sábado, 14 de junho de 2025

Saab alcança marco inédito em Inteligência Artificial com o caça Gripen E

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A Saab, em parceria com a startup alemã Helsing, anunciou a conclusão bem-sucedida dos três primeiros voos com o agente de Inteligência Artificial (IA) “Centaur” integrado ao caça Gripen E, durante o “Projeto Beyond”. O primeiro voo ocorreu em 28 de maio, marcando um avanço histórico na aplicação da IA em aeronaves de combate e evidenciando a capacidade única do Gripen E para atualizações rápidas de software sem comprometer a segurança.

Nos testes realizados, o piloto do Gripen E transferiu o controle para o sistema Centaur, que executou autonomamente manobras complexas em cenários de combate além do alcance visual (BVR - Beyond Visual Range), inclusive sinalizando o momento ideal para o disparo.

Peter Nilsson, responsável pelos Advanced Programmes da Saab Aeronáutica, ressaltou a importância do feito: “Este é um marco importante que demonstra nossa vantagem qualitativa em tecnologias sofisticadas ao fazer a IA atuar com sucesso no ambiente aéreo. A rápida integração da IA da Helsing ao Gripen E exemplifica o ganho acelerado de capacidade que nossa aeronave pode oferecer.”

O design exclusivo do Gripen E permite a operação do software de IA embarcado de forma totalmente integrada, dispensando o uso de aeronaves experimentais (X-plane) para testes, o que acelera o desenvolvimento e a aplicação de novas tecnologias.

No terceiro voo, realizado em 3 de junho, o sistema Centaur foi testado em combates BVR contra um Gripen D real, enfrentando variados cenários dinâmicos, com integração de dados em tempo real para rastreamento do adversário. Testaram também a adaptabilidade do sistema variando condições como distância, velocidade, ângulo de aproximação e até a ausência de dados de Comando e Controle (C2), avaliando sua robustez.

O Projeto Beyond, financiado integralmente pela Administração Sueca de Material de Defesa (FMV), faz parte do programa sueco para o desenvolvimento de conceitos futuros de sistemas de caça. A próxima fase contempla a análise dos dados coletados e o aprimoramento contínuo do Centaur, com novos voos previstos para o restante de 2025.

Essa inovação coloca a Saab e o Gripen E na vanguarda da transformação digital na aviação militar, antecipando o futuro dos combates aéreos com o uso de inteligência artificial confiável e integrada.


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com SAAB

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Ministério da Defesa fortalece inovação em geotecnologia durante MundoGEO Connect 2025

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O Ministério da Defesa, por meio da Secretaria de Produtos de Defesa (Seprod), marcou presença na MundoGEO Connect 2025, feira especializada em geotecnologia realizada entre os dias 3 e 5 de junho na Expo Center Norte, em São Paulo. O evento reuniu empresas e startups que desenvolvem soluções tecnológicas de ponta, oferecendo um ambiente propício para o fortalecimento do ecossistema espacial e o avanço da inovação no setor de Defesa.

A comitiva da Seprod esteve atenta às novidades apresentadas, buscando novas tecnologias que possam ser aplicadas em projetos estratégicos das Forças Armadas brasileiras. Segundo o Contra-Almirante Charles Wilson Gomes Conti, Diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria, a participação no evento foi fundamental para estreitar laços com o setor privado e identificar ideias inovadoras de grande relevância para o ambiente militar.

A participação da Seprod permitiu o contato com diversas pessoas e empresas que apresentaram ideias inovadoras, principalmente no que diz respeito aos aspectos militares, com aplicações importantes nas Forças Armadas”, destacou o Contra-Almirante Conti, ressaltando o papel estratégico do espaço para o desenvolvimento tecnológico nacional.

Durante o evento, os participantes também tiveram a oportunidade de acompanhar o SpaceShow, eVtolShow e DroneShow, que destacaram avanços e inovações brasileiras na exploração espacial e em tecnologias emergentes, como veículos aéreos não tripulados e sistemas de mobilidade aérea avançada.

A presença do Ministério da Defesa na MundoGEO Connect reforça o compromisso com a Base Industrial de Defesa, prospectando novas tecnologias e fomentando futuras parcerias que possam contribuir para a soberania e segurança nacional, além de impulsionar o desenvolvimento tecnológico do país.


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com Ministério da Defesa


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Dassault Systèmes Revoluciona a Indústria Aeroespacial e de Defesa com 3D UNIV+RSES no Paris Airshow 2025

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Durante o Paris Airshow 2025, que acontece entre os dias 16 e 22 de junho, a Dassault Systèmes traz uma verdadeira revolução para o setor aeroespacial e de defesa ao apresentar seu inovador conjunto 3D UNIV+RSES. Combinando modelagem, simulação, ciência de dados e conteúdo gerado por inteligência artificial (IA), a tecnologia promete transformar radicalmente o design, a produção e as operações de aeronaves e sistemas associados.

Uma Nova Era para a Cadeia de Valor Aeroespacial e de Defesa

Em um momento em que a indústria enfrenta desafios complexos relacionados à segurança, sustentabilidade, qualificação profissional e agilidade no mercado, o 3D UNIV+RSES surge como uma solução capaz de integrar o mundo virtual ao real, criando um ambiente seguro para experimentação, colaboração e inovação. Ao mesmo tempo, protege a propriedade intelectual, aspecto fundamental para um setor tão estratégico.

No estande B159, a Dassault Systèmes apresentará demonstrações impressionantes que destacam o uso de gêmeos virtuais — representações digitais detalhadas de aeronaves — e experiências generativas impulsionadas por IA. Essa integração ao longo de todo o ciclo de vida dos produtos acelera desde a concepção até as operações em campo, otimizando custos, garantindo qualidade e promovendo a sustentabilidade.

Destaques da Apresentação

  • Construção de Aeronave com IA Generativa: Demonstrações mostram como a automação pode ser aplicada para projetar e produzir estruturas aeronáuticas, com testes virtuais para certificação, manutenção preditiva e redução de custos.

  • Palestras Estratégicas: Líderes de grandes players como Airbus Defense and Space, Agência Francesa de Aquisições (DGA), NIAR, Aciturri e Vertical Aerospace compartilham insights sobre como o mundo virtual está remodelando a defesa, a cadeia de suprimentos, a mobilidade aérea avançada e a educação técnica para a força de trabalho do futuro.

  • Interatividade e Engajamento: Um concurso que utiliza aplicativo móvel com leitura de QR codes permite aos visitantes coletar gêmeos virtuais de inovações, aproximando o público das soluções apresentadas.

Transformação e Visão de Futuro

David Ziegler, Vice-Presidente da Indústria Aeroespacial e de Defesa da Dassault Systèmes, resumiu a importância da inovação:
"O futuro da indústria aeroespacial e de defesa exige novas formas de dar vida a máquinas, drones, satélites, equipamentos e sistemas inteligentes, além de redefinir como o mundo pode se beneficiar deles. Nossos 3D UNIV+RSES impulsionam essa transformação com IA generativa, conhecimento e expertise, catalisando uma nova era de transformação industrial que entrega desempenho, resiliência e soberania."

Desde 1981, a Dassault Systèmes é parceira fundamental da indústria aeroespacial e de defesa global, fornecendo soluções que atravessam todas as disciplinas e etapas da cadeia produtiva. Com sua tecnologia, a empresa contribui para a inovação de projetos comerciais, espaciais, militares, e operações logísticas, trazendo o mundo virtual para a realidade de quase todos os programas aeroespaciais contemporâneos.

