
A Líbia solicitou nesta terça-feira uma reunião do Conselho de Segurança para discutir um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) que acusa Israel e militantes palestinos de terem cometido crimes de guerra durante o conflito de dezembro e janeiro últimos na faixa de Gaza, disseram diplomatas.
Diplomatas árabes disseram que os 15 membros do Conselho de Segurança, presidido este mês pelo Vietnã, deve decidir decidir se haverá ou não uma reunião formal sobre o tema.
O diplomata líbio Ibrahim Dabbashi declarou que seu país, atuando em nome do grupo árabe na ONU, solicitou a realização de uma reunião de emergência do Conselho para examinar o relatório da comissão Goldstone, encarregada de investigar os acontecimentos em Gaza para o Conselho de Direitos da ONU.
O relatório acusa Israel de "crimes de guerra" durante sua ofensiva no território palestino em dezembro e janeiro passados.
Diplomatas árabes disseram que o Conselho de Segurança, presidido este mês pelo Vietnã, realizará consultas nesta quarta-feira para decidir se haverá ou não uma reunião formal sobre o tema.
O presidente palestino, Mahmmud Abbas, disse à agência de notícias France Presse, por telefone, que a atitude Líbia "constitui um apoio aos direitos do povo palestino".
A investigação encomendada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, com sede em Genebra, e comandada pelo jurista sul-africano Richard Goldstone concluiu que tanto as forças israelenses quanto os militantes do Hamas cometeram crimes durante o conflito. Mas o relatório foi mais crítico a Israel.
O Conselho de Direitos Humanos deveria ter votado na sexta-feira uma resolução que condenaria Israel por não colaborar com o inquérito e remeteria o caso ao Conselho de Segurança.
Mas a votação foi adiada até março por pressão dos EUA, que quer retomar do processo de paz. Uma fonte oficial palestina disse que a Autoridade Palestina concordou com o pedido de adiamento formalizado por EUA, União Europeia e Rússia.
O porta-voz líbio na ONU Ahmed Gebreel disse que seu país, que atualmente participa do Conselho de Segurança, solicitou a reunião "por causa da seriedade do relatório e porque achamos que esperar até março é tempo demais."
Críticos da Autoridade Palestina acusam o presidente Mahmoud Abbas de decepcionar seu povo ao concordar com o adiamento. Uma declaração da missão de observação palestina na ONU disse apoiar plenamente a solicitação líbia por uma reunião do Conselho de Segurança.
O poder de veto dos EUA no Conselho de Segurança na prática impede qualquer ação ou declaração do Conselho que seja hostil a Israel, que tem no governo norte-americano o seu maior aliado.
Fonte: Reuters
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