A Marinha do Brasil e o Naval Group realizaram nesta quarta-feira (26), uma cerimônia histórica no Complexo Naval de Itaguaí para realizar dois marcos decisivos do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB). O submarino Tonelero (S42), terceiro submarino da classe Riachuelo (SBR), construído baseado no projeto Scorpène francês, foi oficialmente entregue à Marinha do Brasil, enquanto o quarto navio da classe, o Almirante Karam (S43), foi lançado ao mar, avançando para sua próxima etapa de integração e testes.
Os dois eventos, realizados no mesmo dia, confirmam o ritmo consistente do PROSUB e reforçam a capacidade industrial e tecnológica do Brasil na construção de submarinos convencionais avançados. O programa já havia incorporado o Riachuelo (S40) em 2022, e o Humaitá (S41) em 2024, consolidando a transição da Marinha do Brasil para um novo patamar, com uma força dotada com meios modernos e de alta complexidade.
Durante a cerimônia, autoridades civis e militares acompanharam apresentações sobre o andamento do projeto, destacando o papel da parceria estratégica entre a Marinha do Brasil e o Naval Group. Construídos no estaleiro e base naval da Itaguaí Construções Navais (ICN), os submarinos resultam de um amplo acordo de transferência de tecnologia firmado entre o Brasil e a França.
Para Pierre Éric Pommellet, Chairman e CEO do Naval Group, a entrega do Tonelero e o lançamento do Almirante Karam representam mais que conquistas industriais. “É uma honra contribuir para o fortalecimento da soberania marítima do Brasil. Mais do que entregar submarinos, nossa missão é construir, junto com o Brasil, um legado tecnológico e industrial de longo prazo. Nossa parceria com a Marinha do Brasil é um exemplo de cooperação estratégica entre nações que compartilham valores e objetivos comuns no cenário global”, afirmou.
O Naval Group desempenha um papel central no PROSUB, fornecendo equipamentos essenciais, assistência técnica e capacitação para as equipes brasileiras. Técnicos da ICN receberam treinamento especializado na França, incluindo soldagem, caldeiraria, encanamento naval e eletricidade, permitindo que a indústria brasileira dominasse integralmente o processo de construção de submarinos. Paralelamente, fornecedores nacionais foram qualificados e integrados à cadeia de suprimentos global do grupo, ampliando o alcance comercial da indústria de defesa brasileira.
A classe Scorpène, referência mundial em submarinos convencionais, foi adaptada para os requisitos operacionais da Marinha do Brasil. Projetados para operar em águas profundas ou rasas, os submarinos são capazes de realizar guerra antissubmarino, ações contra alvos de superfície e operações especiais, mantendo elevada discrição acústica e autonomia prolongada. Esses atributos reforçam a capacidade do Brasil de proteger interesses estratégicos na "Amazônia Azul", especialmente em áreas de grande relevância econômica e energética.





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