O Paris Airshow 2025 será o palco onde essa revolução tecnológica ganha vida, sinalizando um novo capítulo para a indústria aeroespacial e de defesa global, com o 3D UNIV+RSES liderando a transformação.


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com Dassault

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Damen Marine Components fornecerá lemes personalizados para novas fragatas antissubmarino da Bélgica e da Holanda

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A Damen Marine Components (DMC) anunciou a assinatura de um contrato para o desenvolvimento, produção e entrega de oito lemes de alta resistência para as quatro futuras Fragatas de Guerra Antissubmarino (ASWF) que estão sendo construídas pela Damen Naval para as Marinhas da Bélgica e dos Países Baixos.

Cada uma das embarcações receberá dois lemes especialmente projetados para suportar cargas de choque e melhorar o desempenho hidrodinâmico dos navios, que terão papel estratégico nas missões de defesa e segurança marítima das duas nações.

Fragatas ASWF: substituição da classe M a partir de 2029

As novas fragatas ASWF entrarão em serviço a partir de 2029, substituindo as atuais embarcações da classe M. Além das operações antissubmarino, esses navios desempenharão diversas outras missões de caráter nacional e internacional, incluindo patrulha marítima, defesa de área e missões de apoio a coalizões multinacionais.

A construção das fragatas está sendo realizada nos estaleiros da Damen Naval na Romênia e nos Países Baixos, em estreita colaboração com os Ministérios da Defesa, as Marinhas da Bélgica e da Holanda e um amplo ecossistema de fornecedores, reforçando o caráter multinacional e cooperativo do projeto.

Tecnologia e resistência para operações navais de alta complexidade

Com foco prioritário nas operações de guerra antissubmarino, as novas fragatas estão sendo projetadas para operar com o menor nível de ruído possível, reduzindo ao máximo as vibrações de sistemas de propulsão, bombas e outros componentes móveis. Nesse contexto, os lemes desempenham um papel essencial na discrição acústica e na eficiência de manobra.

Os lemes que serão fornecidos pela DMC pertencem à comprovada família Atlantic de produtos navais, já utilizada em outras fragatas e agora adaptada para atender aos rigorosos requisitos operacionais das novas ASWF.

Além de otimizar a hidrodinâmica, os lemes serão fabricados segundo especificações de resistência a choques, essenciais para operações militares em ambientes hostis. A DMC reforçou as áreas críticas das estruturas e aplicou soluções de soldagem especiais, fruto de anos de experiência e cálculos avançados de engenharia naval.

Reconhecimento e orgulho industrial

Ronald Beekhof, Gerente de Vendas da DMC, destacou o orgulho da equipe em participar deste projeto de alto nível: "Estamos orgulhosos de contribuir para estas embarcações ultramodernas. Fazer parte deste projeto tão importante da Damen Naval – ao lado de muitos outros fornecedores holandeses – demonstra nossa capacidade de fornecer equipamentos e sistemas adequados para navios de primeira linha. Agradeço à Damen Naval e às Marinhas da Holanda e da Bélgica pela confiança, e aos meus colegas pelo profissionalismo. Este é um verdadeiro esforço de equipe, desde engenharia, vendas, controle de qualidade até a produção em Gdansk."

A participação da DMC no projeto reafirma a força e a competência da indústria naval europeia na produção de plataformas de defesa de última geração, com alto valor tecnológico agregado e foco na interoperabilidade entre nações aliadas.


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com DAMEN 

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ASELSAN fortalece presença no Sudeste Asiático com novos acordos estratégicos e inauguração de escritório na Indonésia

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Durante a feira de defesa INDODEFENCE, realizada em Jacarta, na Indonésia, a ASELSAN, principal empresa de defesa da Turquia, deu um passo significativo na expansão de sua presença no Sudeste Asiático. A companhia não apenas anunciou a abertura oficial de seu novo escritório no país, como também assinou cinco importantes acordos de cooperação com empresas e instituições da Indonésia e da República Tcheca, reforçando seu compromisso com o desenvolvimento conjunto, produção local e integração à cadeia de suprimentos global.

Parcerias estratégicas com foco em tecnologia e produção local

Os acordos foram assinados na presença de autoridades de alto escalão das indústrias de defesa da Indonésia e da Turquia, evidenciando a importância estratégica das parcerias para ambos os países.

Um dos principais destaques foi o acordo com a PT LEN Industri, por meio do consórcio DEFEND ID, que abrange transferência de tecnologia e co-produção nas áreas de radares, vigilância, cibersegurança e sistemas de comando e controle.

Outro avanço importante foi a colaboração com o grupo tcheco CSG Group, voltada para a identificação de oportunidades conjuntas no mercado indonésio. Além disso, um acordo específico com a Excalibur Army, também da República Tcheca, prevê a integração de sistemas da ASELSAN aos veículos blindados PATRIOT 4x4, que serão operados na Indonésia.

A ASELSAN também firmou uma parceria com a PT PINDAD, que inclui o desenvolvimento conjunto de sistemas de armas, tecnologias de guiagem e controle de fogo. Por fim, o acordo com a PT PAL contempla a modernização de plataformas existentes e o desenvolvimento de novas soluções navais.

Inauguração do escritório da ASELSAN na Indonésia

Para apoiar a implementação desses projetos e garantir uma atuação de longo prazo na região, a ASELSAN inaugurou oficialmente seu escritório em Jacarta durante o evento. A nova instalação servirá como um centro para interação direta com os parceiros locais, desenvolvimento de soluções customizadas e prestação de serviços de manutenção ao longo do ciclo de vida dos equipamentos.

A cerimônia de abertura contou com a presença de Prof. Dr. Haluk Görgün, Secretário das Indústrias de Defesa da Turquia, Ahmet Akyol, Presidente e CEO da ASELSAN, além de representantes de alto nível da indústria de defesa da Indonésia.

Em seu discurso, Ahmet Akyol destacou a importância da nova etapa: "Estamos orgulhosos de trazer capacidades avançadas e uma cooperação confiável para um mercado estratégico tão importante com nosso novo escritório em Jacarta. Por meio de nossos laços cada vez mais profundos na região, a ASELSAN Indonésia servirá como uma ponte direta com os parceiros locais, apoiando uma cooperação sustentável e de alto impacto, com serviços prestados localmente."

Já o Prof. Dr. Haluk Görgün ressaltou o caráter histórico da ocasião: "É uma grande honra presenciar a inauguração do escritório da ASELSAN em Jacarta, ao lado da assinatura de acordos estratégicos que fortalecem nossa parceria de defesa na região. Acredito que este escritório construirá pontes de tecnologia, conhecimento e amizade entre nossas nações, conduzindo a um futuro próspero para ambos os países e novos avanços na indústria de defesa."

Com essa expansão, a ASELSAN consolida sua posição como um dos principais players internacionais no setor de defesa, ampliando sua participação nos mercados do Sudeste Asiático e promovendo parcerias tecnológicas de longo prazo.


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com Aselsan

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Ataque de Israel ao Irã expõe risco de escalada regional e falência da ordem internacional, avaliam especialistas da FESPSP

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Análise da Escola de Sociologia e Política de São Paulo aponta consequências geopolíticas, impactos energéticos globais e o colapso das instituições multilaterais diante da crise.

