sábado, 30 de agosto de 2025

Reino Unido aposta no míssil Nightfall para os MLRS M270 como alternativa ao PrSM americano

O Ministério da Defesa do Reino Unido anunciou o desenvolvimento do míssil balístico Nightfall, que será integrado aos lançadores múltiplos MLRS M270 já em operação. A proposta é criar uma solução nacional de baixo custo que possa cumprir o mesmo papel do PrSM (Precision Strike Missile), sistema norte-americano que está em fase de introdução e que representa hoje a referência no segmento de mísseis de curto alcance de precisão.

De acordo com o aviso publicado pelo MoD, o Nightfall deverá ter alcance superior a 600 km, o que o enquadra na categoria de mísseis balísticos de curto alcance (SRBM), embora o governo britânico o descreva como “tático”. A arma será capaz de transportar uma ogiva de aproximadamente 300 kg, valor próximo ao do ATACMS, antecessor do PrSM, mas com maior poder de destruição. O sistema será compatível com os MLRS M270 já existentes, permitindo o carregamento de até quatro mísseis por veículo.

Outro ponto essencial é a precisão. O MoD estabeleceu como requisito que 50% dos disparos tenham erro circular provável (CEP) inferior a 5 metros, mesmo em cenários de negação ou degradação de sinais GNSS, o que exigirá sistemas de guiagem avançados e resistentes a interferências eletrônicas. O míssil também deverá ter baixa assinatura, elevada mobilidade com processos rápidos de pré e pós-lançamento, além de manter a capacidade de transporte múltiplo nos veículos lançadores.

O maior desafio, entretanto, será equilibrar todas essas exigências com o custo de produção. O programa estipula que cada míssil Nightfall deve custar menos de US$ 675 mil por unidade (sem contar a ogiva), além de estabelecer uma cadência mínima de 10 unidades por mês para produção em série. Considerando o alcance desejado, a necessidade de sistemas de guiagem resistentes a bloqueio de sinais e a precisão exigida, especialistas avaliam que esse teto orçamentário é ambicioso e poderá forçar ajustes no projeto. A solução para manter a compatibilidade com os lançadores, por exemplo, pode estar no uso de aletas dobráveis, mas isso também adiciona complexidade e custos.

O cronograma também impressiona pela agressividade: o Ministério da Defesa espera que o desenvolvimento inicial seja concluído em 9 a 12 meses, com ao menos cinco protótipos de teste prontos até o fim desse prazo. Isso representa uma aceleração significativa em comparação com programas tradicionais de mísseis, e indica o nível de prioridade que o Reino Unido está atribuindo ao projeto.

Mais do que apenas um programa de armamento, o Nightfall reflete a busca do Reino Unido por autonomia estratégica e pela redução da dependência de sistemas norte-americanos, em um momento em que a competição global por capacidades de ataque de precisão se intensifica. Caso os objetivos sejam alcançados, os MLRS M270 britânicos ganharão um míssil com alcance ampliado, maior letalidade e custos inferiores ao PrSM, reforçando a capacidade de dissuasão do país no cenário europeu e além.


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