terça-feira, 18 de maio de 2010

Proposta de resolução da ONU contra Irã inclui bancos e armas


A proposta de resolução do Conselho de Segurança da ONU com sanções contra o Irã, elaborada pelos EUA, Rússia e China prevê punições a bancos e outras empresas do país, além da criação de um regime internacional de inspeções em navios suspeitos de transportar cargas relacionadas aos programas nuclear e de mísseis.

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O documento de dez páginas, ao qual a Reuters teve acesso, "pede aos Estados que adotem medidas adequadas para proibir (...) a abertura de novas agências, subsidiárias ou escritórios de representação de bancos iranianos" caso haja razões para supor que tais bancos estejam vinculados a atividades de proliferação nuclear.

O esboço também aponta "a necessidade de exercer vigilância sobre transações que envolvam bancos, inclusive o Banco Central do Irã, de modo a evitar que tais transações contribuam para a proliferação de atividades nucleares sensíveis" ou para o desenvolvimento de sistemas para o lançamento de armas atômicas.

A quarta rodada de sanções ao Irã ampliaria o embargo armamentista já em vigor contra o país, incluindo novas categorias de armamentos pesados.

Vários diplomatas ocidentais do Conselho de Segurança disseram que o órgão da ONU, com 15 países, deve votar a resolução no começo de junho.

Os dez membros não permanentes do Conselho --inclusive Brasil e Turquia, que acabam de mediar um acordo nuclear com o Irã-- deveriam receber o texto durante uma reunião que estava em andamento nesta terça-feira na sede da ONU, segundo os diplomatas.

O Ocidente suspeita que o programa nuclear iraniano inclua o desenvolvimento de armas, algo que Teerã nega.

Hillary

O anúncio de que as potências negociadoras com o Irã haviam chegado ao acordo de uma resolução com novas sanções ao regime de Mahmoud Ahmadinejad foi feita pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton, nesta terça-feira em Washington.

O anúncio de Hillary pode ser considerado como uma rejeição ao acordo fechado pelo Irã com mediação do Brasil e da Turquia, apesar de a China -- a principal potência relutante em aplicar sanções ao Irã -- ter saudado o acordo e solicitado mais negociações com Teerã.

O acordo assinado ontem determina que o Irã envie 1.200 quilos de seu urânio enriquecido a 3,5%, em troca de 120 quilos de urânio enriquecido a 20% na Rússia ou França --suficiente para a produção de isótopos médicos em seus reatores e muito abaixo dos 90% necessários para uma bomba. O urânio enriquecido seria devolvido ao Irã no prazo de um ano.

A troca acontecerá na Turquia, país com proximidades com Ocidente e Irã, e sob supervisão da AIEA e vigilância iraniana e turca.

A troca de urânio iraniano em solo exterior era tema da proposta feita pelo grupo dos 5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha) em outubro passado, sob mediação da AIEA. Na época, o Irã rejeitou a proposta por falta de garantias da entrega do urânio enriquecido e, em fevereiro passado, iniciou o enriquecimento de urânio a 20% em seu próprio território.

Fonte: Reuters

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