
A festa de Círio de Nazaré é a maior procissão católica do mundo, contando com o fabuloso número de 2,3 milhões de participantes. O Termo “Círio” tem origem na palavra latina “Cereus”, que significa vela grande e a procissão, a princípio era noturna, por isso era necessário o uso de velas. No ano de 1854 procissão passou a ser realizada de manhã.
É realizada em Belém do Pará no segundo domingo de outubro, cidade considerada "O Portal da Amazônia".
Realizada desde 1793, a festa seria originária de Portugal, onde a santa teria salvado a vida fidalgo português Fuas Roupinho, no momento em que este se viu prestes a cair num precipício com seu cavalo. O fato foi divulgado em Belém pelos portugueses e, tempos depois, um novo milagre da santa teria ocorrido, desta vez salvando a vida de um caçador da Floresta Amazônica.
O Círio é uma expressão de fé, que adotada pelo povo brasileiro, exibe também apresentações de músicas e danças, nas quais se destaca a romaria dos fiéis. É uma festa religiosa onde se destacam o imenso círio, vela que é acesa durante a festividade na igreja, o Carro dos Milagres, a luxuosa berlinda- altar e os diversos elementos existentes na romaria portuguesa, como votos de cera, amortalhados e penitentes.
A LENDA DE PLÁCIDO
Plácido era filho do português Manoel Ayres de Souza e sobrinho de um dos primeiros capitães-mores do Grão Pará, Ayres de Souza Chichorro. A esposa de Plácido era Ana Maria de Jesus, também paraense, filha do português Fernão Pinto da Guia. O casal morava na região conhecida como Estrada do Maranhão, hoje bairro de Nazaré, em terras que lhes foram doadas pelo tio, quando capitão-mor em 1673.
Conta-se que, no ano de 1700, Plácido saiu para caçar no rumo do igarapé Murutucu e encontrou às margens de um igarapé, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira dos pescadores portugueses, e a levou para casa, construindo para a santa um pequeno altar.
No dia seguinte, a imagem havia sumido e o caboclo foi achá-la novamente entre as pedras do igarapé Murucutu, no mesmo lugar onde estava da primeira vez.
Isso aconteceu repetidas vezes, até que o governador mandou que ela fosse levada ao palácio do Governo, ficando sob intensa vigilância. De nada adiantou, pela manhã o altar estava vazio.
Os devotos concluíram que Nossa Senhora queria ficar às margens do igarapé. Nesse lugar, foi erguida então a primeira capela, de tapuia, para a santa por portugueses e mestiços. Plácido fez sua casa ao lado.
Sua fama de milagrosa se espalhou, aglutinando grande número de pessoas em manifestação de fé e louvor.
O governador e capitão-general do Grão-Pará e Rio Negro, Dom Francisco de Souza Coutinho resolveu fazer uma procissão em homenagem à Santa, mas adoeceu dias antes. Fez uma promessa à Santa, que se ficasse bom levaria a imagem até a Capela do Palácio. No dia 8 de setembro daquele ano, a Santa chegava ao seu destino.
No dia seguinte, a população promoveu o primeiro Círio de Nazaré, que levou a Santa de volta à sua capela, acompanhada de um grande Círio. Quase 80 anos depois, a baía de Guajará transbordou, impedindo a passagem do Círio.
A berlinda, levada por um carro de boi, atolou (1855) e um dos devotos resolveu passar uma corda em sua volta e puxá-la. Com a força dos fiéis, ela foi retirada e levada até a ermida.
Em 1868, a corda foi oficializada e, hoje, é a maior tradição da romaria. Agarrados a ela, os fiéis pagam suas promessas em troca dos milagres.
A IMAGEM DA SANTA
A Imagem encontrada por Plácido em 1700, ainda existe, tem 28 cm de altura e fica no Glória, no Altar-mor da Basílica de Nazaré, em redoma de cristal. É uma senhora portuguesa de seus trinta anos, e, nas nuvens onde repousa, há um rostinho de anjo. Traz no braço esquerdo um menino aparentando dois anos de idade, que carrega um globo.