O ataque aéreo conduzido por Israel contra o Irã, na madrugada de 13 de junho de 2025, marca um dos episódios mais críticos da já instável geopolítica do Oriente Médio nas últimas décadas. A operação israelense, com alvos precisos na instalação nuclear de Natanz e em posições estratégicas ligadas ao programa militar iraniano, resultou na morte de membros da Guarda Revolucionária e de cientistas nucleares. Em resposta, Teerã lançou uma ofensiva com drones contra o território israelense, prometeu novas retaliações e levou o caso ao Conselho de Segurança da ONU. Para analistas da Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), o cenário atual representa uma mudança de fase no conflito Israel-Irã, com implicações de médio e longo prazo para a segurança regional, o comércio global e a estabilidade do sistema internacional.

Um ponto de inflexão estratégico no Oriente Médio

Segundo a professora Ana Carolina Marson, doutora em Relações Internacionais e docente da FESPSP, o ataque representa um divisor de águas. “O bombardeio da usina de enriquecimento de Natanz e a eliminação de lideranças-chave do programa nuclear iraniano indicam não apenas um ato de provocação, mas uma operação militar de forte caráter simbólico e estratégico”, afirma.

A especialista ressalta que, embora Israel justifique a ação como uma medida preventiva frente ao avanço do programa nuclear iraniano, a ofensiva eleva qualitativamente o nível de confrontação, criando um cenário de escalada quase inevitável. “Estamos diante de um conflito que passa de uma guerra por procuração e de sombras para um confronto aberto entre dois Estados, com potencial de arrastar a região para um ciclo de violência difícil de conter”, alerta Marson.

O dilema da legitimidade internacional de Israel

Outro ponto crítico, segundo a análise da FESPSP, é o custo político e diplomático para Israel. Mesmo reconhecendo que o Irã é visto por muitos atores internacionais como um Estado revisionista e isolado, a professora Ana Carolina lembra que ataques unilaterais, sobretudo contra instalações nucleares, tendem a ser duramente criticados em fóruns multilaterais.

A operação pode reforçar a percepção de Israel como um Estado agressor, afetando sua legitimidade internacional, inclusive entre aliados históricos. Caso a escalada continue, é possível que aumentem as pressões externas para limitar as ações militares israelenses”, observa.

A resposta estratégica do Irã: retaliação indireta e pressão econômica

O professor Alexandre Coelho, também doutor em Relações Internacionais pela FESPSP, avalia que o Irã buscará manter sua credibilidade estratégica através de ações graduais e calculadas, evitando um confronto aberto imediato. “O mais provável é que Teerã intensifique sua estratégia de retaliação indireta, utilizando forças por procuração como os Houthis no Iêmen e o Hezbollah no Líbano”, afirma.

Coelho também destaca a possibilidade de medidas com impacto direto na economia global, como a ameaça de bloqueio do Estreito de Ormuz, rota por onde transita cerca de 20% de todo o petróleo comercializado mundialmente. “Qualquer movimento nessa direção poderá elevar significativamente os preços internacionais da energia e gerar disrupções logísticas em cadeias comerciais estratégicas, afetando desde o transporte de combustíveis até o abastecimento de bens essenciais em diversos países”, alerta o especialista.

Além disso, Teerã poderá interferir nas rotas marítimas do Mar Vermelho e do Canal de Suez, ampliando o risco de uma crise logística global.

Estados Unidos, Rússia e China: a internacionalização da crise

A crise também acentua as linhas de polarização geopolítica global. Enquanto os Estados Unidos, embora oficialmente negando participação direta, foram previamente informados do ataque e reposicionaram ativos militares na região, a Rússia condenou abertamente a ação israelense e reiterou seu apoio ao Irã, evidenciando o aprofundamento das rivalidades estratégicas entre Moscou e Washington.

A China, por sua vez, acompanha a situação com grande preocupação, especialmente em relação à estabilidade do fornecimento energético e ao impacto nos corredores comerciais marítimos que ligam o Oriente Médio à Ásia. Analistas chineses já indicam que Pequim poderá intensificar esforços diplomáticos para evitar uma escalada que afete sua segurança energética.

O colapso do sistema multilateral de segurança

O episódio, segundo os professores da FESPSP, expõe de forma contundente a fragilidade das instituições multilaterais responsáveis por garantir a segurança internacional. O Conselho de Segurança da ONU permanece inerte, incapaz de aprovar qualquer medida efetiva de contenção. O protesto formal do Iraque, que denunciou a violação de seu espaço aéreo por caças israelenses, tampouco produziu respostas práticas.

Além disso, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) demonstrou sua impotência diante de ações militares contra instalações nucleares civis, reforçando a percepção de que o regime internacional de contenção nuclear está em colapso.

Estamos assistindo à consolidação de uma nova lógica internacional, em que a força militar direta se sobrepõe às instituições normativas e aos instrumentos de governança coletiva”, afirma Alexandre Coelho. Ele destaca ainda que a atual crise pode representar o início de uma nova era de relações internacionais marcada pela autodefesa armada e pelo enfraquecimento das regras de convivência internacional estabelecidas no pós-Segunda Guerra Mundial.

Uma nova era de instabilidade global?

O ataque israelense e suas consequências imediatas levantam questões de fundo sobre o futuro da ordem internacional. “Mais do que um episódio isolado, o que vemos é um sintoma do esgotamento de um modelo de segurança coletiva que, nas últimas décadas, já vinha sofrendo erosões sucessivas”, avalia Ana Carolina Marson.

Resta saber se os atores internacionais terão capacidade, ou vontade política, de reconstruir um mínimo de governança multilateral ou se o mundo caminha, de forma irreversível, para uma nova fase de realismo brutal, marcada pela lei do mais forte.


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Com Análise dos Professores Ana Carolina Marson e Alexandre Coelho, da FESPSP – Escola de Sociologia e Política de São Paulo

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Exército Brasileiro promove treinamento de resposta a emergências QBRN com foco em integração e inovação

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Em maio de 2025, o Instituto de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear do Exército Brasileiro (IDQBRN) realizou mais uma importante etapa de capacitação no campo da Defesa QBRN, com a realização do Treinamento de Ações Básicas de Respostas a Emergências QBRN. A iniciativa teve como objetivo preparar militares e civis para atuar em situações críticas envolvendo agentes químicos, biológicos, radiológicos e nucleares.

Integração entre Defesa, Ciência e órgãos civis

O treinamento reuniu uma diversidade de participantes de diferentes instituições, fortalecendo a interoperabilidade e a integração entre Defesa e sociedade civil. Estiveram presentes alunos e professores do Instituto Militar de Engenharia (IME), integrantes do Centro Tecnológico do Exército, do próprio IDQBRN, do 1º Batalhão DQBRN, da Escola de Instrução Especializada (EsIE), do 5º Centro de Geoinformação, do Hospital de Força Aérea do Galeão e da Diretoria de Socorro e Emergência do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro.

Essa diversidade de atores evidencia o esforço coordenado para preparar o Brasil frente a cenários de emergência que envolvam riscos QBRN, sejam eles provocados por ações hostis, acidentes industriais ou desastres naturais.

Inovação no processo de ensino

Uma das novidades do treinamento em 2025 foi a adoção de um modelo híbrido de ensino, com a introdução de uma fase de Ensino a Distância (EAD), seguida de uma semana de atividades presenciais no IDQBRN. Esta metodologia inovadora permitiu maior alcance e melhor aproveitamento do conteúdo programático.

