quarta-feira, 12 de maio de 2010

Negociador dos EUA avalia retomada do diálogo nuclear com Coreia do Norte


O negociador dos Estados Unidos para o diálogo nuclear com a Coreia do Norte, Sung Kim, chegou nesta quarta-feira a Seul, na vizinha Coreia do Sul, para analisar a possibilidade de retomar as reuniões para a desnuclearização de Pyongyang. Sung deve avaliar ainda as últimas descobertas sobre o naufrágio de um navio de guerra sul-coreano, cuja principal suspeita é a Coreia do Norte.

Segundo a agência sul-coreana Yonhap, Sung viajou para Seul procedente de Pequim, na China. Ele se reunirá esta noite com o negociador sul-coreano, Wi Sung-lac, quando espera-se que explique o resultado de sua visita à China. Nesta quinta-feira, ele retorna aos EUA.

A Coreia do Norte abandonou em maio de 2009 as negociações de seis lados, que incluíam ainda Coreia do Sul, China, Estados Unidos, Rússia e Japão, e que visavam a persuadir o regime comunista a abandonar seu programa militar atômico.

A Coreia do Norte afirmava que não negociaria de novo até que fossem suspensas as sanções da ONU (Organização das Nações Unidas), e Washington aceitasse discutir bilateralmente uma proposta.

Pyongyang, que fez dois testes nucleares em 2006 e 2009, respectivamente, está submetido às sanções da ONU por negar-se a deter o programa atômico.

Naufrágio

Seul deve entregar ainda o relatório das investigações sobre o naufrágio do navio de guerra Cheonan, em 26 de março, perto da fronteira marítima norte-coreana, deixando ao menos 46 marinheiros mortos.

O naufrágio ocorreu após uma grande explosão e a suspeita é de que tenha sido causada por um torpedo das forças da Coreia do Norte. Ao todo, 58 tripulantes foram resgatados antes de o navio se partir ao meio. Outros 46 morreram.

O governo sul-coreano confirmou que foi detectada a presença de rastros de explosivos do tipo RDX, utilizado em torpedos.

Se confirmada a participação da Coreia do Norte, terá sido um dos incidentes mais graves entre os dois rivais desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), e colocará mais pressão política sobre o presidente sul- coreano, Lee Myung-bak -- embora analistas não antevejam um conflito armado.

Mas mesmo se a culpa for atribuída a Pyongyang, há pouco que Seul possa fazer, segundo analistas. Uma reação militar poderia prejudicar a rápida recuperação econômica sul-coreana, além de fortalecer internamente o regime comunista norte-coreano.

Sob o governo de Lee, a Coreia do Sul abandonou a ajuda incondicional ao Norte, de modo a pressionar o miserável vizinho a abrir mão de suas armas, especialmente as atômicas.

A reclusa Coreia do Norte negou envolvimento com o naufrágio na costa oeste da península, cenário de duas letais batalhas navais na última década. Pyongyang acusou Lee de usar o incidente para obter benefícios políticos antes das eleições locais sul-coreanas de junho.

Fonte: EFE

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