terça-feira, 9 de junho de 2015

Iraque demonstra interesse em investir em sistemas brasileiros de defesa

O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Ibrahim Al-Jaafari, foi recebido nesta última terça-feira , em audiência, em Brasília, pelo ministro da Defesa, Jaques Wagner. O principal motivo da visita do chanceler foi solicitar o apoio brasileiro aos esforços militares do governo iraquiano de estabilização do país, especialmente diante das ameaças representadas por grupos extremistas, dentre os quais o chamado Estado Islâmico.

O Iraque, que foi um dos maiores clientes de armas brasileiras entre as décadas de 1960 e 1980, manifestou nesta seu interesse em reiniciar a compra de produtos de defesa do Brasil.

Na ocasião, Al-Jaafari reforçou a importância de estreitarem os laços entre os dois países, buscar maior aproximação na área de defesa, além de uma possível cooperação brasileira na área militar. “A guerra contra o terrorismo não é uma guerra convencional. Buscamos os países amigos e democráticos para defender aqueles que estão sofrendo com esse fenômeno”, disse o chanceler iraquiano.

Em seu encontro com as autoridades brasileiras, Jaafari disse que o Iraque precisa equipar-se para combater a ameaça terrorista do grupo Estado Islâmico, que domina territórios tanto nesse país como na Síria.

O Brasil, que durante muitos abasteceu o Iraque de produtos como os mísseis Astros II, os tanques de guerra Osorio, os aviões de combate Tucano e diferentes armas convencionais, suspendeu as vendas em 1990 devido ao embargo internacional imposto a esse país pela invasão do Kuwait.

Segundo o comunicado do Ministério da Defesa, o aquecido mercado brasileiro da indústria de defesa movimenta cerca de US$ 6,5 bilhões ao ano, com US$ 3 bilhões em exportações, e gera 30.000 empregos diretos.


Os fabricantes brasileiros de foguetes, aviões e carros de combate tinham como principal mercado regional o Oriente Médio, para onde exportavam quase 50% de sua produção na década de 1970. O principal cliente era o Iraque, que concentrava 40% das compras, seguido pela Líbia (30%).


O ministro das Relações Exteriores do Iraque também demonstrou interesse em retomar as aquisições dos produtos de defesa brasileiros, visto que, na década de 80, o país foi um grande parceiro comercial do Brasil, que colocou nesse mercado munição, numerosos sistemas de artilharia Avibras Astros de saturação, aviões Tucano e centenas de blindados Engesa EE-11 Urutu e EE-9 Cascavel, do qual foi o seu principal cliente, utilizando-os na guerra com o Irã, na Operação Tempestade no Deserto no Kuwait (embora, neste conflito como artilharia fixa, enterrados na areia para evitar ser um alvo fácil), dispondo de 35 ainda em uso, o que são um verdadeiro marco na história do comércio exterior de produtos militares da América do Sul.

Em 2014, o Ministério da Defesa autorizou exportações de produtos de defesa no valor de aproximadamente US$ 600 milhões, quantia considerada bastante inferior à potencialidade industrial brasileira A expectativa é que cerca de 40 mil novos postos de trabalho deverão ser criados no setor brasileiro até 2020, estimulando estas atividades.

Por sua parte, Jaques Wagner comentou que o Brasil tem uma longa tradição de paz e de solidariedade e que, por isso, “expressamos nossa total solidariedade ao Iraque perante as atrocidades que são perpetradas no país”.

Fonte: GBN com agências de notícias
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