
O lançamento ao mar, dia 7, do primeiro petroleiro construído nos últimos 13 anos no país, para o Programa de Modernização e Expansão da Transpetro (Promef) um dos mais importantes projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) , pode ser considerado o marco fundamental do nosso processo de desenvolvimento econômico soberano, voltado para os interesses do país, simbolizando a maturidade da nova indústria naval brasileira, que renasce modernizada e em condições tecnológicas para utilizar processos construtivos de última geração, e apta, portanto, a competir com os gigantes mundiais do setor. Os estaleiros brasileiros estão com suas carteiras cheias de encomendas de armadores nacionais e estrangeiros o Brasil já é o quarto fabricante de petroleiros do mundo.
Não faz muito tempo, a indústria naval brasileira vivia uma longa crise. Tudo indicava que estava aniquilada e enterrada não abrigava 2 mil empregados. Até mesmo os mais otimistas desaconselhavam sua revitalização, recomendando a compra de navios no exterior. Mas o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu mudar o cenário negativo de então e dar todo o incentivo à indústria naval nacional. Afinal, um país com 8 mil quilômetros de litoral e 42 mil quilômetros de rios navegáveis não poderia continuar à mercê de armadores estrangeiros para fazer o seu comércio internacional, 95% dele feito por navio, a um custo anual de US$ 16 bilhões, dos quais apenas 4% ficam com empresas brasileiras. Recuperar a indústria naval brasileira e reaparelhar a Marinha Mercante era, portanto, uma questão de soberania, que demandava ação estratégica, para retomar empregos e divisas.
Nesta primeira etapa do Promef, o país vai construir 49 navios e gerar 40 mil empregos diretos, mesmo assim ainda abaixo dos 50 mil que o Brasil detinha na década de 1970 em seus inúmeros estaleiros, todos sucateados por políticas de governo equivocadas quanto ao setor de infraestrutura, agora posto na crista das prioridades, em decorrência das perspectivas da exploração do pré-sal. Os estados do Nordeste ganharão oportunidades de desenvolvimento e de reter na região, com capacitação adequada e empregos dignos, a mão de obra antes atraída para o Sudeste e Sul, começando por Recife, com o enorme Estaleiro Atlântico Sul, viabilizado por meio das encomendas da Petrobras Transporte S.A. (Transpetro), símbolo do renascimento da indústria naval brasileira e do nascimento da indústria naval em Pernambuco, gerando emprego e renda e mudando a vida das pessoas. Este novo momento da indústria naval brasileira é símbolo de um modelo que alia o desenvolvimento econômico ao desenvolvimento social. O desmonte pelo qual passou nas décadas de 1980 e 1990 deve ser definitivamente esquecido. Que os futuros governantes continuem dando seu apoio a este setor capital para a soberania nacional, que tem potencial para gerar 100 mil empregos a médio prazo.
Fonte: Estado de Minas
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