
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, pediu hoje às potências nucleares que "deem um tempo" ao Irã para analisar os frutos do acordo de troca de urânio, assinado na segunda-feira com a Turquia e o Brasil, antes de decidirem pela aplicação de sanções.
"Se no dia seguinte à assinatura de um acordo sanções já são apresentadas, isso quer dizer que a espera era por protocolo. Pedimos um mínimo de tempo para a análise", afirmou o chanceler em entrevista coletiva em Brasília.
O ministro considerou que o acordo assinado entre Irã, Turquia e Brasil é "a melhor maneira" de garantir que o país do presidente Mahmoud Ahmadinejad não continuará trabalhando no enriquecimento de urânio, como exigem os membros do grupo negociador, formado por Estados Unidos, França, China, Rússia, Reino Unido e Alemanha.
"O acordo de Teerã é o acordo que eles (o grupo negociador) propuseram. Todas as questões foram resolvidas, pelo menos no papel. Desprezá-lo agora não é uma posição construtiva", manifestou Amorim.
O chefe da diplomacia brasileira insistiu que "nenhum especialista no mundo" pode garantir que o Irã pode conseguir fabricar uma bomba atômica em um prazo de um mês, portanto defendeu que seja dado tempo ao acordo assinado por Ahmadinejad, que, segundo o diplomata brasileiro, poderia ser "passaporte" para a solução pacífica do conflito.
Nesse sentido, Amorim considerou que o acordo pode contribuir para que o Irã perca o interesse em investir em um "processo custoso e difícil" como é o enriquecimento de urânio a 20% .
"A melhor maneira de garantir que o Irã não continuará esse enriquecimento é concluir este acordo", opinou o ministro.
Apesar do acordo alcançado na segunda-feira, os EUA, com o apoio da Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha, apresentou hoje ao Conselho de Segurança das Nações Unidas uma proposta para reforçar as sanções já existentes contra o Irã por seu programa nuclear.
Fonte: EFE
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