sábado, 30 de agosto de 2025

França moderniza canhão da Segunda Guerra para enfrentar drones: Conheça o PROTEUS Standard 1

O Exército francês revelou o PROTEUS Standard 1, um sistema antiaéreo que moderniza o histórico canhão automático AA53, desenvolvido na Segunda Guerra Mundial, para enfrentar uma das maiores ameaças do campo de batalha atual, os drones e as munições guiadas remotamente.

Originalmente projetado para destruir veículos leves e oferecer defesa aérea de curto alcance, o AA53 dispara projéteis calibre 20×139 mm a uma cadência de até 720 tiros por minuto. Essa combinação de poder de fogo e simplicidade garantiu sua sobrevivência ao longo das décadas, mesmo com o surgimento de armas mais sofisticadas. Agora, a França decidiu atualizar essa plataforma clássica, transformando-a em uma solução moderna contra ataques aéreos de baixo custo e difícil interceptação.

No âmbito do programa PROTEUS, o canhão recebeu uma série de melhorias que o adaptam aos novos desafios. Entre elas estão a instalação de uma câmera infravermelha, um visor estabilizado, uma calculadora balística digital e um sistema de navegação inercial, recursos que aumentam a precisão, facilitam o rastreamento de alvos em movimento e reduzem os custos de operação quando comparados ao uso de mísseis interceptadores.

A lógica por trás do PROTEUS é clara, enquanto sistemas antimísseis podem ser saturados ou se tornarem economicamente inviáveis diante de ataques massivos, os projéteis de 20 mm oferecem uma resposta prática e reutilizável contra enxames de drones, que têm se mostrado capazes de sobrecarregar até mesmo defesas aéreas avançadas. Esse tipo de abordagem aproxima a França de outras nações que também vêm revisitando armas de gerações passadas para adaptá-las às exigências do combate moderno. A Ucrânia, por exemplo, tem reutilizado canhões da era soviética para montar defesas móveis contra drones, enquanto Israel reativou seus M61 Vulcan após duas décadas de inatividade, justamente para lidar com veículos aéreos não tripulados.

Outro ponto que chama a atenção é a velocidade do desenvolvimento. O PROTEUS foi concebido em apenas quatro meses, um prazo extremamente curto para projetos militares, evidenciando a urgência com que a França busca fortalecer suas defesas diante de novas ameaças. As primeiras unidades já foram entregues ao 35º Regimento de Artilharia Paraquedista, responsável por avaliar sua eficácia em cenários reais de operação. A expectativa é que o feedback obtido com esse emprego inicial ajude a moldar futuras versões e a ampliar a adoção do sistema em outras unidades do Exército.

Com o PROTEUS Standard 1, a França demonstra que soluções eficazes contra drones não precisam necessariamente nascer de tecnologias avançadas. Muitas vezes, a resposta está em revisitar plataformas consagradas, aplicar inovação digital e oferecer às tropas um equilíbrio entre baixo custo, confiabilidade e eficiência no campo de batalha.


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