Logo em 1703, recebeu o primeiro restauro. Até hoje, foi restaurada três vezes.
No dia 9 de julho de 1980, o Papa João Paulo II abençoou, com a imagem da janela do Arcebispado, o povo que estava na Praça da Sé.
A PROCISSÃO HOJE
Na procissão a imagem da Santa se desloca da Catedral até o Largo onde está a Basílica de N.S. de Nazaré. Esse percurso tem aproximadamente 2,5 Km é percorrido em 4 horas e mobiliza milhares de pessoas nas ruas de Belém, sem contar outras milhares que assistem à passagem da santa dos edifícios, das janelas das casas, dos palanques e arquibancadas armados nas praças, entoando cânticos e proferindo fervorosas orações num emocionante espetáculo de fé.
O traço mais marcante da procissão é uma corda, que pesa meia tonelada e mede 400 metros, utilizada para puxar o luxuoso carro que transporta a imagem da Santa. Entre os devotos, a corda representa o elo de ligação do povo com a Virgem. São milhares de romeiros descalços, disputando cada pedaço da corda, fazendo assim um autêntico cinturão humano que protege a Berlinda. Para completar a beleza da festa, na véspera do cortejo, a berlinda é cuidadosamente decorada com flores naturais e as ruas e casas da cidade também são enfeitadas pelos moradores.
Em agradecimento as graças recebidas por intercessão da Santa, muitos romeiros se vestem com longas mortalhas, arrastam pesadas cruzes de madeira, outros levam miniaturas de casas, mini-embarcações e muitos outros objetos que aludem aos milagres feitos pela Santa. No "carro dos milagres", um barco sobre rodas onde são colocados braços, cabeças e outras partes do corpo trabalhadas em cera, que representam a cura de uma enfermidade por milagre. Este carro representa o naufrágio do navio São João Batista, em 1846, o barco foi a pique, salvando-se apenas doze náufragos que conseguiram utilizar um pequeno bote. Vagando no Atlântico, eles fizeram promessa a Nossa Senhora de Nazaré de levar aquele escaler até sua ermida, se chegassem salvos à terra.
Afinal, aportaram à Guiana Francesa, com quatorze dias de fome, sede e ansiedade por cumprir a promessa. Em Belém carregaram o escaler, depositando-o no templo da Santa que lhes restituíra a graça de viver. No ano de 1855 o pequeno barco foi incorporado ao Círio.
Desde 1986, as festividades de Círio incluem a Romaria Fluvial, realizada no Sábado de manhã, quando centenas de barcos enfeitados trazem a imagem pela baía do Guajará..
O encerramento dos festejos dá-se após o 4º Domingo de outubro, com a procissão de retorno, chamada Recírio, quando a imagem é devolvida ao seu nicho na Capela Gentil Bittencourt.
Colaboração: Lucas Calabrio
Prezados
ResponderExcluirCaso queiram acompanhar ao vivo:
http://www.portalcultura.com.br/
http://www.tvliberal.com.br/
Abraços
Amigo Lucas,
ResponderExcluirgostei de ver. Vi pela TV mesmo, muito legal.
abração
Prezados
ResponderExcluirMais um site
http://www.diariodopara.com.br/cirio2009/
Abraços
Amigo Hornet
ResponderExcluirÉ algo indescritível
A Silvia está aqui e ontem a ela foi na romaria fluvial pela manhã e a noite fomos a casa de uma amiga ver a trasladação algo indescritível, e as 4:30 ela foi pra Catedral Metropolitana de Belém à Missa que antecede o Círio propriamente dito.Logicamente após o Círio teremos algumas comidas como o pato no tucupi, maniçoba e bacalhau.Estamos aguardando em breve a presença de voces.
Abraço e Feliz Círio