
O presidente Fernando Lugo destituiu o máximo chefe do Exército no Paraguai, o contra-almirante Cíbar Benítez, informou uma fonte do governo nesta sexta-feira, em Assunção.
Um comunicado oficial diz que Benítez será substituído pelo ex-comandante do Exército, general Juan Oscar Velázquez, considerado um homem de plena confiança do chefe de Estado.
Na quarta-feira passada, Lugo já havia destituído comandantes do Exército, Marinha e Força Aérea do Paraguai, em uma inesperada decisão divulgada em nota oficial.
Lugo substituiu o então chefe do Exército, general Velázquez, pelo general Bartolomé Pineda, o contra-almirante Claudelino Recalde pelo contra-almirante Egberto Orué, na Marinha, e nomeou para liderar a Força Aérea o general Hugo Aranda, no lugar do general Darío Dávalos.
Bénitez havia sido mantido no cargo na ocasião.
Lugo havia advertido, antes, sobre a presença de "bolsões golpistas" nas Forças Armadas, que mantêm reuniões com políticos da oposição, mas descartou "qualquer risco de golpe de Estado, ao menos promovido pelos militares".
"Institucionalmente as forças armadas não se prestarão a nenhum tipo de intentona golpista", disse em entrevista à imprensa.
Mas, menos de 24 horas depois anunciou num surpreendente comunicado a destituição de seus três comandantes de armas.
A inesperada exoneração da cúpula militar do Paraguai por parte do presidente foi uma resposta a seus opositores, que ameaçavam derrubá-lo, como aconteceu com Manuel Zelaya em Honduras, segundo analistas consultados pela AFP.
"Foi levantada a questão da conspiração e a resposta aos que querem levar o presidente a um beco sem saída foi esta. Definitivamente, Lugo não quer seguir os passos do presidente Zelaya", afirmou à AFP o observador militar Horacio Galeano, que foi ministro da Educação há até quatro meses.
A Constituição paraguaia estabelece que el presidente pode ser afastado por dois terços dos votos.
A popularidade de Lugo - um ex-bispo que deixou a batina para ser presidente - vem caindo desde o escândalo da paternidade, denunciada por três mulheres que tiveram filhos com ele.
Na quinta-feira, a juíza da Infância e da Adolescência paraguaia, Sonia Sánchez Laspina, aceitou a demanda de Hortensia Damiana Morán contra o presidente Fernando Lugo, de reconhecimento judicial de seu filho de 2 anos.
Agora Lugo "terá nove dias para responder", explicou a oficial de justiça Barbara Leiva à imprensa.
"A única diferença de um processo normal é a de que se trata do presidente da República", explicou.
Em maio passado, depois de um escândalo na imprensa, o governante admitiu e reconheceu um filho de 2 anos, Guillermo Armindo, fruto de sua união com Viviana Carrillo, de 25 anos.
Uma segunda queixa foi apresentada por Benigna Leguizamón, de 27 anos, por um filho de 6 anos.
Os trâmites deste último processo estão em fase de conclusão; a justiça deve decidir se Lugo terá que fazer teste de DNA, como pede a defesa.
Fonte: AFP
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