sábado, 7 de novembro de 2009

Jobim duvida que EUA transfiram tecnologia


O ministro Nelson Jobim (Defesa) disse ontem abertamente que tem dúvidas de que os EUA vão cumprir a promessa de transferir tecnologia caso o Brasil opte pela compra dos caças americanos da Boeing. "O problema com os Estados Unidos é o passado. O passado é o grande exemplo de embargo em transferência de tecnologia. Agora hoje assistimos a isso aqui: as informações que tivemos no CTEX em relação a alguns produtos" [que os EUA venderam, mas não transferiram a tecnologia], disse Jobim no Centro Tecnológico do Exército, no Rio de Janeiro.

Um caso simbólico foi o veto dos EUA à venda de aviões Super Tucanos, que tinham componentes americanos, à Venezuela. Jobim disse que ainda não recebeu da aeronáutica os relatórios técnicos com a avaliação dos três caças -o francês Rafale, da Dassault, o Super Hornet, da Boeing, e o sueco Gripen NP, da Saab. De acordo com ele, esse material deve ser entregue a ele no fim do mês. Segundo Jobim, "se não houver nenhuma objeção técnica, a decisão [da licitação] é política". Ao conversar com os oficiais do CTEX, Jobim fez questão de perguntar se tinham componentes estrangeiros e como era a transferência de tecnologia.

Em vários casos, disse, "tivemos informações de que uma empresa americana só poderia fornecer daqui a dez anos, pelo preço altíssimo, o que mostra que são mecanismos de embargo. Isso faz parte do jogo. Todos os países do mundo não querem que os outros se desenvolvam, mas o Brasil vai se desenvolver tecnicamente", afirmou.

A Folha ouviu um alto oficial das Forças Armadas que relatou diversos problemas com os EUA neste assunto -e citou o caso da compra de quatro helicópteros Blackhawk adquiridos pelo Exército em um pacote que previa outras seis aeronaves. O contingenciamento de recursos impediu o restante do negócio: segundo esse militar, os norte-americanos se recusaram a trocar o motor e a atualizar os helicópteros. Outros episódios em que fabricantes norte-americanos dificultariam as vendas e o acesso a novas tecnologias são frequentes, disse.

Ontem, o jornal francês "Libération" publicou que a Dassault reduziu em 40% o valor do avião, de 90 milhões para 50 milhões. A Dassault nega.

Fonte: Folha de São Paulo

3 comentários:

  1. Os jornais e blogs de defesa constumam dizer que a preferência da FAB é pelo SH (a FAB nunca se manifestou sobe isso, mas os jornais e blogs invetaram esta história).

    Pelo o que está na matéria acima, essa "preferência" precisa ser revista, pois os próprios militares desconfiam e reclamam muito da TT dos EUA.

    A não ser que a FAB seja masoquista...hehe


    abraços a todos

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  2. Hornet.è verdade,a FAB prefere o SH,não pela TT,mas pelo vetor!é o que ouço.

    As empresas da area,no geral,preferem o gripen NG por motivos obvios,e a EMBRAER tbm tem um afair com o SH,mas é pelos negocios que poderão vir,super-tucano/KC-390.

    abração.

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  3. Luan,

    essa história é muito mal contada. Quando se fala a FAB, estamos falando de quem? Pilotos? Quais?

    Já conversei com pilotos da FAB que preferiam o Rafale. Outros o Gripen. E outros, o SH. E outros oficiais preferiam os caças que foram eliminados, como o Typhoon e o SU-35. Não existe consenso.

    E falei com eles na AFA.

    A Embraer declarou que prefere o Gripen, isso é verdade.

    Mas a FAB, como instituição, nunca declarou preferência por nenhum deles.

    O que existe é só este diz-que-disse...e é como falei, cada piloto terá uma preferência.

    abração

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