Durante o treinamento, os participantes receberam instruções sobre o Sistema DQBRN do Exército Brasileiro, o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), identificação e coleta de amostras de agentes perigosos, atendimento a vítimas, cadeia de custódia de materiais contaminados, procedimentos de descontaminação e elaboração de um plano de resposta para uma simulação de emergência militar.

Compromisso com a soberania e a segurança nacional

O treinamento promovido pelo IDQBRN reforça o papel estratégico do Exército Brasileiro na proteção da população e na defesa da soberania nacional. Mais do que uma capacitação técnica, a iniciativa evidencia o preparo contínuo da Força Terrestre para atuar em apoio aos órgãos civis nas mais diversas situações de crise.

Ao investir em conhecimento, integração e inovação, o Exército reafirma seu compromisso com a segurança do país frente aos desafios contemporâneos e futuros no campo da Defesa QBRN.


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com Exército Brasileiro

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Exército Brasileiro é destaque com a Brigada Aeromóvel em Competição de Patrulhas no Chile

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Entre os dias 2 e 6 de junho, a Brigada de Infantaria Aeromóvel (Bda Inf Amv) representou com destaque o Exército Brasileiro na Competição de Patrulhas de Infantaria 2025, realizada no árido e desafiador deserto de Pampa Chaca, em Arica, no extremo norte do Chile. O evento, promovido pelo Exército Chileno há mais de três décadas, marca as celebrações da histórica “Toma del Morro de Arica” e é reconhecido como um dos mais rigorosos testes de prontidão para pequenas frações de combate na América do Sul.

Após uma criteriosa seleção interna e semanas de preparação intensiva, os militares da Bda Inf Amv, conhecidos como “Gorros Bege” da Brigada Fornovo di Taro, enfrentaram com determinação um percurso de mais de 60 quilômetros em terreno desértico, dividido em três fases sucessivas: uma marcha operacional de 40 km, seguida por um circuito tático de 20 km com oficinas de combate e, finalmente, a travessia de um curso d’água no Oceano Pacífico, encerrando com a icônica subida ao Morro de Arica. Tudo isso, com cada combatente carregando seu fuzil e mais de 35 kg de equipamentos individuais.

As oficinas táticas reproduziram cenários de combate real, com atividades que incluíram tiro, defesa contra ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares (QBRN), coordenação de apoio de fogo, comunicações, emissão de ordens, primeiros socorros em combate, reconhecimento de áreas e emprego de técnicas de sapadores. Em um dos momentos mais marcantes da competição, os brasileiros foram os únicos a utilizar cangas na travessia aquática, evidenciando inovação, disciplina e trabalho em equipe.

Outro diferencial foi a capacidade da equipe brasileira em operar sob pressão, demonstrando liderança, comunicação eficaz em inglês e espanhol e domínio das Táticas, Técnicas e Procedimentos (TTP) da Infantaria. O desempenho chamou a atenção de observadores internacionais, garantindo à Brigada Aeromóvel a medalha de prata e o reconhecimento público por parte do Exército Chileno e dos demais participantes.

Mais do que uma conquista esportiva ou um simples resultado de competição, o feito representa o alto nível de preparo físico, técnico e psicológico dos combatentes aeromóveis. A simbólica ascensão ao cume do Morro de Arica, com o hasteamento da bandeira brasileira ao lado da chilena, marcou o encerramento de uma jornada de superação, espírito de corpo e excelência profissional. Uma demonstração clara da capacidade e da prontidão de uma das principais Forças de Emprego Estratégico do Exército Brasileiro.


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quinta-feira, 12 de junho de 2025

Editorial: "Do protagonismo à irrelevância: o Brasil no espelho do avanço turco"

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A recente venda de 48 caças de quinta geração KAAN da Türkiye para a Indonésia é mais do que uma conquista comercial. É uma afirmação clara de que a Türkiye está se consolidando como um player relevante no cenário global da defesa e da tecnologia, e também um duro contraste com o Brasil, que insiste em tratar a área de defesa com descaso e visão de curto prazo.

Enquanto a Türkiye investe de forma contínua, estratégica e coordenada no desenvolvimento de sua base industrial de defesa, o Brasil sofre com cortes, projetos abandonados e uma política míope que ignora o imenso potencial do setor para gerar empregos, impulsionar a economia e assegurar soberania nacional.

O preço da negligência

Ao longo dos últimos 20 anos, o Brasil desperdiçou inúmeras oportunidades de se posicionar como um protagonista tecnológico. Projetos estratégicos como o Sistema de Defesa Cibernética, o programa do VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) nacional e iniciativas ligadas à indústria naval e aeroespacial sofreram com descontinuidade, contingenciamentos e falta de prioridade política.

A Embraer, símbolo do orgulho tecnológico brasileiro, foi abandonada em momentos cruciais. O KC-390, uma das aeronaves de transporte militar mais modernas do mundo, continua sendo subaproveitado na diplomacia comercial do Brasil, com a Embraer disputando o mercado sem o devido suporte. A parceria com a Saab para o desenvolvimento e produção do F-39E/F Gripen, que poderia alavancar a nacionalização de tecnologias, segue avançando a passos lentos devido à incerteza nos aportes financeiros e à fragilidade do ecossistema de defesa.

Enquanto isso, países como a Türkiye estão colhendo os frutos de uma política de Estado sólida e visionária. Com o KAAN, a Türkiye está se projetando como uma das poucas nações capazes de desenvolver e vender um caça de quinta geração, algo que exige não apenas engenharia de ponta, mas também uma cadeia industrial robusta, capacitação de mão de obra e um ecossistema de inovação.

Retorno econômico e tecnológico

Investir em defesa não é gasto: é alavanca de desenvolvimento. A cada real investido nesse setor, há retorno direto na forma de:

  • Empregos altamente qualificados: Engenheiros, técnicos, operários e pesquisadores são mobilizados em programas de defesa, com impactos positivos na renda e na formação de mão de obra.

  • Estímulo à indústria nacional: O setor de defesa é intensivo em tecnologia e altamente integrado. Um único projeto movimenta centenas de empresas, da metalurgia à eletrônica avançada.

  • Inovação tecnológica de uso dual: Tecnologias desenvolvidas para o setor militar têm aplicações diretas em áreas civis, como medicina, segurança pública, telecomunicações e agricultura de precisão.

  • Capacidade de exportação: Produtos de defesa bem-sucedidos, como o KC-390, A-29 Super Tucano, o Astros 2020 ou os sistemas optrônicos da AEL Sistemas, têm alto valor agregado e potencial de inserção em mercados estratégicos.


Um exemplo a seguir

A Türkiye enxergou a defesa como eixo estruturante de sua autonomia estratégica e de seu crescimento industrial. O governo turco articulou universidades, empresas públicas e privadas, centros de pesquisa e um sistema financeiro de apoio para garantir que seus projetos fossem levados adiante. O resultado é visível: o país exporta drones, veículos blindados, mísseis e, agora, caças de quinta geração.

O Brasil precisa deixar de tratar a defesa como um tema exclusivamente militar ou ideológico. Segurança, tecnologia e soberania são pilares de desenvolvimento nacional. Países que não investem na própria capacidade de se defender, e de produzir tecnologia crítica, acabam dependentes de terceiros em momentos decisivos.

