A sequência de ataques entre Índia e Paquistão após o atentado em Pahalgam, em 22 de abril de 2025, marcou um ponto de inflexão na dinâmica de segurança do subcontinente. Nova Déli respondeu rapidamente com ofensivas contra a infraestrutura de grupos jihadistas, escalando posteriormente para instalações militares paquistanesas críticas, enquanto Islamabad reagiu, em 10 de maio, com a Operação Bunyan Marsoos, visando restaurar sua dissuasão convencional e impor custos simétricos sem ultrapassar o limiar nuclear.
Do lado indiano, a Operação Sindoor mostrou uma evolução significativa da doutrina militar. Diferente de ataques anteriores, como Balakot em 2019, os ataques indianos combinaram uma abordagem multivetorial e multiperfil, usando mísseis de cruzeiro SCALP-EG lançados por Rafale, mísseis supersônicos BrahMos, bombas guiadas HAMMER, VANT's (drones) Harop e Banshee, e munições de ataque de precisão. A estratégia tinha como objetivo criar dilemas para a defesa aérea paquistanesa, forçando-a a lidar simultaneamente com múltiplos vetores e penetrando profundamente em território inimigo, atingindo bases aéreas como Nur Khan, Sargodha, Skardu e Malir, bem como depósitos logísticos e centros de comando.
O uso coordenado de drones para saturação e desvio de sistemas de defesa, aliado a ataques de precisão, demonstrou uma aplicação refinada de guerra tecnológica. Apesar do sucesso, a Índia registrou perdas, com pelo menos um Rafale e um Mirage 2000 abatidos, ressaltando os riscos de operar em ambientes altamente contestados.
Do lado paquistanês, a Operação Bunyan Marsoos buscou equilibrar a resposta, empregando mísseis de longo alcance Fatah-1 e Fatah-2, drones de fabricação turca, mísseis de cruzeiro Babur e RA’AD-II, e sistemas de guerra eletrônica para criar zonas de superioridade aérea temporária. Islamabad alega ter atingido dezenas de alvos, incluindo bases aéreas na Caxemira, embora muitos efeitos permaneçam pouco documentados. A criação do Comando da Força de Foguetes do Exército paquistanês reflete a busca por maior capacidade de ataque convencional de longo alcance, apoiada em tecnologia chinesa.
O episódio evidencia um aprendizado estratégico para ambas as partes. A Índia mostrou capacidade de atingir alvos críticos em profundidade com armas sofisticadas, mas enfrenta limitações de quantidade de aeronaves e munições. O Paquistão demonstrou capacidade de resposta simétrica, embora com eficiência operacional ainda em avaliação. Para ambos os lados, o uso coordenado de múltiplos vetores e a exploração de fraquezas na defesa aérea se tornaram centrais na guerra moderna.
Além da região, o conflito oferece lições valiosas para os conceitos e doutrinas de ataque profundo no Ocidente. A experiência reforça a importância de combinar massa e qualidade, como exemplificado pelo aumento da produção europeia de mísseis SCALP/Storm Shadow e pelo desenvolvimento de soluções integradas como o STRATUS, projetado para ataques coordenados contra alvos fortificados e sistemas de defesa aérea complexos. A guerra de drones também se consolida como desafio estratégico, exigindo soluções combinadas de guerra eletrônica, lasers e microondas para enfrentar enxames de VANT's.
O precedente de 2025 destaca que campanhas de ataque eficazes dependem de planejamento modular, seleção de alvos com base em importância e dificuldade, e capacidade de combinar múltiplas plataformas em todos os domínios. Para os exércitos modernos, o aprendizado é claro: o sucesso futuro exige complementaridade multidomínio, precisão de sistemas, volume suficiente de munições e integração tecnológica para superar camadas de defesa cada vez mais sofisticadas.
por Angelo Nicolaci
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