sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Lula diz que ONU tem que ampliar Conselho de Segurança


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que a ONU (Organizações das Nações Unidas) deve reformar e ampliar o seu Conselho de Segurança se quiser ter representatividade. Segundo o presidente, "não tem como explicar" o fato de países como Japão, Alemanha e Índia estarem fora do conselho.

"Se a ONU quiser voltar a ter representatividade, tomar decisões, e essas decisões serem executadas, ela tem que ser reformada e colocar outros países", afirmou o presidente, em entrevista coletiva em Floresta (PE), após visitar o canteiro de obras de transposição do rio São Francisco.

Lula disse que há 15 anos o Brasil reivindica uma reforma no Conselho de Segurança. "Nós estamos convencidos que a ONU está superada. A ONU de 1948 não representa a correlação de força existente no mundo hoje, nem geograficamente, nem politicamente, nem economicamente. É preciso que se leve em conta a participação dos países de vários continentes", disse.

Hoje, o Brasil foi eleito pela Assembleia Geral da ONU para uma das dez vagas rotativas do Conselho de Segurança. O mandato durará dois anos: 2010 e 2011. Após receber 182 votos de um total de 183 países votantes, o Brasil ocupará pela décima vez um assento eletivo no Conselho. Outros quatro países foram também eleitos para o mesmo mandato (2010-2011): a Bósnia e Herzegovina, o Gabão, o Líbano e a Nigéria.

Na avaliação do presidente, a participação de outros países no conselho daria mais força à ONU para negociar, por exemplo, a questão do Oriente Médio.

"Quem deveria estar negociando a paz entre judeus e palestinos era a ONU. E por que ela não faz isso? Porque ela não tem força. Então, o que nós queremos é que a ONU tenha muita força", disse.

Lula disse ainda que, se os países que "mandam" no conselho não aceitarem a mudança, eles serão responsabilizados pela "fragilidade" da ONU.

"Esse negócio do Conselho de Segurança é como uma fruta madura. Ou seja, ela já está passando do ponto de colher, daqui a pouco ela cai. E se os dirigentes da ONU, sobretudo dos países que hoje mandam no Conselho de Segurança permanente, não aceitarem a reforma, eles serão responsabilizados pela fragilidade da ONU", afirmou.

Fonte: Folha

Nenhum comentário:

Postar um comentário