
O presidente mundial da empresa sueca Saab, Ake Svensson, admitiu nesta sexta-feira a possibilidade do governo da Suécia comprar aviões brasileiros Super Tucano e KC-390 caso o país seja escolhido na concorrência para a compra de 36 aviões-caça pelo governo brasileiro.
Os representantes da Suécia, porém, não revelaram quantas de aeronaves brasileiras poderiam ser adquiridas no futuro --mas manifestaram a possibilidade de compra na proposta formalizada hoje ao governo brasileiro para a venda dos caça.
"A Força Aérea da Suécia vai agora avaliar a possibilidade de compra do KC-390 e do Super Tucano. Isso será adicional. Pode ser uma das possibilidades para transporte na Suécia no futuro. Se isso acontecer, vamos criar oportunidades adicionais. Mas não é possível falar isso hoje. A avaliação terá que ser feita no futuro com base nas necessidades operacionais das forças da Suécia", afirmou.
Os Super Tucanos são aviões da Força Aérea Brasileira usados no treinamento de pilotos, enquanto o KC-390 é um avião militar usado para transporte. No lobby para convencer o governo brasileiro a adquirir os caças Gripen NG da Suécia, a Saab promete a oferta de compensações para a indústria brasileira, além de transferência de tecnologia das aeronaves.
"Geralmente, a compensação é de 100%, mas estamos indo além disso porque queremos desenvolver parceria de iguais com a indústria brasileira. Oferecemos 175% [de compensações] em cima do valor do contrato. Oitenta por cento diretamente ligado à aeronave, 15% em outras áreas de tecnologia e 5% a critério, além dos 75% adicionais", afirmou o presidente da Saab.
Os suecos não revelaram como o adicional de 75% das compensações seria aplicado no Brasil. "Vamos desenvolver o sistema do caça conjuntamente com o Brasil para vendê-lo para o mundo", disse.
A empresa não revela o custo total de venda dos caças Gripen NG ao Brasil. Apesar de afirmar que a proposta é a mais barata entre os demais concorrentes, França e Estados Unidos, representantes da Saab evitaram falar em valores publicamente. "Eu não quero discutir o preço do contrato porque já foi entregue para a FAB."
Nos bastidores, cada unidade do Gripen está estimada em R$ 127,4 milhões. O F-18, da Boeing (EUA), sai por R$ 182 milhões, e o Rafale, da Dassault (França), ficaria em torno de R$ 254,8 milhões.
Pela proposta da Saab, serão vendidos ao Brasil 36 aviões-caça, dos quais 28 com cabine individual para um piloto e oito com cabines duplas. Segundo a Saab, os caça suecos podem operar em "bases remotas" com capacidade de autonomia de voo até 13 horas sem a necessidade de reabastecimento.
A Suécia promete entregar as aeronaves produzidas em conjunto com o Brasil até 2014 --dentro do prazo previsto pelo governo brasileiro.
Prazo
Termina hoje o prazo da FAB (Força Aérea Brasileira) para receber melhorias nas propostas das empresas da França, da Suécia e dos Estados Unidos na disputa para vender 36 caças para o Brasil. Ontem, as empresas fabricantes das aeronaves fizeram lobby das empresas no governo, no Congresso e na mídia.
Concorrem o F-18 Super Hornet da americana Boeing, o Rafale, da francesa Dassault, e o Gripen NG, da sueca Saab.
O parecer da FAB irá para a Defesa até o final do mês, depois irá para o Planalto. A decisão final cabe ao Conselho de Defesa Nacional e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A diferença é que, enquanto o F-18 trabalha com sistemas norte-americanos, e o Rafale, com franceses, o Gripen NG é ainda um projeto, com cerca de 50% de componentes de diferentes fornecedores e países. O motor, por exemplo, é dos EUA
Fonte: Folha
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