
Após nove meses de negociações, os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Dmitri Medvedev, assinaram nesta quinta-feira, em Praga, na República Tcheca, o novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start, na sigla em inglês).
O documento obriga os dois países a reduzirem em cerca de um terço seus arsenais nucleares remanescentes da Guerra Fria e, no âmbito diplomático, marca a retomada das relações bilaterais após o esfriamento durante o governo de George W. Bush.
O acordo, cortando os arsenais de ambos os lados de 2.200 ogivas para 1.550, deve ser agora ratificado pelos legislativos de ambos os países.
O novo texto substitui o Start 1, assinado em 1991 como o acordo de desarmamento mais ambicioso desde a Segunda Guerra (1939-1945) entre Estados Unidos e a então União Soviética. O documento expirou em 5 de dezembro passado, mas se extingue na prática com o surgimento do novo acordo de desarmamento.
Obama afirmou que a assinatura do documento marca a estratégia americana para um mundo "mais seguro" e sem armas nucleares. "Sei que este objetivo pode não ser alcançado enquanto estiver vivo, mas é um passo importante para um mundo mais seguro".
Há mais de seis meses, negociadores americanos e russos se reúnem regularmente em Genebra para elaborar o novo documento, a pedra angular do "relançamento" desejado por Obama e Medvedev, depois de anos de "paz fria" durante o governo de George W. Bush e após o breve conflito com a Geórgia, aliada dos EUA, em 2008.
Medvedev elogiou os esforços dos negociadores, "que trabalharam 24 horas por dia para concretizar o que considerávamos uma missão impossível há alguns meses". "Esta é uma situação em que todos ganham", disse o presidente russo, que ressaltou as melhoras no sistema de verificação da redução do arsenal de ambos os países.
Veja o que estabelece o novo Start
- Redução das ogivas nucleares que ambos países possuem em 30% em relação ao Tratado de Redução de Arsenais Nucleares Estratégicos (SORT, ou Tratado de Moscou), de 2002.
- Limitação a 800 vetores (mísseis intercontinentais a bordo de submarinos e bombardeiros) mobilizados ou não por cada um dos dois países.
- Limitação a 700 vetores posicionados.
- Segundo Washington, o acordo não impõe nenhuma limitação aos testes, ao desenvolvimento ou à instalação de sistemas de defesa antimísseis dos Estados Unidos, que estejam programados ou em curso de sê-lo. Também não limita os projetos americanos em termos de ataques convencionais de longo alcance.
- O novo tratado retoma os elementos do Start 1 e os adapta aos novos limites. Prevê verificações in situ das instalações nucleares, intercâmbio de dos, assim como notificações recíprocas de armamentos ofensivos e de sítios nucleares.
- O tratado tem duração de dez anos a partir da data de sua entrada em funções e poderá ser renovado por uma duração máxima de cinco anos. Uma cláusula prevê que cada parte pode se retirar do tratado.
- O tratado entrará em vigor depois de ser ratificado pelos parlamentos dos dois países. O Tratado SORT de 2002 ficará automaticamente abolido depois da entrada em vigor do novo texto.
Fonte: Folha
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