segunda-feira, 2 de novembro de 2009

"Zonas de Guerra" grava em São Paulo


Não é estranho que um programa com nome de "Zonas de Guerra", que já gravou em locais "tranquilos" como Irã, Iraque, Paquistão e Coreia do Norte, grave episódios na cidade de São Paulo?

"Mudamos a proposta. Acho que já esgotamos os lugares mais perigosos do mundo. Então, para a terceira temporada, estamos mostrando dez grandes cidades de países em desenvolvimento", conta Diego Buñuel, jornalista que apresenta o programa, cujas duas primeiras temporadas serão reapresentadas a partir de hoje pelo canal pago National Geographic.

"Não gosto do rótulo "apresentador de TV". Soa como algo muito falso para mim, que sempre fui jornalista", diz Buñuel, neto do famoso cineasta Luis Buñuel. Por oito anos, ele foi correspondente de guerra para uma TV francesa, mas cansou do trabalho: "Basicamente, contava histórias da violência.

Acho que, além de excluir a graça que há nas vidas locais, isso reduz o mundo a estereótipos". Outro problema que aponta é a banalização da violência: "Para quem está no primeiro mundo, confortável em sua casa, é excitante assistir a cenas de morte e destruição, mas acabamos igualando uma morte no Iraque à metereologia".

Em São Paulo, Buñuel e seu câmera procuram histórias sobre pichadores, venda de carros blindados, tráfego aéreo e igrejas evangélicas.

Ele diz que está fugindo dos clichês: "Quando pensamos em Brasil na Europa, logo vêm à cabeça três estereótipos: música, mulheres gostosas e o Rio de Janeiro. Quero evitar esse caminho", conta.

E a vida de viajante internacional? "No começo, era muito difícil voltar para casa [em Paris], porque a conversa de meus amigos parecia tão entediante, superficial... mas depois entendi que a minha vida é que não é de verdade", resume.

ZONAS DE GUERRA
Quando: segundas, às 20h, no National Geographic
Classificação indicativa: livre


Nota do Blog: Porque gravar em São Paulo? tem tanta cidade mais perigosa no mundo.

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