Brasil "cansou de ser pequeno"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, em Londres, que o Brasil "cansou de ser pequeno", ao convocar as empresas estrangeiras para investir no país, durante a inauguração do primeiro escritório europeu do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

"Nosso país se cansou de ser pequeno, se cansou de pensar pequeno, e se o Brasil quer se tornar, nos próximos anos, uma das economias mais importantes do mundo, não podemos continuar nos comportando como um país pequeno", declarou Lula no primeiro dia de sua visita a Londres.

BB empresta R$ 720 mi em operações garantidas por fundo
Real está 20% acima de seu "nível de neutralidade", diz secretário
Bancos revisam estimativa e preveem aumento da Selic para 10,5% em 2010

Segundo Lula, a instalação do BNDES no coração da "City" londrina --como é chamado o distrito financeiro da capital britânica-- "é a primeira demonstração" desta decisão.

"Não queremos apenas cuidar de nossas empresas no exterior, mas também convencer as empresas estrangeiras a investir no Brasil e ajudar a captar os recursos necessários para que os projetos possam ser implementados", disse Lula para um grupo de políticos e empresários, entre os quais o secretário britânico do Comércio, Peter Mandelson.

Lula destacou as vantagens que o Brasil tem a oferecer em um mundo globalizado, de alimentos a biocombustíveis, passando agora por petróleo, graças às recentes descobertas de enormes reservas no pré-sal.

"No dia em que o Brasil acreditar em si mesmo, nos daremos conta de que não devemos tanto ao mundo desenvolvido", disse Lula, precisando que numerosas empresas, entre elas Petrobras e Embraer, podem competir em igualdade de condições com suas concorrentes dos países ricos.

Lula aproveitou ainda para destacar o sucesso do Brasil na luta contra o aquecimento global --um mal que poderia ter sido evitado se todos tivessem feito seu dever-- e mostrou sua disposição em assumir compromissos na próxima Cúpula da ONU sobre o clima.

"O Brasil não vai a Copenhague para impor sua posição. Vai para apresentar suas metas, mas com a disposição de construir com outros países o que é possível construir para que nosso planeta sobreviva outros milhões de anos", disse.

Fonte: France Presse