quinta-feira, 20 de novembro de 2025

EUA ampliam pressão sobre Maduro após autorização de operações clandestinas da CIA na Venezuela

O ambiente geopolítico na América do Sul voltou a se tensionar após a revelação, publicada pelo The New York Times, de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou o início de operações clandestinas da CIA na Venezuela. A medida ocorre em meio ao envio do mais avançado porta-aviões americano, o USS Gerald R. Ford, para a região sob responsabilidade do Comando Sul (SOUTHCOM), acentuando a escalada entre Washington e o governo de Nicolás Maduro.

Segundo fontes anônimas citadas pelo jornal americano, as ações sigilosas podem fazer parte de uma estratégia mais ampla para preparar o terreno para uma possível campanha militar de maior escala contra Caracas. As informações surgem após meses de negociações diplomáticas entre representantes dos dois países, tratativas que não avançaram e que, segundo a Fox News, teriam incluído até mesmo uma proposta de Maduro para deixar o poder, mas apenas após “vários anos”, condição prontamente rejeitada pelo governo Trump.

Embora a Casa Branca ainda não tenha comentado oficialmente as alegações, o recrudescimento retórico é evidente. Em declarações recentes, Trump classificou Maduro como “terrorista” e afirmou que não descarta o envio de tropas terrestres americanas para o país vizinho. Ele também acusou o líder venezuelano de facilitar a entrada de detidos ilegais nos Estados Unidos, inflamando ainda mais o debate político interno.

Paralelamente ao discurso endurecido, Washington intensificou a presença militar na região. Desde o início do outono, as Forças Armadas dos EUA realizaram ao menos 21 operações contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas nas águas da América Central e do Sul. O secretário de Estado, Marco Rubio, também anunciou que o Cartel de los Soles, organização criminosa associada a figuras próximas ao chavismo, passará a ser tratado como grupo terrorista, reforçando a justificativa americana de que o país está engajado em um “conflito armado” contra cartéis transnacionais.

O envio do USS Gerald R. Ford, maior e mais moderno porta-aviões da Marinha dos EUA, gerou reações imediatas em Caracas. Maduro acusou Washington de tentar “fabricar uma nova guerra sem fim”, fazendo referência às intervenções no Iraque e no Afeganistão. Para o governo venezuelano, a presença do grupo aeronaval representa uma tentativa de desestabilizar a região e preparar uma ofensiva militar.

Do lado americano, autoridades sustentam que o destacamento do Gerald R. Ford integra uma campanha mais ampla de combate ao narcotráfico, alinhada à ampliação das operações da CIA, cuja nova diretriz busca fortalecer a coleta de informações e pressionar ainda mais o regime chavista.

Mesmo diante da escalada, Trump afirmou estar disposto a conversar com Maduro, ressaltando que “conversa com todos”. Ainda assim, o acirramento da postura política, diplomática e militar dos EUA indica que a crise venezuelana entrou em uma nova fase, marcada por movimentos mais assertivos e por um risco crescente de confrontos diretos.

A presença do porta-aviões americano e a autorização de operações clandestinas refletem um reposicionamento estratégico dos Estados Unidos, que, diante da persistente crise política e humanitária na Venezuela, buscam ampliar sua projeção de poder e moldar os rumos regionais, mesmo à custa de uma tensão crescente com Caracas.


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