Marinha do Brasil lidera inédita operação combinada de controle fluvial com Colômbia e Peru na Tríplice Fronteira

Nos dias 1 e 2 de agosto, a Marinha do Brasil (MB) protagonizou uma operação histórica ao realizar, pela primeira vez, uma ação combinada de controle fluvial com a Armada da República da Colômbia (ARC) e a Marinha de Guerra do Peru (MGP) na região da Tríplice Fronteira, que envolve as cidades de Tabatinga (AM), Letícia (Colômbia) e a ilha de Santa Rosa (Peru). A operação, coordenada no contexto da Operação BRACOLPER, reforçou a presença dos três países em rios estratégicos da Amazônia e resultou na abordagem e inspeção de mais de 200 embarcações.

Com foco no patrulhamento, fiscalização e segurança da navegação, a ação teve como objetivo combater crimes transfronteiriços, como tráfico de drogas, contrabando, pesca ilegal e outros ilícitos que afetam a população ribeirinha e indígena da região. Além disso, a operação promoveu o intercâmbio de informações de inteligência, a interoperabilidade entre os meios navais e o adestramento conjunto das tropas, reforçando a capacidade de resposta coordenada dos países amazônicos.

Segundo o Vice-Almirante João Alberto de Araujo Lampert, Comandante do 9º Distrito Naval, a operação foi uma iniciativa inédita dentro da BRACOLPER, que neste ano celebra sua 51ª edição. "Decidimos pela realização de uma operação combinada de controle fluvial, voltada para o patrulhamento, fiscalização e segurança da navegação nos rios da região amazônica. A ação demonstrou caminhos e fortalecimentos que podem ser implementados ao longo da BRACOLPER, para que esses países possam interagir cada vez mais na proteção e defesa de seus interesses na Tríplice Fronteira”, destacou.

As operações foram coordenadas a partir de um Centro de Coordenação Operacional (CCOp), estabelecido a bordo do Navio-Patrulha Fluvial “Raposo Tavares” e na Capitania Fluvial de Tabatinga. Participaram ainda da operação o Navio-Patrulha Fluvial “Rondônia”, uma aeronave do 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Noroeste, diversas lanchas da Capitania local, além das embarcações ARC “Reyes” e ARC “Arauca”, da Colômbia, e o BAP “Castilla”, do Peru. Guardas costeiras e capitanias dos três países também atuaram em estreita cooperação.

Ao longo de seus 51 anos, a Operação BRACOLPER, sigla para Brasil-Colômbia-Peru, tem sido uma das mais duradouras e significativas iniciativas de cooperação militar na América do Sul. Criada em 1974, inicialmente com um caráter mais diplomático, a operação evoluiu para exercícios operacionais de alto nível, com foco no fortalecimento da interoperabilidade, da confiança mútua e da amizade entre os países vizinhos.

Neste ano, a BRACOLPER está dividida em três fases. A primeira foi realizada entre os dias 18 e 22 de julho, na cidade de Letícia, Colômbia. A segunda, entre 25 e 30 de julho, em Iquitos, Peru. A terceira e última fase ocorrerá em setembro, em Manaus (AM), onde as Marinhas dos três países darão continuidade aos treinamentos conjuntos e à consolidação dos esforços para a segurança da Amazônia trinacional.

A operação inédita de controle fluvial reforça o compromisso das Marinhas do Brasil, da Colômbia e do Peru com a defesa da soberania, o combate aos ilícitos transfronteiriços e a promoção da estabilidade na região amazônica, ao mesmo tempo em que demonstra a maturidade e o avanço da cooperação multinacional no coração da América do Sul.

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com Marinha do Brasil