
Neste sábado dia 31/10, o Editor deste blog foi convidado a palestrar sobre o tema geopolítico brasileiro, no Centro de Especializado de Instrução de Tiro Tático, à convite do amigo e instrutor Cassio de Holanda. Abaixo está disponível o conteúdo desta palestra e algumas informações sobre este Centro de Instrução
A palestra teve como tema: Brasil - A necessidade de investir em defesa
Agora você confere a Segunda Parte desta Palestra.
Vamos então ao segundo ponto que vou abordar nesta palestra:
DEFESA – UM RESPALDO DIPLOMÁTICO
Todos aqui com quase toda certeza posso afirmar, já ouviram dizer que nós possuimos uma grande "tradição diplomática",e que o Brasil sempre defendeu a busca pelo diálogo e soluções pacíficas, mantendo uma postura não intervencionista.
Mas de alguns anos para cá, o Brasil tem mudado um pouco o foco de sua diplomacia, buscando se adequar a sua nova posição no mundo hoje. Somos um país de peso na América Latina, sendo inclusive considerados um contra-pesa aos americanos por aqui e uma potência emergente no panorama global.
Podemos citar alguns sinais deva nova postura brasileira, temos assumido papéis importantes nas organizações internacionais. Vejam nossa atuação como líderes da missão de estabilização do Haiti, uma missão da ONU que esta sendo liderada pelo Brasil e obtendo muito sucesso.
Ainda demonstrando essa mudança podemos mostrar o papel decisivo do Brasil na crise de Honduras. O que foi considerado por muitos uma prova de fogo para a diplomacia do Brasil. Mas o Itamaraty se saiu bem nessa ocasião, embora muitos tentem dizer o contrário.
O Brasil hoje dá amostras ao mundo, que tem tanta capacidade de intervir e resolver as questões que afligem a América Latina quanto os EUA.
Mas vale lembrar que para ser bem sucedidos na mesa de negociações, não basta termos um grande corpo diplomático, pois muitas vezes esse necessita estar respaldado em uma demosntração de força. Isso ficou claro no caso Honduras, quando ficamos com nossa Embaixada sitiada sem poder pressionar além do que politicamente o governo interino daquele país e pedir auxílio da OEA e dos EUA. Ali ficou claro que carecemos de ter um respaldo militar, mesmo que limitado, mas com capacidade de imprimir força e fazer com que se pense duas vezes antes de fugir das vias diplomáticas.
A Defesa no Brasil, deve ser vista como um plano de saúde. Muitos aqui possuem umplano de saúde certo?
Como funciona um plano de saúde?
Bom, todo mês você paga determinada importância, mesmo que não utilize aquele serviço, e quanto mais completo o plano mais caro ele é, não é assim?
Mas quando há uma emergência e você precisa de socorro? Você pega sua carteirinha e corre para o hospital, pois você esta coberto por aquele plano, claro que de acordo com a cobertura que você paga. E você só vai ao médico se esta realmente precisando, você não vai todo dia ao médico... Até poderia...rsrsrs Mas concerteza não vai sem estar realmente necessitando de atendimento.
Assim também deve ser encarado a Defesa aqui no Brasil, é preciso investir. POde parecer até desperdício, pois defesa é muito caro, realmente custa bilhões, mas como aquele plano de saúde que você paga, principalmente quando pagamos aquele plano TOP que cobre tudo que possamos imaginar e custa o olho da cara. Mas quando necessitamos dele, nós vemos que valeu cada centavo investido.
E assim na diplomacia, a defesa é como um plano de saúde da nação, é caro? é, mas é bom ter e melhor ainda não ter que usar.
uma coisa também interessante, vocês sabiam que a defesa é uma grande fonte de investimento e desenvolvimento?
Vamos ver como isso se dá no próximo ponto que iremos abordar e esta sob o seguinte tópico:
DEFESA – DESENVOLVIMENTO DE C&T.
Há pouco tempo, o Governo Federal elaborou um documento em conjunto com várias esferas da sociedade. políticas e militares, chamado END - Estratégia Nacional de Defesa.
Nesta estratégia de Defesa, consta não só os conceitos adotados pelo Brasil no que diz respeito a Defesa, mas todo o processo envolvido. Seja na aquisição de equipamentos e seu desenvolvimento, organização das Forças Armadas, logísticae principalmente a independência do Brasil no que diz respeito a Defesa.
Primeiro, foi definido no END que o Brasil não mais vai apenas comprar neios para suas Forças Armadas ou nacionaliza-los, mas sim desenvolve-lo e adiquirir a transferência da tecnologia necessária, ou seja, compraremos tudo amparado na transferência de tecnologia.
Segundo, prevê a criação de um complexo industrial de Defesa, onde haverá participação nos programas de Defesa, os centros de Excelência das Forças Armadas, como ITA, CTA,IME, universidades e a indústria nacional como um todo.
Apartir de agora não compramos mais as ditas "sucatas", que a anos permearam nosso arsenais. Mas sim compramos tecnologia agregada com meios que nos colocarão no "Estado da Arte".
Pois o Brasil precisa desenvolver e capacitar seu capital científico,e alçar o tão sonhado controle de tecnologias sensíveis, nos permitindo adentrar um seleto grupo que é muito pequeno e lucra bilhões devido a isso.
Com tal iniciativa o Brasil cria meios para que nossa indústria se desenvolva, e absorva novos conhecimentos, novas tecnologias, a serem aplicadas não só no uso militar como no dual. Criando desenvolvimento indústrial de verdade e em diveros setores, elevando o Brasil como fornecedor de material de Defesa e outros tipos de tecnologia.
Foi assim nos anos 80, quando o Brasil e a Itália firmaram uma parceria, onde a Embraer, Alenia e Aeritalia desenvolveram o caça bombardeiro AMX A-1.
Com a tecnologia absorvida pela Embraer nesse programa, pudemos desenvolver toda uma família de Jatos comerciais, que se tornaram sucesso de vendas e rendem até hoje milhões a nossos cofres. Levando ainda a Embraer à uma posição de liderança no mercado, passando a configurar como a 3ª maior Indústria aeronautica do mundo, atrás apenas das gigantes Boeing e Airbus.
Resumindo, o investimento em Defesa não se restringe a obtenção de meios militares, ou ao desenvolvimento isolado da indústria de defesa, mas capacita e eleva o desenvolvimento industrial como um todo, gerando retorno não apenas para a indútria de defesa, mas para toda nossa nação. Estejamos observando o fator econômico, político ou estratégico, Defesa é uma necessidade para nosso desenvolvimento.
CONTINUA.......
Como foi dito na primeira parte postado essa palestra foi dividida em 3 partes para que possa ser proveitosa.
Angelo Daniel Nicolaci
Editor/Palestrante

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