domingo, 15 de novembro de 2009

Palestinos esperam proclamar um Estado com o apoio da ONU


A Autoridade Palestina disse neste domingo que pretende obter o apoio do Conselho de Segurança das Nações Unidas à proclamação unilateral do Estado palestino, diante do bloqueio do processo de paz com Israel.

"Decidimos nos dirigir ao Conselho de Segurança para tentar obter seu apoio à criação de um Estado palestino independente, com Jerusalém Oriental como sua capital e respeitando as fronteiras estabelecidas em junho de 1967", anteriores à ocupação israelense em Gaza e na Cisjordânia, disse à AFP o principal negociador palestino, Saeb Erakat.

"Vamos tentar obter o apoio da União Europeia, assim como o da Rússia e de outros países", destacou Erakat.

O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, que estabeleceu como objetivo criar as instituições de um Estado independente até 2011, sem esperar o resultado das negociações com Israel, destacou que a tarefa de seu governo é "preparar-se para um Estado", e não proclamá-lo.

"A proclamação do Estado corresponde à OLP (Organização para a Libertação da Palestina). É ela o orgão competente no sistema político palestino (...) e fará isto quando chegar o momento" oportuno, disse Fayyad em entrevista coletiva na cidade de Ramallah, durante uma visita de membros do Congresso dos Estados Unidos.

A possibilidade foi recebida imediatamente com hostilidade pelas autoridades israelenses.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu que "qualquer decisão unilateral jogará por terra os acordos passados, e implicará em ações unilaterais de Israel".

"Não há alternativa à negociação entre Israel e a Autoridade Palestina", insistiu Netanyahu em entrevista à TV israelense.

O vice-primeiro ministro, Sylvan Shalom, destacou que "as iniciativas unilaterais palestinas não levarão aos objetivos que buscamos atingir" por meio de negociações.

"Queremos negociações diretas" com os palestinos, destacou Shalom, referindo-se à demanda israelense de iniciar conversações o mais cedo possível, e sem pré-condições.

Segundo o ministro israelense da Infra-estrutura, Uzi Landau, diante de uma iniciativa unilateral dos palestinos Israel deverá responder anexando as zonas da Cisjordânia que controla militar e administrativamente, entre elas as regiões onde estão os grandes blocos de colônias judaicas.

As negociações de paz entre israelenses e palestinos estão suspensas desde o final de 2008. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, exige que Israel congele a colonização na Cisjordânia antes da retomada das conversações.

Fonte: AFP

Um comentário:

  1. Seria o ideal. A Palestina tem direito a seu estado.

    Mas será que conseguirá o apoio necessário?

    abraços a todos

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