Se quisermos evitar essa dependência, gerar empregos de qualidade, manter nossos cérebros no país e conquistar relevância internacional, é hora de parar de enxergar a defesa como um luxo e começar a tratá-la como prioridade estratégica.


Por Angelo Nicolaci



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Indonésia fecha acordo para aquisição de 48 caças KAAN de quinta geração da Türkiye

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A Indonésia assinou em 11 de junho um acordo com a Türkiye para a aquisição de 48 unidades do caça de quinta geração KAAN, desenvolvido pela Turkish Aerospace Industries (TAI). O contrato, celebrado durante a exposição Indo Defense em Jacarta, representa a primeira venda internacional da aeronave stealth turca e marca um novo capítulo na cooperação em defesa entre os dois países.

Segundo a TAI, a entrega das aeronaves será realizada ao longo de um período de dez anos e incluirá não apenas a transferência de caças, mas também um robusto pacote de transferência de tecnologia. O acordo prevê a utilização da infraestrutura industrial e da capacidade de produção da Indonésia, permitindo que parte do processo de fabricação seja realizada localmente, com vistas ao fortalecimento das capacidades nacionais no setor aeroespacial.

“Este acordo abrange não apenas a entrega da aeronave KAAN, mas também inclui componentes significativos de transferência de tecnologia na área da aviação”, afirmou a TAI em comunicado oficial. “Por meio dessa cooperação estratégica, a Türkiye e a Indonésia visam promover o intercâmbio de conhecimento e aprimorar suas capacidades locais.”

O caça KAAN e sua evolução

Desenvolvido originalmente sob o nome TF-X, o caça KAAN foi apresentado ao público pela primeira vez no Paris Air Show de 2019. Seu voo inaugural foi realizado no ano passado, com a expectativa de que as primeiras unidades operacionais para a Força Aérea da Türkiye estejam disponíveis a partir de 2028. Atualmente, os protótipos do KAAN estão voando equipados com motores F110-GE-129, também utilizados nos caças F-16C/D Block 50/52.

Contudo, este motor é considerado temporário. A versão final da aeronave deverá ser equipada com o motor desenvolvido na Türkiye, o turbofan TF35000, atualmente em desenvolvimento sob a coordenação da TRMotor. Embora haja especulações sobre parcerias internacionais, como com a Rolls-Royce ou empresas asiáticas, o projeto busca, em última instância, alcançar autossuficiência tecnológica.

Projetado para missões multifuncionais, o KAAN incorpora tecnologias avançadas, incluindo aviônicos assistidos por inteligência artificial, e está sendo promovido como uma plataforma de alto desempenho tanto para missões ar-ar quanto ar-solo.

Expansão internacional e cenário competitivo

A adesão da Indonésia ao programa KAAN ocorre em um contexto de diversificação de fornecedores de material de defesa por parte de Jacarta. O país asiático já firmou acordos para a aquisição de 42 caças franceses Rafale, no valor de US$ 8,1 bilhões, e assinou um memorando de entendimento com os EUA para a eventual compra de 24 F-15EX, ainda sem contrato finalizado. Além disso, a Indonésia avalia a compra de caças J-10 da China e participa, com algumas controvérsias, do programa KF-21 da Coreia do Sul.

Em 2023, o Azerbaijão também assinou um acordo para integrar o programa KAAN, e há relatos de que o Paquistão e um país do Golfo ainda não identificado demonstraram interesse na aeronave.

Com a assinatura do contrato com a Indonésia, a Türkiye dá um passo importante para se consolidar como exportadora de caças de quinta geração, elevando seu perfil internacional no setor de defesa e ampliando sua influência geoestratégica no Sudeste Asiático.

Opinião – Um exemplo para o Brasil

O avanço da Türkiye com sua indústria de defesa, culminando na exportação de uma aeronave de quinta geração como o KAAN, é um reflexo de uma política de Estado sólida, investimentos de longo prazo e foco em autossuficiência tecnológica. Essa projeção crescente no mercado global é digna de atenção, e serve de inspiração para o Brasil.

O Brasil possui expertise reconhecida, como no caso da Embraer, e já demonstrou capacidade de liderar projetos de alta complexidade, como o cargueiro KC-390 e o programa de desenvolvimento do submarino convencionalmente armado com propulsão nuclear (PROSUB). No entanto, para alcançar o mesmo patamar de projeção internacional da Türkiye, é fundamental garantir continuidade nos investimentos, previsibilidade orçamentária e um ecossistema robusto de inovação, os quais possibilitem a expansão das capacidades de nossa BID e a torne competitiva no mercado internacional.

Além disso, o estreitamento de laços entre Brasil e Türkiye no campo de defesa seria de grande valia para ambos os países. Compartilhando desafios semelhantes, como a necessidade de autonomia tecnológica e fortalecimento da base industrial, as duas nações têm muito a aprender uma com a outra. Cooperações estratégicas, intercâmbio de conhecimento e desenvolvimento conjunto de tecnologias podem gerar ganhos significativos não apenas no campo militar, mas também no avanço científico e tecnológico de forma mais ampla.

A trajetória da Türkiye é um lembrete de que, com visão estratégica, disciplina e compromisso, é possível transformar ambição em liderança no cenário internacional da defesa.


por Angelo Nicolaci


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terça-feira, 10 de junho de 2025

Brasil leva inovação e tecnologia de defesa à Indo Defence 2025 e fortalece presença no mercado asiático

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Empresas brasileiras participam da principal feira de defesa do Sudeste Asiático, em busca de novas parcerias e oportunidades de negócios estratégicos

A Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) do Brasil marcará presença na Indo Defence 2025 Expo & Forum, que será realizada de 11 a 14 de junho de 2025, em Jacarta, capital da Indonésia. Com coordenação da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE) e da ApexBrasil, o Espaço Brasil reunirá importantes empresas do setor nacional com o objetivo de ampliar sua inserção no competitivo e promissor mercado do Sudeste Asiático.

O estande brasileiro, localizado no Hall D – D025, contará com a participação das empresas Cinadra, CSA, Embraer, Kryptus e M&K Logistics. A presença brasileira é apoiada institucionalmente pelo Ministério da Defesa (MD) e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), evidenciando uma atuação coordenada do governo e da indústria para promover a tecnologia nacional de defesa.

Considerada a maior feira de defesa da região desde sua criação em 2004, a Indo Defence é organizada pelo Ministério da Defesa da Indonésia e acontece simultaneamente com as feiras Indo Aerospace e Indo Marine, cobrindo os domínios terrestre, aéreo e naval. O evento atrai expositores e autoridades militares de dezenas de países e representa uma vitrine estratégica para negócios e cooperação internacional.

Relevância geoestratégica

Segundo o Coronel Antonio Ribeiro, Diretor de Projetos da ABIMDE, esta será a terceira participação oficial da Associação na Indo Defence. Ele destaca que o Brasil já mantém relações comerciais consolidadas com países da região, como a própria Indonésia, que opera os aviões A-29 Super Tucano, da Embraer, e o sistema de artilharia ASTROS, da Avibras.

“A Indonésia conhece a qualidade da nossa indústria. Além disso, países como Malásia, Tailândia e Filipinas já são parceiros ou apresentam grande potencial de negócios. Participar desta feira é fundamental para ampliar nosso alcance internacional”, afirma Ribeiro.

Além da operação dos sistemas, a Indonésia já conduziu negociações para produzir foguetes do ASTROS II localmente, por meio de acordos de transferência de tecnologia. A Embraer, por sua vez, também mantém presença no setor de aviação executiva no país, com a empresa PT Wira Jasa Angkasa atuando como centro autorizado de manutenção.

