O Brasil possui 98% das reservas conhecidas de nióbio (Nb), consolidando-se como líder global na produção deste mineral estratégico. Este metal, amplamente utilizado em tecnologias avançadas e na indústria de defesa, é extraído quase exclusivamente por duas empresas no país: a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), localizada em Araxá (MG), e a CMOC, subsidiária da China Molybdenum Company Ltda, que opera em Catalão e Ouvidor (GO).
O nióbio é um elemento crucial na fabricação de ligas metálicas de alto desempenho, graças às suas propriedades de resistência e supercondutividade. No Brasil, o nióbio é explorado principalmente pela Mineração Taboca, situada em Presidente Figueiredo e São Gabriel da Cachoeira, AM. A Taboca processa os minérios columbita e pirocloro para produzir Ferro-Nióbio (FeNb) e Ferro-Nióbio-Tântalo (FeNbTa), que são utilizados em setores como siderurgia, indústria química e equipamentos médicos.
Apesar da abundância do nióbio no solo brasileiro, sua exploração comercial é relativamente limitada globalmente devido ao domínio tecnológico das empresas brasileiras. O interesse internacional pelo nióbio começou quando os EUA classificaram o mineral como um recurso estratégico, dado seu valor para as indústrias de defesa e outros setores tecnológicos.
A Amazônia Ocidental é uma das regiões com maiores reservas de nióbio do mundo. No entanto, a exploração dessas reservas enfrenta desafios significativos. A Reserva Biológica Morro dos Seis Lagos, localizada em São Gabriel da Cachoeira, AM, possui cerca de 2,9 bilhões de toneladas de nióbio, mas a exploração é restringida devido à presença de terras indígenas e áreas de proteção ambiental, como o Parque Nacional do Pico da Neblina.
O nióbio tem aplicações em diversos campos. Na siderurgia, o Ferro-Nióbio é utilizado para produzir aços especiais e inoxidáveis com alta resistência à corrosão e temperaturas extremas. Além disso, a tecnologia recente está explorando o uso do Óxido de Nióbio (Nb2O5) em baterias de íons de lítio, que prometem carregamento ultrarrápido e maior segurança.
Na área da saúde, ligas de nióbio são usadas em dispositivos médicos, como marcapassos e próteses, devido à sua biocompatibilidade. O nióbio também é aplicado em tecnologias de ponta, como o telescópio espacial Hubble e o Grande Colisor de Hádrons, além de ser um componente crucial em reatores nucleares e plataformas de petróleo.
O Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira (FAB) estão investindo em tecnologias baseadas em nióbio. A Taurus, uma empresa de defesa, utiliza nióbio em armamentos para melhorar a resistência e a durabilidade. A FAB, através do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), está desenvolvendo baterias e supercapacitores com nióbio para aplicações aeroespaciais e de defesa.
O nióbio representa uma oportunidade significativa para o Brasil em termos de inovação e desenvolvimento econômico. A exploração responsável e sustentável das reservas pode fortalecer a base industrial de defesa do país, promover avanços tecnológicos e impulsionar a economia regional. A presença do nióbio no Morro dos Seis Lagos, embora restrita, destaca o potencial do Brasil para liderar em tecnologias avançadas e contribuir para o mercado global de defesa e inovação tecnológica.
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