domingo, 1 de novembro de 2009

SAAB defende proposta do Gripen NG


A Saab, empresa sueca fabricante do caça Gripen, afirma que se convenceu de que será a escolhida pelo Comando da Aeronáutica para equipar a Força Aérea Brasileira. “Oferecemos uma proposta que atende aos itens da Estratégia Nacional de Defesa, valorizando a transferência tecnológica com participação no desenvolvimento do projeto”, disse o diretor geral da Saab, Bengt Janér.

Ele lembrou que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, tem dito que o Brasil não aceita mais comprar produtos de prateleira e que, usando essa lógica é que fez a opção pelo submarino francês de propulsão nuclear. “Seguindo este raciocínio o nosso produto é o que realmente oferece condições de preencher todos os requisitos da FAB, porque está em desenvolvimento e é um projeto novo em fase de concepção. Os outros dois já estão prontos. São produtos de prateleira, exatamente como o ministro Jobim diz que o Brasil não quer”, declarou Bengt.

“Essa proposta é tudo que nós pilotos sempre sonhamos: participar de um desenvolvimento completo de um projeto, conhecendo cada passo do desenvolvimento do avião”, disse o brigadeiro da reserva Fernando Cima, da Axxa Consultoria, que assessora a Gripen. De acordo com o brigadeiro, o Gripen tem “dez anos de modernidade à frente de qualquer concorrente e é mais eficiente, mais leve, mais econômico, mais barato, oferecerá mais postos de trabalho e é o único que será verdadeiramente produzido na Embraer”.

Na reta final para o anúncio do governo, a guerra de lobbies está cada dia mais forte e a cada dia as empresas concorrentes apresentam novos atrativos para o Brasil no pacote de compra de 36 caças. O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, informou que até o final do mês de novembro a avaliação pela Comissão da FAB estará concluída. Depois, será apreciada pelo Alto Comando e será encaminhada para o Ministério da Defesa. Bengt Janér afirmou que a Suécia está se comprometendo a estudar a possibilidade de adquirir entre oito e 12 aviões KC-390, que serão produzidos pela Embraer e ficarão prontos em 2015. O KC-390 substituiria os oito aviões Hércules que a força aérea sueca possui e que precisam ser trocados nos próximos anos. Ele informou também que, como a Saab é responsável pelo treinamento do governo sueco, a empresa “se compromete a usar o Super Tucano de Embraer para treinar seu pessoal, adaptando-o ao Gripen”. A Saab quer ainda usar o cockpit do Gripen no Super Tucano.

À Embraer, a Saab oferece ser “co-proprietária do programa” do novo Gripen. “Será uma parceria efetivamente estratégica, compartilhando propriedade intelectual”, disse Bengt, acrescentando que o projeto sueco “é o único que oferecerá propriedade e não apenas acesso ao código fonte da aeronave porque o projeto será desenvolvido em conjunto com a Embraer”. E emendou: “Neste caso o domínio da tecnologia é real porque vai ser desenvolvida no Brasil, pela Embraer”.

O diretor geral da Saab disse que nos próximos 20 anos pelo menos dois mil caças serão substituídos no mundo. “De forma conservadora, poderemos ter pelo menos 10% deste mercado, que significam 200 caças sendo fabricados em conjunto com a Embraer“, declarou. Bengt lembrou que antes de o avião ficar pronto, ele já começará a render lucro para a Embraer porque as partes produzidas no Brasil serão exportadas para a Suécia, para equipar os caças daquele país. Explicou ainda que isto acontecerá porque “não haverá replique” de partes da aeronave. Ou seja, haverá partes da aeronave que serão fabricadas no Brasil e outras, na Suécia.

Fonte: Agência Estado
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