra a faixa de Gaza.

O representante palestino na ONU, Riad Mansur, se mostrou satisfeito com o resultado da reunião solicitada pela Líbia.

"O fato de que esta reunião no Conselho de Segurança tenha sido feita demonstra o interesse da comunidade internacional neste relatório", apontou o diplomata, ao assegurar que há "um firme respaldo" no organismo ao resultado da investigação liderada por Goldstone.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU decidiu no último dia 2 adiar para março de 2010 a adoção de uma resolução sobre o relatório do conflito no território palestino.

A decisão foi adotada depois de os Estados Unidos aparentemente terem expressado preocupação com a possibilidade de que a medida prejudicasse as chances de retomar o processo de paz do Oriente Médio. Tradicional aliado de Israel, os EUA são um dos cinco países --ao lado de China, França, Reino Unido e Rússia--com poder de veto sobre as decisões do CS. O conselho é p único órgao da ONU cujas decisões devem ser obrigatoriamente aceitas pelos países-membros, sob pena de sanções econômicas ou militares.

O relatório Goldstone analisa os 23 dias da ofensiva Chumbo Fundido que entre dezembro e janeiro passados matou 1.400 palestinos, em sua maioria civis, segundo dados de hospitais locais e de ONGs israelenses, palestinas e internacionais.

Tanto o governo israelense quanto os dirigentes do Hamas rejeitaram o conteúdo do documento, que recomenda a transferência do caso ao Tribunal Penal Internacional caso os dois lados não abram investigações "críveis" sobre sua atuação no conflito.

Fonte: EFE
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