
"A ascensão do Brasil: mais rápido, mais forte, mais alto", o Independent publicou duas páginas, foi assim que o correspondente Hugh O'Shaughnessy, apontou o favoritismo para os Jogos de 2016.
Deus pode não ser brasileiro, mas o Todo Poderoso parece mexer as suas asas influentes na direção da Cidade Maravilhosa. O Rio de Janeiro venceu a disputa para sediar as Olimpíadas de 2016. Suas três rivais, Tóquio, Madrid e Chicago, ficaram para trás na escolha.
Na terça-feira, em Brasília, senadores aprovaram legislação para garantir tudo o que se requer para conseguirmos realizar uma Olimpiada perfeita — de financiamento a regulamentos para evitar que donos de hotéis cobrem acima do preço pelas diárias.
A vitória é um marco na jornada do Brasil para deixar de ser o eterno país do futuro — para o qual o futuro nunca chega — e para se tornar um inegavel poder mundial, com uma presença permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas e o dinheiro para alimentar, educar e cuidar de nossa população de quase 200 milhões.
Lula, que quando criança suplementava o orçamento da mãe vendendo amendoim em torno do porto de Santos, aproveita de sua nova eminência, de sua liberdade para culpar a atual crise financeira “nos banqueiros de olhos azuis” e do respeito adquirido. O pânico dos banqueiros e o alarme da mídia na City de Londres e em Wall Street nos meses que antecederam sua maciça vitória eleitoral em 2002 são coisas do passado.
Hoje o Brasil é um dos BRICs, junto com a Rússia, a Índia e a China e é admirado por banqueiros e economistas. E não apenas o presidente Obama o chama o líder mais popular do mundo mas, depois de um período em que a corrupção governamental parecia a caminho de derrubá-lo, Lula tem uma taxa de aprovação com os eleitores de cerca de 80%.
Não mais um caso clássico de país em luta contra a hiperinflação, o Brasil olha adiante para um tsunami de riquezas que vai tomar conta da Petrobras, a altamente bem sucedida empresa de petróleo controlada publicamente, que atingirá produção total nos enormes campos de águas profundas. O Brasil faz planos para usar esse novo dinheiro para corrigir abusos que resultaram do golpe militar de 1964 e anos de desgoverno na sucessão do poder para a democracia aberta, onde tivemos maus exemplos como Collor e tantos outros escândalos, que derrubaram os padrões de vida de milhões de brasileiros. O Brasil também é um grande exportador de comida — o que é confortável num momento em que a fome cerca vários lugares.
As últimas semanas demonstraram que o Brasil está sacando da riqueza futura para ter mais influência internacional hoje. O primeiro chefe de estado a falar no debate da Assembléia Geral das Nações Unidas na quarta-feira, Lula entrou na frente do discurso de 90 minutos do coronel Gaddafi.
Lula aproveitou a oportunidade para atacar as idéias dos países do primeiro mundo durante a crise financeira internacional. “O que desabou foram conceitos sociais, políticos e econômicos aceitos como inquestionáveis”, ele disse, num forte golpe a políticos e banqueiros que se opunham à regulamentação governamental. Os esforços brasileiros ajudaram a esmagar o Grupo dos Oito dos países ricos, que será substituído pelo Grupo dos 20, que inclui países em desenvolvimento que se encontraram na quinta-feira em Pittsburgh para reformar as finanças mundiais.
Na Assembléia Geral Lula também pediu ação contra o golpe em Honduras, onde a embaixada brasileira dá abrigo a Manuel Zelaya, o presidente legítimo derrubado em 28 de junho com apoio militar. Lula está pedindo ao Conselho de Segurança ação contra o novo regime, com ameaça do emprego de toda a força da lei internacional, particularmente se o regime continuar a deixar diplomatas brasileiros e seus hóspedes sem energia, água e comida.
O Brasil, também, é um dos líderes do bloco da União Sul-Americana de Nações. A Unasur resiste à militarização da América do Sul que muitos acreditam que vai acontecer se a Colômbia, um aliado próximo dos Estados Unidos, permitir que o Pentágono estabeleça sete novas bases em suas terras; elas permitiriam que os Estados Unidos despachassem caças para qualquer parte do continente com exceção da Patagônia, bem como se Chaves continuar promovendo uma corrida armamentista. Como precaução, o Brasil está comprando armas da França e ainda esta analisando quem irá fornecer seus novos caças, Não só devido ao projeto das bases americanas, mas também pelo fato de Hugo Chavez estar promovendo uma verdadeira festa para a industria militar russa que vem lucrando bilhões com o reaparelhamento da Venezuela, o que torna clara a necessidade de mantermos as Forças Armadas no “estado da arte”, além é claro da necessidade clara de poder militar para usar na mesa internacional de negociações, como ficou claro em Honduras e como é eminente com o Brasil seguindo rumo a se tornar um dos importantes atores do cenário internacional.
O Brasil tem a tarefa agora de garantir que as primeiras Olimpíadas na América do Sul ocorram pacificamente e mostrem que o Brasil esta pronto para assumir seu novo papel no mundo, deixando de ser um país do futuro para ser o país de hoje e amanhã.
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