Empresas participantes

  • Cinadra: Com mais de 50 anos no mercado, representa empresas estrangeiras no Brasil e fornece componentes e insumos para a indústria de defesa na América Latina.

  • CSA: Líder em serviços de manutenção e revisão (MRO) de motores aeronáuticos e APUs, com forte presença entre operadores agrícolas e regionais.

  • Embraer: Multinacional brasileira reconhecida por seus jatos comerciais, executivos e de defesa. É uma das maiores exportadoras de tecnologia de ponta do país.

  • Kryptus: Empresa brasileira-suíça especializada em criptografia e cibersegurança para defesa, inteligência e governos, oferecendo soluções customizadas e seguras.

  • M&K Logistics: Referência em logística internacional, atende setores estratégicos como militar, segurança pública e explosivos industriais em mais de 100 países.

Projeto Brazil Defense

A participação brasileira é parte do projeto Brazil Defense, coordenado pela ABIMDE e ApexBrasil. A iniciativa visa promover internacionalmente a indústria de defesa brasileira por meio de feiras, ações comerciais e apoio à exportação. A atuação conjunta com o MD e o MRE também busca consolidar o país como fornecedor global de tecnologia e serviços de defesa.

Valorização da indústria nacional

A ABIMDE, entidade que representa mais de 240 empresas, atua para fortalecer a indústria brasileira de defesa e segurança nos mercados interno e externo. Já a ApexBrasil trabalha para expandir a presença dos produtos e serviços brasileiros no exterior, inclusive com ações voltadas à atração de investimentos estrangeiros para setores estratégicos.

Com uma atuação articulada entre governo, indústria e agências de fomento, o Brasil reafirma seu compromisso com a inovação, a soberania e a inserção competitiva no mercado global de defesa.


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com Rossi Comunicação

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Vinhedo sediará o XI Congresso Brasileiro de Guardas Municipais e Segurança Pública nos dias 25 e 26 de junho

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A cidade de Vinhedo, no interior de São Paulo, será palco de um dos mais importantes encontros nacionais do setor de segurança pública: o XI Congresso Brasileiro de Guardas Municipais e Segurança Pública, que ocorrerá nos dias 25 e 26 de junho. O evento reunirá profissionais da área para discutir temas cruciais como legislação, saúde mental, acolhimento de vítimas e inovações tecnológicas voltadas à atuação das Guardas Municipais e forças de segurança.

Atualização e troca de experiências

Com mais de 1.400 inscritos até a primeira semana de junho, o congresso se consolida como uma oportunidade ímpar para ampliar conhecimentos, compartilhar experiências e debater os desafios enfrentados pelas corporações municipais em todo o país. A programação inclui painéis temáticos, palestras técnicas e exposições de equipamentos e soluções tecnológicas, reunindo especialistas de renome.

Entre os palestrantes confirmados estão o Coronel Diógenes Martins Munhos, do Corpo de Bombeiros de São Paulo, que falará sobre saúde mental nas forças de segurança, e a Delegada Maria Cecília Gomes Flora, que abordará acolhimento e atendimento a vítimas de violência, reforçando a importância da humanização nas práticas policiais.

Foco em tecnologia e inovação

De acordo com o idealizador do evento, Comandante Carlos Alexandre Braga, as novidades tecnológicas em equipamentos e serviços têm papel de destaque na programação. “Esses recursos estão em constante evolução. Todo ano temos novas soluções chegando ao mercado, e o congresso é uma excelente vitrine para que os profissionais conheçam e discutam essas ferramentas”, afirma Braga.

Com uma carreira sólida iniciada em 1987 na Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, o Comandante Braga ocupou todas as funções na corporação até alcançar o posto de Comandante Geral em 2018. Atualmente, ele está à frente do Site Guardas Municipais Brasil, referência no setor, e lidera a organização do congresso, que ao longo de suas mais de dez edições tornou-se um marco para a categoria em todo o território nacional.

Apoio institucional e parcerias

O congresso conta com o apoio da ABIMDE (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança), da Prefeitura Municipal de Vinhedo e de outros patrocinadores estratégicos que reconhecem a relevância da iniciativa para o fortalecimento das Guardas Municipais como peças fundamentais da segurança pública brasileira.

Mais informações sobre a programação e inscrições estão disponíveis: https://guardasmunicipaisbrasil.com.br.


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com Rossi Comunicação

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Elbit Systems apresenta soluções de defesa de última geração no Paris Air Show 2025

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A Elbit Systems, uma das principais fornecedoras globais de tecnologia de defesa, confirmou sua participação no Paris Air Show 2025, que ocorrerá entre os dias 16 e 22 de junho, no tradicional aeroporto de Le Bourget, nos arredores de Paris. A empresa israelense promete impressionar visitantes e especialistas ao apresentar um portfólio robusto e inovador de capacidades aeroespaciais, com soluções desenvolvidas para atender às exigências operacionais cada vez mais complexas das forças aéreas modernas.

No estande da empresa (Hall 3, Stand B16), serão exibidas as mais recentes inovações tecnológicas no domínio aéreo, com destaque para os seguintes segmentos:

Sistemas Autônomos

A Elbit Systems levará uma ampla gama de plataformas aéreas não tripuladas, que incluem drones multimissão e munições vagantes (“loitering munitions”), equipadas com navegação autônoma avançada e capacidade de execução de missões em tempo real. Tais sistemas refletem a crescente demanda por soluções versáteis e de alta eficiência em cenários de conflito assimétrico e operações de longo alcance.

Sistemas de Autoproteção Aérea e Guerra Eletrônica (EW)

A empresa demonstrará conjuntos integrados de autodefesa para aeronaves e helicópteros, compostos por tecnologias de guerra eletrônica, detecção de ameaças e contramedidas. Esses sistemas visam aumentar a sobrevivência das plataformas em ambientes contestados, protegendo tripulações e ativos valiosos.

Munições Aéreas Inteligentes

Serão apresentados diversos tipos de munições guiadas de precisão, projetadas para garantir flexibilidade operacional e eficácia em diferentes cenários de combate. As soluções da Elbit buscam atender tanto operações de ataque direto quanto missões de apoio aéreo aproximado, com alto grau de confiabilidade e letalidade controlada.

Sistemas de Inteligência

A Elbit Systems também destacará tecnologias de coleta de inteligência visual, eletrônica e de sinais, com sensores eletro-ópticos de alta resolução aplicáveis em plataformas aéreas e até mesmo espaciais. Esses sistemas são essenciais para fornecer consciência situacional e superioridade informacional no campo de batalha moderno.

Redes Aéreas e Comunicações de Missão

Outro destaque será o conjunto de tecnologias de comunicação e compartilhamento de dados em tempo real, voltadas para garantir conectividade segura entre diferentes plataformas e domínios operacionais. A interoperabilidade e o fluxo de informação contínuo são pilares fundamentais para o sucesso de operações conjuntas e coordenadas.

Além da exibição principal, as tecnologias da Elbit Systems também estarão presentes nos estandes de diversos parceiros estratégicos, evidenciando sua profunda integração com programas aeroespaciais globais e o fortalecimento de ecossistemas de defesa colaborativos.

