A Colômbia oficializou na última sexta-feira (14) um dos maiores contratos militares de sua história ao assinar com a sueca Saab a aquisição de 17 aeronaves de combate Gripen E/F, consolidando-se como o mais novo operador do caça na América Latina. O acordo, avaliado em € 3,1 bilhões (aprox. US$ 4,25 bilhões), confirma a escolha estratégica do governo colombiano após anos de negociações e encerra definitivamente o ciclo operacional dos antigos IAI Kfir, que serviram como espinha dorsal da defesa aérea colombiana por mais de quatro décadas.
O contrato prevê a entrega de 15 aeronaves Gripen E monoposto e duas Gripen F biposto entre 2026 e 2032, incluindo armamentos, equipamentos, treinamento e serviços logísticos. A Saab também firmou dois amplos acordos de compensação industrial e social, que permitirão à Colômbia acessar tecnologias de ponta nas áreas de aeronáutica, cibersegurança, energia sustentável, saúde e purificação de água, um pacote raro em abrangência, que visa criar capacidades estruturantes e não apenas adquirir material bélico.
Segundo Micael Johansson, presidente e CEO da Saab, a decisão marca o início de uma “parceria de longo prazo que fortalecerá a defesa e a segurança da Colômbia, beneficiará seu povo e impulsionará o poder de inovação da nação”. O governo colombiano, por sua vez, destacou que o programa Gripen será um vetor de modernização nacional, combinando avanço tecnológico com desenvolvimento econômico e social.
O cronograma financeiro começa em 2026, quando está prevista a primeira parcela de aproximadamente US$ 26 milhões. O pacote total transforma a Colômbia no segundo país latino-americano a operar o Gripen E/F, após o Brasil, que já conduz sua integração, testes e formação doutrinária com o F-39E Gripen. Analistas apontam que essa convergência regional pode ampliar exercícios conjuntos, compartilhamento de experiência operacional e integração de cadeias industriais.
A escolha colombiana também encerra uma disputa longa, na qual foram avaliadas alternativas como o Lockheed Martin F-16V e o Dassault Rafale. Pesou a favor do Gripen sua elevada capacidade multimissão, o emprego de radar AESA, a integração com armamentos modernos de médio e longo alcance e, sobretudo, o generoso pacote de offsets, algo central para Bogotá, que busca modernizar suas capacidades sem comprometer a autonomia estratégica.
Além de reforçar a soberania aérea colombiana em um cenário regional marcado por tensões, pressões geopolíticas e crescente necessidade de modernização militar, o acordo projeta o Gripen como um dos principais vetores de defesa no continente. A entrada da Colômbia no ecossistema Gripen expande a presença da Saab na América Latina e abre novas portas para cooperação com o Brasil, que hoje é o polo central do programa no hemisfério sul.
Com essa assinatura, Bogotá dá um salto tecnológico, reposiciona suas Forças Armadas e inaugura uma nova fase para sua aviação de combate, uma decisão de longo alcance que terá impactos estratégicos bem além do campo militar.
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