sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Boeing acusa governo francês de "desonestidade intelectual"


O diretor internacional de Desenvolvimento de Negócios da Boeing, Michael Coggins, afirmou ontem à Folha que insinuar que os norte-americanos não vão transferir tecnologia ao Brasil na compra dos 36 caças Super-Hornet é "desonestidade intelectual" do ministro de Defesa da França, Hervé Morin, e dos franceses.

Ele acusa os franceses de usar o "marketing do medo" contra os EUA, porque a Boeing teria o melhor avião, "40% ou bilhões de dólares mais barato" que o Rafale, da francesa Dassault. A Boeing não revelou o preço dos Super-Hornet, mas o dos franceses é estimado em R$ 12 bilhões.

Em visita ao Rio na terça-feira, Morin não se referiu diretamente ao avião americano, mas apresentou a transferência de tecnologia como um trunfo da França: "Fizemos uma proposta como nunca fizemos".

Segundo Coggins, é "frustrante" que essa mensagem seja difundida quando o Congresso dos EUA antecipou em seis meses a discussão (normalmente posterior ao fechamento de contratos) e aprovou em 5 de setembro a transferência de tecnologia para o Brasil.

"Por isso é tão frustrante ver o ministro da Defesa da França e seu "chapinha" da Marinha falarem isso. É intelectualmente desonesto vir com uma declaração dessas. Só pode ser porque têm um produto 40% mais caro e com um horrendo histórico de manutenção dos aviões [Mirage] no Brasil. Além disso, a transferência de tecnologia que sugerem não empolga ninguém na indústria brasileira".

O Consulado da França no Rio não quis se manifestar.



Sem credibilidade

Coggins disse que "os franceses estão montados em um cavalo sem pernas": "Acredito que os franceses não têm credibilidade. Ou inflacionaram o valor inicial ou vão operar com perda. E fazer isso é uma ideia muito, muito ruim", disse ele.

Sobre a oferta sueca, o Gripen NG, o diretor da Boeing afirmou que eles "são os terceiros nessa disputa porque, "bem, não tenho um produto"... Não dá para dizerem quanto custará porque só há um avião de demonstração. "Gostaria de pegar um cliente nosso para falar do nosso avião, mas não tenho um...'", ironizou, dizendo que o avião sueco é mais barato por ser "pequeno, mais leve e pior".

O norte-americano é mais diplomático quando fala das declarações do presidente Lula e do ministro Jobim em favor dos franceses, mas admite ter se surpreendido quando Lula afirmou sua preferência pelo Rafale. "O fato é que as propostas ficaram muito melhores."

Apesar disso, diz confiar na vitória: "Não estaríamos na competição se achássemos que já está fechada", disse Coggins, que está estudando português e virá morar no país se vencer.

Ele reconhece o "óbvio impacto" negativo do veto americano à venda dos Super Tucanos -que tinham componentes americanos- para a Venezuela, mas diz que o Brasil vai se beneficiar mais de uma parceria estratégica com os americanos do que com a França.

"É a melhor opção política, econômica e militar para o Brasil. Os EUA têm a maior economia do mundo, e a Boeing é a maior empresa aeroespacial do mundo, nosso mercado é dez vezes o da França, cem vezes o da Suécia. Quem você acha seriamente que é a melhor opção para uma parceria de 30 anos?"


Fonte: Folha

Nota do Blog: O FX-2 esquenta a cada dia, não vemos a hora da definição

3 comentários:

  1. É, está esquentando...na verrdade já está partindo pra baixaria. Isso que a Boeing mandou publicar nos jornais já é baixaria.

    Fazer pressão é uma coisa, querer ganhar no grito já é outra.

    Por isso que a parceria com a França é o caminho a ser seguido.

    Vamos parar com essa coisa de os EUA ditarem o que é bom ou não é bom para o Brasil.

    Já deu! Chega!

    abraços a todos

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  2. Noticia para acalmar a midia.

    Não é o que os EUA diz.França ou Suécia que vai mudar a opnião julgadora da FAB.

    A Dassault não falou que o Gripen NG não era um avião muito inferior ao Rafale?

    quem esta quieto é a Saab,não tem voz politica do seu lado,mas tem a melhor proposta.

    Álem disso,o SH pode ser ou não o ideal,mas tirando isso,o cara não falou nenhuma mentira,nada quee não sabemos,nada que o governo não saiba,nada que a comissão do FX não saiba,nada que a FAB não saiba.

    Nada a mais do mesmo.

    abraços.

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  3. Corrigindo.

    Nada que a Boeing/EUA,Dassault/França dizer contra os outros concorrentes vai mudar a opnião da comissão julgadora da FAB ou do governo.Estes ja são "macacos velhos"

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