Com uma presença marcante no evento mais importante da aviação mundial, a Elbit Systems reforça seu compromisso com a inovação e com o fornecimento de soluções que moldam o futuro das operações aéreas e da segurança global.


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com Elbit Systems

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Ministério da Defesa celebra 26 anos com solenidade que ressalta integração entre civis e militares

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Em uma cerimônia marcada por homenagens, símbolos históricos e reafirmação de compromissos institucionais, o Ministério da Defesa celebrou nesta terça-feira seus 26 anos de criação. O evento, realizado no Clube da Aeronáutica, em Brasília, reuniu autoridades civis e militares para destacar o papel estratégico da Pasta na coordenação das ações das Forças Armadas e no fortalecimento da soberania nacional.

Ao longo de mais de duas décadas e meia, o Ministério tem desempenhado papel fundamental na organização e no preparo da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, garantindo a prontidão e a atuação conjunta das Forças em tempos de paz e em situações de crise. Criado em 10 de junho de 1999, o MD consolidou-se como pilar central da defesa nacional e como agente de integração entre os diferentes componentes militares do país.

Durante a solenidade, o Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, ressaltou os avanços na interoperabilidade das Forças Armadas e as conquistas obtidas nos últimos anos. “A manutenção da soberania no mar, em terra e no ar somente se pode realizar se tudo isso for feito de forma conjunta, complementar, com sinergia e propósito”, afirmou. Segundo o Ministro, essa sinergia reflete o compromisso inabalável das Forças Armadas com o povo brasileiro.

Mucio também destacou a contribuição do MD em áreas estratégicas e sociais, como o desenvolvimento de tecnologias de ponta, a expansão da indústria de defesa e o apoio em momentos de calamidade pública. Entre os destaques mencionados estão a produção de submarinos e navios nacionais, o início da construção de um novo campus do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) no Ceará, um novo centro aeroespacial na Bahia e a consolidação de capacidades tecnológicas nas áreas nuclear, cibernética e espacial.

A cerimônia também foi marcada por dois momentos simbólicos: o lançamento do selo postal institucional “80 Anos do Dia da Vitória Aliada na 2ª Guerra Mundial” e a entrega da Ordem do Mérito da Defesa (OMD) a quatro instituições e 202 personalidades civis e militares que prestaram relevantes serviços à Pasta e às Forças Armadas.

Entre as autoridades presentes estavam os Comandantes das três Forças: Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen (Marinha), General de Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva (Exército) e Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno (Aeronáutica), além do Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire, e da Secretária-Geral do MD, Cinara Wagner Fredo.

A estrutura central do Ministério da Defesa inclui o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), responsável por coordenar programas de interoperabilidade; a Secretaria-Geral (SG), que supervisiona a gestão administrativa e estratégica; além de instituições vinculadas como a Escola Superior de Guerra (ESG), o Hospital das Forças Armadas (HFA), a Escola Superior de Defesa (ESD), o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e a representação brasileira na Junta Interamericana de Defesa (JID).

Mais do que celebrar uma data, a solenidade reforçou o papel do Ministério como elo entre os pilares militares e civis da sociedade, fomentando cidadania, inclusão, educação e segurança nacional com visão integrada e compromisso contínuo com o Brasil.


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Brasil avança na Guerra Eletrônica com parceria estratégica entre Atech, ITA e DCTA

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Cooperação técnica visa desenvolver tecnologias com uso de Inteligência Artificial para reforçar a capacidade nacional de defesa

Em mais um passo decisivo rumo ao fortalecimento da base tecnológica de defesa do Brasil, a Atech, empresa do Grupo Embraer, firmou nesta segunda-feira (10) um Acordo de Cooperação Técnica com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em parceria com o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). O objetivo da iniciativa é impulsionar o desenvolvimento de soluções inovadoras na área de Guerra Eletrônica (GE), com foco no uso de Inteligência Artificial (IA) para a classificação de sinais e ameaças.

A colaboração prevê o emprego de técnicas avançadas de de-interleaving — processo essencial para separar e identificar sinais sobrepostos em ambientes eletromagnéticos complexos —, buscando aumentar a precisão das análises e aprimorar a resposta frente a ameaças eletrônicas. A proposta reforça a importância da Guerra Eletrônica como um dos pilares da soberania e da capacidade dissuasória do Brasil em cenários de conflito modernos.

Segundo o Diretor de Negócios de Defesa da Atech, Giacomo Feres Staniscia, a parceria com o ITA e o DCTA é estratégica para manter a empresa na vanguarda do setor. “A iniciativa reforça o nosso compromisso em liderar projetos de inovação no Brasil, unindo forças com instituições de excelência como o ITA e o DCTA para promover avanços tecnológicos significativos, alinhados às necessidades do mercado”, destacou.

O acordo também se insere na política da Atech de estreitar laços com Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs) ligadas às Forças Armadas, estimulando o ecossistema nacional de defesa e aumentando o potencial de captação de recursos junto a agências de fomento.

Para o Reitor do ITA, Professor Doutor Antonio Guilherme de Arruda Lorenzi, a iniciativa representa mais uma contribuição concreta da academia ao desenvolvimento nacional. “O ITA possui um longo histórico de atividades estratégicas que envolvem diversos atores externos, como representantes da indústria e do governo. Por meio desta parceria, esperamos seguir contribuindo, com ensino, pesquisa, inovação e extensão, para o fortalecimento das capacidades brasileiras na área de Guerra Eletrônica, impulsionando ainda mais o progresso do país”, afirmou.

Ao alinhar interesses da indústria, da academia e das Forças Armadas, a nova parceria fortalece o cenário de defesa brasileiro e reafirma o papel da inovação tecnológica como vetor essencial para a soberania nacional no século XXI.


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terça-feira, 3 de junho de 2025

Reino Unido anuncia construção de até 12 novos submarinos de ataque como parte do programa AUKUS

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O Reino Unido anunciou na última segunda-feira (2) que construirá até 12 novos submarinos de ataque de propulsão nuclear, como parte do programa AUKUS, em resposta às crescentes ameaças globais e com o objetivo de garantir a segurança do país nas próximas décadas.

O anúncio foi feito em conjunto pelo Primeiro-Ministro Sir Keir Starmer e pelo Secretário de Defesa John Healey. A medida faz parte da nova Revisão Estratégica de Defesa, oficialmente apresentada nesta semana.

Atualmente, a Marinha Real opera sete submarinos da Classe Astute. A nova Classe AUKUS, será mais numerosa e tecnologicamente avançada, com a previsão inicial para o final da década de 2030, substituindo os submarinos da Classe Astute.

Transformação Industrial e Geração de Empregos

O programa SSN-AUKUS representa uma transformação significativa na indústria naval do Reino Unido. A construção dos submarinos acontecerá principalmente nos polos industriais de Barrow-in-Furness e Raynesway, Derby, com expectativa de entregar um novo submarino a cada 18 meses.

O projeto faz parte do Plano para a Mudança, estratégia do governo que busca impulsionar a economia e fortalecer a segurança nacional. Além dos submarinos, o governo investirá £15 bilhões no programa de ogivas nucleares, garantindo a continuidade da dissuasão nuclear britânica.

Esses investimentos irão gerar e sustentar aproximadamente 30.000 empregos altamente qualificados no setor de defesa, além de dobrar o número de vagas para aprendizes e graduados, totalizando 30.000 vagas de aprendizagem e 14.000 vagas para graduados nos próximos dez anos.


