
O diretor da Dassault, Jean-Marc Merialdo, defendeu hoje os caças Rafale produzidos pela empresa. Merialdo participa de audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara sobre a transferência de tecnologia no processo de aquisição de caças para a FAB (Força Aérea Brasileira).
A licitação, estimada em R$ 7 bilhões, tem o objetivo de comprar 35 caças para a FAB. Além da francesa Dassault, participam da licitação a sueca Saab --com o Gripen-- e a americana Boeing --com o F-18.
O empresário francês disse aos parlamentares que a França domina toda a tecnologia para criação e evolução de aviões de combate de alta performance e ressaltou que todos os sistemas do Rafale são franceses, por isso, não será necessária a autorização de nenhum outro país para comercialização dos caças com o Brasil.
Merialdo disse ainda que o governo francês autorizou a Dassault a vender o Rafale e os sistemas de manutenção do avião com transferência de 100% da tecnologia.
A transferência de tecnologia é um dos requisitos do Brasil para escolher a empresa vencedora da licitação. No último dia 8, o ministro Nelson Jobim (Defesa) questionou a promessa feita pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, de que a Dassault iria transferir 100% de tecnologia se vencer a licitação para fornecer caças para a FAB. Ele lembrou que a Dassault é uma empresa privada e o governo francês tem ações preferenciais, sem direito a voto.
"Temos a afirmação do presidente Sarkozy de transferência irrestrita de tecnologia. Quero ver o que significa irrestrita na proposta que a Dassault faz, porque, observem bem, a empresa é privada, não é estatal. As ações que o governo francês tem são preferenciais, sem direito a voto", afirmou ele na ocasião.
O prazo para entrega das propostas para participar da licitação acabou no dia 2 deste mês. A FAB deve concluir até o final deste mês o relatório com a análise técnica da melhor proposta. Concluído, o texto será submetido à análise do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, provavelmente, do Conselho de Defesa Nacional.
"Pretendemos [concluir o relatório] no final de outubro, se Deus quiser", disse o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito no começo deste mês.
Saito confirmou a disposição do presidente em convocar o conselho para decidir sobre a melhor proposta de compra dos aviões, depois que a proposta passar pelo Planalto e Ministério da Defesa.
Fonte: Folha
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