
O Irã enriquecerá urânio sozinho para abastecer o reator de pesquisas de Teerã se nenhum acordo de fornecimento for fechado com um outro país, afirmou neste sábado o porta-voz da OIEA (Organização Iraniana de Energia Atômica), Ali Shirzadian.
"Escreveremos uma carta para anunciar à AIEA [Agência Internacional de Energia Atômica] que o Irã agirá por seus próprios meios para proporcionar ao reator de Teerã o combustível necessário", disse Shirzadian à agência de notícias Isna.
Shirzadian deu uma entrevista à agência falando sobre o que os iranianos fariam se não houvesse acordo internacional acerca do urânio enriquecido.
No dia 1º deste mês, o Irã e as seis grandes potências que negociam a questão nuclear se reuniram em Genebra (Suíça) e estipularam um acordo no qual o Irã entregaria parte de seu urânio enriquecido a menos de 5% a um terceiro país para obter em contrapartida urânio enriquecido a 19,75%, necessário para abastecer seu reator de pesquisas, que está sob controle da AIEA.
O assunto voltará a ser abordado no dia 19 de outubro, quando representantes iranianos se encontrarão em Viena (Áustria) com Rússia, Estados Unidos e França.
No último dia 3, a AIEA apontou em um relatório que o Irã já dispõe de "informação suficiente para desenhar e produzir" uma bomba atômica, segundo reportagem do jornal americano "The News York Times" ("NYT").
As conclusões do relatório, afirma o "NYT", colocam o Irã como uma ameaça maior do que o especulado pela comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos. O relatório destaca, contudo, que as conclusões são provisórios e precisam de confirmação de evidências de agências de inteligência.
O relatório, intitulado "Possíveis Dimensões do Programa Nuclear do Irã", foi produzido, segundo o jornal, por especialistas de dentro e de fora da agência da ONU. O texto diz que o Irã tem informação suficiente para desenhar e produzir um aparelho de impulsão nuclear com urânio enriquecido. Este tipo de arma é considerada um modelo avançado perto das bombas atômicas que os Estados Unidos lançaram em Hiroshima, durante a Segunda Guerra (1939-1945).
O Irã já possui uma grande usina de enriquecimento de urânio na localidade de Natanz, a 250 km de Teerã, na região central do país. A existência da usina foi revelada em 2002. O Ocidente, liderado pelos EUA, afirma que o programa nuclear iraniano é uma ameaça e serve para produção de armas --acusação que Teerã nega. Analistas dizem que Israel não descarta a opção militar contra as instalações iranianas para impedir um ataque.
Fonte: Folha
O Irã é um grande país do Oriente Médio, mas somente quando se afastou dos EUA, depois da Revolução Islâmica em 1979 (se não me engano) foi que se tornou preocupação mundial. Lógico, para os americanos, os países do oriente médio eram quase “colônias”. O Irã tem uma economia respeitável (fruto de cobiça ocidental), tem alianças com a Síria, com Xiitas do Iraque e ainda tem a amizade dos palestinos e árabes – que, diga-se de passagem, não gostam muito da atuação da ONU na Palestina. Enfim, o mundo Ocidental (EUA principalmente) tem muitos motivos para não gostar do Irã, e o Irã vê em todos esses motivos oportunidades para assumir sua postura “radicalista” que tanto lhe parece ser inerente. A confusão vai rolar solta ai; e eu só quero ver o Nobel da Paz usar toda a sua diplomacia e apaziguar o que parecer tão mais uma Guerra Fria
ResponderExcluirGostei do blog!
Naara, excelente comentário, expressou bem sua analise histórica de teerã.
ResponderExcluirRealmente, hoje o único país no Oriente Médio que se opõe declaradamente a Washington e as politicas de Israel é o governo do Irã, que embora sofra diversos embargos por décadas, tem mantido uma respeitável capacidade tecnológica. Sendo notável o modo como tem mantido seu desenvolvimento.
Uma coisa interessante, o Irã ainda mantem em voo diversas aeronaves de origem americana, como o F-14, que foram adquiridos ainda sob o regime do Xá, e um fato curioso, após os americanos aposentarem os F-14 da USN, eles destruiram as aeronaves para evitar que houvesse qualquer possibilidade de Teerã obter componentes para seus caças.
Naara seja bem vinda ao GeoPolítica Brasil, espero poder contar com sua participação, sinta-se em casa.