
Foi encerrada há pouco, na Bolívia, a VII Cúpula da Alba, com a criação de uma nova moeda, o Sucre; a aprovação de sanções econômicas e comerciais contra o regime de fato de Honduras e críticas ao uso de bases militares por parte dos EUA na Colômbia.
Na sexta-feira (16), os presidentes de Bolívia, Cuba, Equador, Venezuela, Dominica, Antigua e Barbuda, e São Vicente e Granadinas decidiram por unanimidade "aplicar sanções econômicas e comerciais contra o regime golpista" de Honduras, que derrubou em junho o presidente Manuel Zelaya.
A resolução também recomenda um pedido à ONU de envio de representantes a Honduras para exigir o "respeito à inviolabilidade da missão diplomática (do Brasil) e condições de segurança e humanitárias adequadas para a permanência do presidente Zelaya" na sede diplomática.
"A Alba tem que buscar medidas mais severas contra os golpistas que estão matando e atropelando os Direitos Humanos diante do mundo", disse Chávez durante a reunião.
A Alba também aprovou a assinatura do tratado constitutivo do Sucre, que visa substituir o dólar nas transações comerciais entre os países membros.
Este é um sistema virtual de pagamento para o intercâmbio inter-regional, embora seu regulamento ainda deva ser submetido a debates. Após a sua implementação, que será gradual, os países da Alba pretendem aplicar posteriormente, também sem data definida, uma moeda comum, assim como o euro na Europa.
Para que o Sucre entre em vigência, os países terão que fazer depósitos em suas respectivas moedas locais no Banco da Alba cuja sede fica localizada em Caracas.
O Sucre "é um passo para a nossa soberania monetária para nos libertarmos da ditadura do dólar, que o império ianque impôs ao mundo", ressaltou Chávez.
A Alba (Aliança Bolivariana para as Américas), criada em 2004 por Cuba e Venezuela, reúne países seguidores de uma ideologia de esquerda, que se opõem aos tratados de livre comércio com Estados Unidos e Europa.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu neste sábado a criação de um Conselho de Defesa das nove nações que integram a Alba, "rumo a uma aliança militar", durante a VII Cúpula desse bloco regional.
"Como é que não nos atrevemos a criar uma aliança militar? Por quê? Que medo há? O que dirão? (É preciso estabelecer) uma aliança defensiva", disse Chávez aos delegados da Alba, na sessão do último dia de deliberações.
"Creio que somos obrigados a fazê-lo (..), pelas ameaças do império infiltrando forças militares, utilizando velhos contatos, reavivando o medo do comunismo, do marxismo-leninismo, tentando levar-nos de volta aos anos 1960" da Guerra Fria, afirmou.
Chávez admitiu que adotou a ideia do líder líbio Muammar Kadhafi, que na recente cúpula África-América no balneário venezuelano de Margarita "chegou com a proposta de criar uma Organização do Tratado do Atlântico Sul, e a Venezuela está de acordo".
"Mas se existe a Otan, por que não podemos criar uma aliança de defesa?, creio que deve ser uma questão a ser debatida neste conselho que estamos criando", declarou.
Chávez discordou do anfitrião, Evo Morales, ao dizer que o mandatário boliviano "propõe (um conselho) de soberania, (que deve ser) de defesa, porque não se trata apenas de revisar a doutrina".
Morales considerou que um mecanismo com essas características "deve ser profundamente planejado para garantir uma proposta que dignifique e estabeleça uma nova doutrina para os povos", concluiu Evo.
Fonte: Folha
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