O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído para reconhecer a contribuição afro-brasileira, promover o combate ao racismo e estimular reflexões sobre desigualdades históricas. No entanto, a data volta a gerar debate, especialmente entre setores que defendem uma abordagem mais ampla sobre identidade nacional e convivência social.
Críticos argumentam que “consciência” não deveria ter cor nem estar vinculada a um recorte racial específico. Para eles, consciência é um valor universal, um princípio humano que não se fragmenta entre grupos, raízes ou tonalidades de pele. Ao transformar um conceito universal em um tema racializado, há o risco de reforçar divisões em vez de superá-las.
Esse ponto é reforçado por uma comparação direta: qualquer tentativa de criar um hipotético “Dia da Consciência Branca” seria imediatamente e corretamente criticada, vista como segregadora, ofensiva e contraproducente. A reação negativa a tal ideia evidencia que a consciência não deve ser racializada. Se não faria sentido criar um dia baseado na consciência de um grupo específico, seja ele qual for, também se questiona o sentido de manter um modelo que, ao invés de integrar, pode acentuar fronteiras sociais.
No Brasil, país marcado pela miscigenação profunda de povos indígenas, africanos, europeus e imigrantes de diversas origens, alimentar divisões identitárias rígidas não reflete a realidade da própria sociedade. Para especialistas que defendem essa visão, o foco deveria estar na unidade nacional, e não na ampliação de categorias raciais que reforcem separações.
Não se trata de ignorar a história nem de minimizar injustiças, ao contrário. Os críticos reconhecem a importância de valorizar a herança afro-brasileira e de combater firmemente todas as formas de racismo. Mas defendem que a igualdade real se constrói com educação, oportunidades, cidadania e respeito todos os dias, para todos, e não por meio de datas que segmentam a consciência coletiva.
A reflexão proposta aponta para um caminho de integração: em vez de multiplicar rótulos raciais, o Brasil deveria fortalecer o que tem de mais singular, sua identidade plural, miscigenada e única. Para esses setores, avançar significa consolidar uma consciência comum, verdadeiramente humana, que não dependa de cor, origem ou divisão.
Ao tratar do tema, é importante reconhecer que o Brasil não precisa importar conflitos raciais que têm forte presença histórica e social em outros países, especialmente os que passaram por segregação institucionalizada. A realidade brasileira é distinta: somos um povo miscigenado, resultado de séculos de encontro entre diferentes culturas, povos e etnias. Existe racismo no Brasil? Sim, e deve ser combatido com rigor, mas de forma que fortaleça a união, não que alimente novos antagonismos.
Nesse contexto, políticas que incentivam divisões raciais ou que propõem modelos de “reparações” baseadas em culpas herdadas do passado não contribuem para a coesão nacional. Reconhecer os erros históricos, condená-los e impedir que se repitam é essencial. No entanto, criar benefícios, privilégios ou cotas baseados em um passado sofrido por pessoas que já não estão entre nós é um caminho que aprofunda separações em vez de superá-las. O foco deve estar na igualdade de oportunidades para todos os brasileiros, sem distinções forçadas que acabem por ressuscitar barreiras que a própria sociedade já caminhava para superar.
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