O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reafirmou neste sábado o compromisso do país com a Ásia e disse que os EUA não buscam "conter a China".
Em um discurso em Tóquio, no Japão, no início de sua visita pelo continente asiático, Obama disse que os EUA têm um interesse direto no futuro da região por causa de sua importância para a economia americana.
"Quero que todos os americanos saibam que nós temos um interesse direto no futuro dessa região, porque o que acontece aqui tem um efeito direto nas nossas vidas. Os sucessos da América e da Ásia do Pacífico nunca estiveram tão relacionados", disse Obama.
Ainda sobre a cooperação econômica, o presidente desafiou os países asiáticos a quebrarem sua dependência das exportações para os EUA e buscarem um crescimento econômico "equilibrado e sustentável".
"Nós precisamos fortalecer nossa recuperação econômica e buscar crescimento que é tanto equilibrado como sustentável", disse. "Não podemos simplesmente retornar aos mesmos ciclos de boom e queda que nos levaram à recessão global".
China e Coreias
Durante o discurso, Obama afirmou ainda que os Estados Unidos não buscam "conter" a China e sugeriu que não é preciso temer o rápido crescimento de Pequim.
"Pelo contrário, a ascensão de uma China forte e próspera pode ser uma fonte de força para a comunidade das nações", afirmou.
Mas o líder americano alertou que não hesitará em levantar suas preocupações sobre as questões de direitos humanos com o governo chinês.
Obama se classificou como o "primeiro presidente pacifista" dos Estados Unidos e disse que o compromisso com a segurança da região permanecia "inabalado" apesar das guerras no Iraque e no Afeganistão.
Segundo ele, os EUA continuarão a proteger seus aliados, como a Coreia do Sul e o Japão e advertiu que o país "não será intimidado pelas ameaças nucleares da Coreia do Norte".
Obama alertou Pyongyang afirmando que haverá uma ação firme e unificada dos Estados Unidos e seus parceiros se os norte-coreanos não abandonarem o programa nuclear e voltou a pedir que o governo retome a negociação internacional sobre o assunto.
Barack Obama chegou ao Japão na sexta-feira e se reuniu com o primeiro-ministro japonês, Yujio Hatoyama.
Do Japão, o presidente segue para Cingapura, China e Coreia do Sul.
Mianmar
Outra ditadura asiática, Mianmar, foi citada no discurso do presidente americano.
Obama, que participará neste domingo de uma reunião em Cingapura com os dez países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), incluindo Mianmar, lembrou que os EUA iniciaram uma nova estratégia em relação a Yangun, que agora combinará sanções com o desenvolvimento de um diálogo.
"Estamos nos comunicando diretamente com os líderes de Mianmar, para deixar claro que as sanções continuarão até que haja passos concretos em direção à reforma democrática", como a libertação da líder da oposição, Aung San Suu Kyi.
Obama falou também a respeito de alguns dos principais desafios que a região enfrenta, como a mudança climática, e defendeu que "cabe a todos os países" tomar medidas para combatê-lo e "garantir o êxito da cúpula de Copenhague" no próximo mês.
Fonte: BBC Brasil/France Presse
Nenhum comentário:
Postar um comentário