A Força Aérea Argentina deu um passo histórico em seu processo de reaparelhamento ao receber, em 5 de dezembro, os primeiros caças multifuncionais Lockheed Martin F-16AM/BM Fighting Falcon adquiridos a partir do estoque excedente da Dinamarca. As seis aeronaves iniciais realizaram o translado por seus próprios meios, partindo de território europeu e cumprindo diversas escalas técnicas ao longo da rota transatlântica, com apoio direto de três aeronaves de reabastecimento em voo Boeing KC-135 Stratotanker da Força Aérea dos Estados Unidos.
A entrega marca um ponto de inflexão para a capacidade de defesa aérea da Argentina, que há anos enfrentava limitações significativas em sua aviação de caça. Ao todo, o acordo com o governo dinamarquês envolve a aquisição de 25 caças F-16AM/BM, incluindo uma célula não operacional destinada a fins de treinamento, apoio técnico e obtenção de peças, entregue separadamente em dezembro de 2024.
Inicialmente, previa-se que as aeronaves restantes seriam transportadas por via marítima, dadas as complexidades logísticas envolvidas. Entretanto, a decisão de realizar o traslado por meio de voo operacional demonstra um esforço coordenado para acelerar a incorporação dos vetores à linha de defesa aérea argentina e, ao mesmo tempo, validar a interoperabilidade com forças aliadas, especialmente no que diz respeito ao apoio logístico e ao reabastecimento em voo.
O acordo firmado em abril de 2024 entre Argentina e Dinamarca foi complementado, em dezembro do mesmo ano, por um entendimento direto com os Estados Unidos, que abrange o fornecimento de treinamento para pilotos e equipes de manutenção, suporte logístico continuado e a disponibilização de armamentos compatíveis com a plataforma. O pacote total está avaliado em até 941 milhões de dólares.
Entre os armamentos incluídos no acordo estão mísseis ar-ar AIM-120C-8 AMRAAM, capazes de engajamento além do alcance visual, além de bombas guiadas a laser GBU-12 Paveway II, o que amplia significativamente a capacidade de ataque de precisão da Força Aérea Argentina.
Com essa incorporação, a Argentina passa a integrar o seleto grupo de países sul-americanos que operam o F-16, juntando-se a Venezuela e Chile, reforçando a relevância estratégica do vetor no cenário regional. A entrada em operação dos F-16 representa não apenas um salto tecnológico, mas também uma mudança de patamar em termos de dissuasão, vigilância do espaço aéreo e capacidade de resposta rápida.
Autoridades ligadas ao setor de defesa não descartam que a aquisição das aeronaves usadas possa funcionar como uma etapa de transição para uma futura compra de caças novos F-16C/D Fighting Falcon Block 70/72, versão de última geração do modelo. Essa possibilidade, ainda em estágio inicial, aponta para uma estratégia de longo prazo voltada à consolidação de uma frota moderna, interoperável e alinhada aos padrões ocidentais.
A chegada dos seis primeiros F-16 em dezembro é, portanto, mais do que uma simples entrega logística. Trata-se de um sinal claro do ritmo com que Buenos Aires pretende reconstruir sua capacidade aérea de combate e retomar um protagonismo regional que esteve adormecido por décadas.
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