
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, debateram nesta segunda-feira a apresentação de uma proposta conjunta para solucionar o conflito nuclear com o Irã, disse o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim.
A iniciativa consistiria no envolvimento de um terceiro país, que receberia imediatamente uma parte do urânio enriquecido a 3,5% pelo Irã e o trocaria por combustível nuclear vindo de países ocidentais, explicou Amorim em entrevista coletiva.
O ministro admitiu que o Brasil poderia ser esse terceiro país, embora "seja mais lógico um país mais próximo" do Irã.
A comunidade internacional propôs mandar combustível nuclear para o Irã, mas não imediatamente após receber o urânio iraniano levemente enriquecido. Teerã exige que a troca seja simultânea, segundo Amorim.
O chanceler disse que explicará a nova proposta aos ministros dos outros países reunidos na cúpula sobre segurança nuclear em Washington durante as reuniões de hoje e terça-feira.
Brasil e Turquia se opõem às sanções impulsionadas pelos Estados Unidos contra o Governo iraniano para forçar o país a suspender seu programa nuclear.
O presidente da China, Hu Jintao, concordou hoje em cooperar com Washington no tema das sanções, segundo a Casa Branca, que precisa do apoio do país asiático para conseguir um voto favorável no Conselho de Segurança da ONU.
Amorim insistiu que o Brasil quer "uma solução diplomática" para o conflito. O chanceler disse que é necessário evitar "um ciclo de endurecimento recíproco".
O Irã também surgiu na pauta do encontro hoje entre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates.
Em entrevista coletiva, Jobim relatou ter dito a Gates que a comunidade internacional deve dar garantias ao Irã de que não será atacado, como parte de um acordo para que suspenda seu programa nuclear.
Jobim pediu o "entorno estratégico" do Irã seja levado em conta, assim como a presença de outras nações contam com armas nucleares, em uma aparente referência a Israel.
Itália e Japão
O premiê italiano, Silvio Berlusconi, e Lula se reuniram nesta segunda-feira em Washington e assinaram um plano de ação que estabelece um diálogo "de alto nível" entre Brasil e Itália em assuntos como o combate contra a pobreza, a mudança climática, o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.
A terceira reunião de Lula antes da cúpula, que foi aberta hoje com um jantar, foi com o primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama.
Lula e Hatoyama trataram da participação do Japão na licitação do trem-bala que unirá Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, conversaram sobre o programa nuclear do Irã, dado que o Japão preside atualmente o Conselho de Segurança da ONU, disse Amorim.
Fonte: EFE
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