quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Israel e Egito apertam cerco contra comércio de Gaza via túneis


Temendo perder a vida e dinheiro, os palestinos estão abandonando os túneis que abastecem a faixa de Gaza com tudo, de alimentos e geladeiras a armas. No lado de Gaza da fronteira com o Egito, há pouca atividade numa área que já foi movimentada como uma zona industrial.

Muitos trabalhadores dos túneis concluíram que o risco de ser enterrado vivo por um bombardeio israelense e desabamentos acidentais ou envenenados por gás bombeados pelas forças de segurança egípcias simplesmente não vale a pena. Cerca de cem pessoas morreram no ano passado.

"A maioria das pessoas fechou seus túneis e partiu", disse Abu Mohammed, um construtor de túnel que se recusou a fornecer seu nome completo e cobriu seu rosto com uma manta árabe vermelha e branca.

O número de túneis chegou a 3.000 há um ano, antes da ofensiva militar israelense de três semanas de duração, e agora permanece em torno de algumas centenas. Desses, os trabalhadores dizem que apenas 150 estão operantes. Não se sabe quantos túneis para armas estão em operação.

Ressaltando os riscos enfrentados pelos que frequentam os túneis, caças fizeram dois ataques na fronteira com o Egito nesta quinta-feira, ferindo três trabalhadores, afirmaram trabalhadores na área da saúde. "A situação está muito ruim. Os egípcios e os israelenses intensificaram sua campanha", afirmou Abu Mohammed. "Israel bombardeia pelo ar. O Egito ou bombeia gases que matam as pessoas, enche-os de água ou detona explosivos para destruir os túneis", afirmou ele.

Os túneis, alguns deles existentes há décadas, tornaram-se uma artéria vital de abastecimento de Gaza desde 2006, quando Israel começou a restringir o fluxo de bens para o enclave depois que o grupo islâmico Hamas venceu uma eleição legislativa. Com a ajuda egípcia, o bloqueio foi apertado em 2007, quando o Hamas, que não reconhece o direito de Israel existir, tomou o controle de Gaza.


Ataque a Túneis e arsenal

Um avião militar israelense atingiu uma manufatura de montagem de armamentos e dois túneis de contrabando no sul da Faixa de Gaza nesta quinta-feira, em resposta a um ataque de foguete que também ocorreu hoje contra o sul de Israel, disseram os militares.

Funcionários da segurança palestina não informaram baixas. Israel foi à guerra contra militantes no território governado pelo grupo Hamas no inverno passado, para suprimir oito anos de disparos de foguetes contra o sul de Israel que deixaram 18 civis mortos. Mais de 1.400 palestinos foram mortos na guerra que acabou em 18 de janeiro. Desde então, os disparos de foguetes caíram drasticamente.

Israel alega que armamentos e foguetes ainda chegam aos militantes através de túneis de contrabando do Egito à Faixa de Gaza. O ataque de hoje não deixou nenhum ferido no lado israelense.


Fonte: Reuters

Nenhum comentário:

Postar um comentário