Principais medidas da Revisão Estratégica de Defesa

A nova estratégia traz 62 recomendações que serão adotadas integralmente, visando preparar as Forças Armadas do Reino Unido para um ambiente de segurança global mais hostil. Entre as principais medidas estão:

  • Aumento da prontidão para combate, fortalecendo a dissuasão contra ameaças, especialmente na região Euro-Atlântica.

  • Expansão dos estoques de munições e equipamentos, com capacidade de rápida escalabilidade em caso de crises ou guerra.

  • Aquisição de até 7.000 armas de longo alcance produzidas no Reino Unido, fortalecendo as capacidades militares e sustentando 800 empregos no setor.

  • Criação do novo Comando CyberEM, que colocará o Reino Unido na vanguarda das operações cibernéticas, acompanhado de um investimento de £1 bilhão em capacidades digitais.

  • Melhoria da qualidade de vida dos militares e suas famílias, com um investimento de £1,5 bilhão na modernização de moradias das Forças Armadas.

Fortalecimento da dissuasão nuclear

Além dos submarinos de ataque da Classe AUKUS, o Reino Unido reafirmou seu compromisso com a Dissuasão Nuclear Contínua no Mar, assegurando investimentos robustos na nova frota de submarinos Classe Dreadnought e no programa de ogivas nucleares.

O programa prevê uma modernização completa das instalações da Atomic Weapons Establishment (AWE) em Aldermaston, gerando mais de 9.000 empregos diretos em Berkshire e milhares de empregos indiretos em toda a cadeia de suprimentos, do sul da Inglaterra à Escócia.

O Primeiro-Ministro Sir Keir Starmer afirmou: “A segurança nacional é a base do nosso Plano para a Mudança. Este plano garantirá que a Grã-Bretanha esteja segura em casa e forte no exterior, ao mesmo tempo em que gera empregos bem remunerados em todo o país. Esta Revisão Estratégica de Defesa garantirá que o Reino Unido esteja à altura dos desafios, modernizando nossas Forças Armadas e nossa indústria.”

O Secretário de Defesa John Healey completou: “Nossos submarinistas patrulham 24 horas por dia, 7 dias por semana, protegendo nosso país e nossos aliados. As ameaças estão crescendo, especialmente com a agressão russa, e precisamos agir decisivamente. Com novos submarinos de última geração e nosso próprio programa de ogivas nucleares, estamos tornando a Grã-Bretanha mais segura em casa e mais forte no exterior.”

O governo britânico já gera mais de 400.000 empregos no setor de defesa e reforça seu compromisso de elevar os investimentos em defesa para 2,5% do PIB até 2027, com a ambição de alcançar 3% na próxima legislatura, dependendo das condições econômicas.

Defesa Nacional: Uma Urgência que o Brasil Não Pode Ignorar

Em um cenário internacional cada vez mais instável, a defesa deixou de ser uma escolha e se tornou uma necessidade vital para qualquer nação que pretenda preservar sua soberania, seus recursos e seu desenvolvimento. O recente anúncio do Reino Unido sobre a construção de até 12 novos submarinos de propulsão nuclear, como parte do programa AUKUS, é um alerta claro e contundente. Nações sérias estão se preparando de forma robusta e contínua para enfrentar os desafios do século XXI, entendendo que segurança não se improvisa, se constrói com planejamento, investimento e compromisso de Estado.

O Brasil, com mais de 7.400 km de litoral, uma das maiores zonas econômicas exclusivas do mundo e imensas riquezas no mar, incluindo petróleo, biodiversidade e recursos estratégicos, simplesmente não pode se dar ao luxo de negligenciar sua capacidade de dissuasão. A atual Estratégia Nacional de Defesa (END) está desatualizada, desconectada das ameaças emergentes e das novas dinâmicas geopolíticas. É urgente revisá-la e, mais do que isso, vinculá-la a uma previsão orçamentária estável, capaz de assegurar a execução dos programas estratégicos das Forças Armadas, hoje cronicamente subfinanciados e frequentemente sujeitos às flutuações políticas e econômicas.

O PROSUB, que representa a espinha dorsal da capacidade dissuasória do Brasil no mar, precisa deixar de ser tratado como promessa de futuro e se transformar em política de Estado, com fluxo financeiro garantido, previsível e contínuo. Uma frota de submarinos de propulsão nuclear não é apenas um símbolo de poder, é um instrumento real de proteção dos nossos interesses marítimos, de dissuasão contra qualquer aventura externa e de projeção de soberania. O atraso ou a paralisia desse programa coloca em risco nossa capacidade de defender a Amazônia Azul, nossos portos, nossas rotas comerciais e até mesmo nossa capacidade de influenciar o equilíbrio de forças na América do Sul e no Atlântico Sul.

Enquanto potências globais e regionais se rearmam, fortalecem seus setores de defesa, criam comandos cibernéticos e ampliam capacidades espaciais, o Brasil corre o risco de assistir passivamente à erosão de sua soberania, à mercê de pressões externas, interesses econômicos e conflitos futuros. Uma nação que não se prepara para se defender se condena à irrelevância estratégica e à dependência. O momento de agir é agora. Revisar a END, estabelecer uma previsão orçamentária obrigatória para a defesa, injetar mais recursos no PROSUB e consolidar uma cultura de defesa continuada não são apenas medidas desejáveis, são decisões existenciais para o Brasil do presente e do futuro.

O investimento em defesa não é um gasto improdutivo, como muitas vezes se tenta propagar, mas sim um poderoso vetor de desenvolvimento econômico, tecnológico e social. A indústria de defesa é uma das que mais gera empregos altamente qualificados, impulsiona cadeias produtivas complexas e promove inovação com efeitos diretos na economia civil. O exemplo britânico é emblemático: a construção de submarinos nucleares, além de fortalecer a segurança nacional, está gerando dezenas de milhares de empregos, desenvolvendo novas tecnologias e dinamizando polos industriais inteiros. No Brasil, programas como o PROSUB, o Gripen e as Fragatas Classe Tamandaré, dentre outros programas que já demonstram esse potencial, com transferência de tecnologia, formação de mão de obra especializada, fortalecimento da engenharia nacional e estímulo à indústria de base e aos setores aeroespacial, naval, automotivo, eletrônico e cibernético. Cada real investido em defesa retorna à sociedade em forma de empregos, crescimento econômico, inovação e soberania tecnológica, criando um ciclo virtuoso que fortalece o país em todas as dimensões.

Diante desse cenário, é urgente que o Brasil abandone, de uma vez por todas, a mentalidade equivocada de que defesa é um luxo ou um custo supérfluo. A realidade global não permite mais espaços para negligência. Enquanto potências como o Reino Unido, Estados Unidos, França e até países em desenvolvimento, como Índia e Türkiye, fortalecem suas capacidades de dissuasão com investimentos robustos e contínuos, o Brasil segue preso a ciclos de descontinuidade, falta de planejamento de longo prazo e cortes orçamentários que colocam em risco nossa soberania e nossos interesses estratégicos. É imperativo rever imediatamente a Estratégia Nacional de Defesa (END), definir uma previsão orçamentária sólida, vinculada ao PIB, e garantir os recursos necessários para a execução dos programas estratégicos. A negligência, nesse campo, não é apenas uma escolha administrativa, é uma ameaça silenciosa à nossa própria existência como nação soberana e relevante no cenário internacional. Ignorar isso é, na prática, abrir mão do nosso futuro.


Por Angelo Nicolaci



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