quarta-feira, 21 de outubro de 2009

EUA tentam melhorar relação militar com a China e evitar "erros de cálculo"


O Exército dos Estados Unidos precisa melhorar o diálogo com a China para evitar "equívocos e erros de cálculo", dada a expansão militar sem precedentes do país asiático, que alimenta incertezas na região, afirmaram importantes autoridades americanas nesta quarta-feira, durante uma reunião anual de ministros de Defesa na Coreia do Sul.

O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, falando dias antes de receber uma importante autoridade militar chinesa em Washington, disse que o governo americano faria "o possível para expandir o relacionamento de nossas Forças Armadas com as Forças Armadas da China".

"É de nosso interesse no longo prazo desenvolver um diálogo com os chineses no qual compartilhamos nossos pontos de vista sobre propósitos militares e fornecemos uma transparência maior", disse Gates a jornalistas durante viagem à Coreia do Sul. "É importante termos esse tipo de diálogo para evitar equívocos e erros de cálculo."

O novo chefe do Comando do Pacífico dos EUA disse que as relações militares entre os dois países começaram a descongelar após um ano de contato limitado, depois que foram suspensas pela China, em 2008, em protesto contra uma venda de armas no valor de US$ 6,5 bilhões a Taiwan. A China considera Taiwan uma Província rebelde.

O almirante Robert F. Willard disse que os EUA têm acompanhado atentamente o poderio militar da China depois de ter passado anos subestimando suas capacidades. Recentemente, líderes militares do país começaram a conversar, disse Willard, acrescentando que as autoridades americanas estão tentando reconfigurar as relações EUA-China, dos soldados até a cadeia de comando.

"Nós iniciamos o diálogo por onde nós pudemos", disse o almirante, em Seul. "Estamos à procura de um leque de oportunidades para nos engajarmos. Mas no fim das contas, a China tem de querer isso também."

Willard citou incerteza e preocupação entre os aliados asiáticos sobre o que ele chamou de um fortalecimento militar sem precedentes por parte da China ao longo do ano passado. Ele disse que as estimativas da inteligência americana subestimaram as capacidades da China anualmente na última década.

Willard, que assumiu o controle do Comando do Pacífico na segunda-feira (19), citou o progresso da China na chamada capacidade militar assimétrica, incluindo a de negar a estrangeiros o acesso a áreas marítimas.

Embarcações chinesas enfrentaram navios de vigilância americanos em águas asiáticas várias vezes neste ano, e Pequim pediu que os EUA diminuam até reduzirem à metade a sua vigilância militar por mar e ar nas proximidades da costa da China.

O almirante disse que os EUA mantêm a posição de que têm o direito de operar navios militares e comerciais nessas águas --uma questão de direito internacional que a China contesta.

"Nós não temos nenhuma intenção de agir de forma diferente", disse o almirante. No entanto, esse é um dos principais temas de qualquer discussão entre os EUA e a China, afirmou.

"É algo sobre o que eles estão se manifestando muito atualmente," disse Willard. "Estamos mais do que felizes em sentar e ter um debate adulto sobre nossas diferenças."

Na próxima semana, o segundo mais alto oficial militar chinês, general Xu Caihou, estará vai aos EUA, ode deve reunir-se com Willard e com o secretário de Defesa.

Fonte: Folha

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