
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou nesta quinta-feira (7) que é preciso tomar uma decisão sobre a reforma do Conselho de Segurança (CS) da ONU ainda em 2010.
Segundo o líder francês, o CS não pode continuar sem representação de algum país da América Latina e da África, ou mesmo da Índia:
- Quem pode pensar que é possível resolver os problemas do mundo sem Brasil, Índia ou África?
O Brasil ocupa atualmente um dos assentos rotativos no CS, com mandato até o final de 2011.
Discursando durante uma conferência em Paris, capital da França, o Nicolas Sarkozy insistiu em que “é preciso uma reforma provisória” do Conselho de Segurança, que atualmente tem cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido) e que isso prevê “ampliar os membros”:
- A França quer que os grandes países emergentes se associem à gestão mundial.
Sarkozy lembrou que nenhum país africano ou latino-americano está representado de forma permanente no Conselho de Segurança.
Para resolver isso, o presidente da França defendeu que cada um desses blocos escolha o Estado que os representaria, algo que poderia ser feito por diferentes mecanismos, de forma rotativa, por exemplo.
Sarkozy disse que “o mundo não pode ser governado apenas com as leis comerciais”, em quase velada referência à primazia das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Sobre isso, o líder francês disse que, enquanto a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) “diz que é preciso defender a agricultura, a OMC diz que é preciso destruir uma parte da agricultura”.
Nicolas Sarkozy defendeu que os direitos sanitário, trabalhista e social estejam “no mesmo nível que o direito comercial” em escala internacional.
Precisamente, propôs, como já havia feito meses atrás, que o cumprimento das grandes normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), como a proibição do trabalho infantil, sejam uma condição para que um país possa ter acesso ao financiamento do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Sarkozy antecipou que lutará “para que sejam cumpridos os compromissos” contraídos nos organismos internacionais e também enfatizou o papel precursor de seu país, que “marca a ação e não se limita a seguir o movimento”.
Por fim, o presidente francês confrontou esse suposto ativismo da França com o comportamento dentro da União Europeia (UE) e criticou parte dos países da entidade, sem citar nomes:
- O problema da Europa é que alguns esperam que os outros atuem para só então atuar.
Fonte:R7
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